Matriz (ecologia)

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Fragmentos de floresta rodeados por matriz modificada

Entende-se por matriz a paisagem adjacente a um fragmento florestal, adequado ou não para uma determinada espécie. É um conceito amplamente utilizado em ecologia de paisagem e nos estudos de metapopulações, funcionando como um mosaico de unidades com diferentes níveis de permeabilidade, com cada unidade oferecendo diferentes resistências a movimentação entre os fragmentos ou à ocorrência de diferentes espécies. [1] [2]

Tipos de matriz ecológica[editar | editar código-fonte]

Matriz ecológica natural[editar | editar código-fonte]

Pode ser definida como áreas que resguardam características naturais necessárias à manutenção dos ecossistemas, sendo compostas de grandes territórios apresentando boas representações dos biomas nos quais estão inseridas. Em geral contém uma cadeia ecológica completa com a biodiversidade capaz de manter a vida silvestre em todos os níveis da cadeia alimentar. [3]

Matriz ecológica modificada[editar | editar código-fonte]

É o conjunto de ambientes que envolvem fragmentos de habitat em paisagens, sendo considerada pouco importante, inóspita e às vezes homogênea por alguns autores. Como exemplo de matriz ecológica modificada pode-se utilizar as matrizes da paisagem urbana (construções, bairros, etc.), plantações e pastagens. [4] [5]

Importância da matriz ecológica[editar | editar código-fonte]

A resposta de algumas espécies as variadas estruturas de matriz circundante pode variar de acordo com suas exigências ecológicas, por exemplo, em morcegos na floresta Amazônica, estudos revelam que estes não sofrem influência da matriz circundante, logo, para estes morcegos a matriz não funciona como barreira para sua dispersão. A matriz exerce papel fundamental na dinâmica populacional e a capacidade das espécies em ocupar ou se deslocar pela matriz é um atributo essencial para a manutenção destas em ambientes extremamente fragmentados como os de diversos biomas. Além disto, a matriz pode complementar e atuar de forma sinérgica com os corredores ecológicos na facilitação do deslocamento de espécies em paisagens fragmentadas. [6] [7] [8] [9]

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Referências

  1. Ricklefs, R. E. (2010). A Economia da Natureza. 6ª edição. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro.
  2. Ricketts, T. H. (2001). The matrix matters: Effective isolation in fragmented landscapes. American Naturalist 158:87-99.
  3. Brocaneli, P. F. (2008). Matrizes naturais e matrizes urbanas: limites e bordas na paisagem da cidade de São Paulo. 4º Fórum de pesquisa FAU Mackenzie.
  4. Ricketts, T. H. (2001). The matrix matters: Effective isolation in fragmented landscapes American Naturalist 158:87-99.
  5. Vandermeer, J., Carvajal, C. (2001). Metapopulation dynamics and the quality of the matrix. American Naturalist 158:211-220
  6. Antongiovanni, M., Metzger, J.P. (2005). Influence of matrix habitats on the ocurrence of insectivorous bird species in Amazonian forest fragments. Biological Conservation 122:441-451.
  7. Henle, K., Davies,, K.F., Kleyer, M., Margules, C., Settele, J. (2004). Predictors of species sensitivities to fragmentation. Biodiversity and Conservation 13:207-251
  8. Bernard, E., Fenton, M. B. (2007). Bats in a fragmented landscape: Species composition, diversity and habitat interactions in savannas of Santarém, Central Amazonia, Brazil. Biological Conservation, 134(3), 332-343.
  9. Baum, K.A., Haynes, K.J., Dillemuth, F.P., Cronin, J.T. (2004). The matrix enhances the effectiveness of corridors and stepping stones. Ecology 85:2671-2676.

Ver também[editar | editar código-fonte]