Maxixe
Maxixe | |
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Fotografia de Édouard Stebbing de c. 1910 intitulada La matchiche (O maxixe) | |
Origens estilísticas | tango, polca, lundu, habanera |
Contexto cultural | Belle époque brasileira |
Popularidade | originário do Rio de Janeiro, foi exportado para a Europa e os Estados Unidos |
Formas derivadas | lambada, samba |
O maxixe ou tango brasileiro, é um tipo de dança de salão brasileira criada por afrodescendentes, no Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX. Dançada a um ritmo rápido de 2/4, notam-se também influências do lundu, polca e da havaneira. Por isso mesmo, o maxixe é chamado por alguns de tango brasileiro. Alguns relatos afirmam também uma diferença com relação à harmonia, sendo a do tango brasileiro (como os de Ernesto Nazareth) um pouco mais complexa do que de seu "irmão", o maxixe.
Foi criado pelos chorões, conjuntos instrumentais de choro, fazendo uma variante altamente sincopada da havaneira, gênero cubano que também era chamado tango-habanera (o primeiro uso da palavra "tango" é datado de 1823, em Havana)[1] e que, na sua variante brasileira, passou a ser chamado "tango brasileiro". Até o advento do samba, o maxixe foi o gênero dançante mais importante do Rio de Janeiro.[2]
História
[editar | editar código-fonte]O ritmo, segundo hipótese de alguns estudiosos, foi influenciado pela música trazida por escravos de Moçambique, daí advindo seu nome que é homônimo à cidade moçambicana de Maxixe. Ainda hoje, o padrão rítmico da marrabenta (música moçambicana) guarda semelhanças com os padrões rítmicos do maxixe. Outra hipótese, contudo, aponta a origem do nome de uma pessoa de nome "Maxixe", que teria em um baile de carnaval na cidade do Rio de Janeiro, dançado o lundu num ritmo diferente, criando, assim, a dança maxixe.[3] Ainda há a hipótese de que a planta maxixe batizou essa nova dança que, por assim dizer, também brotava nos quatro cantos da cidade.[2]
Maxixe "Cigana de Catumbi", composto por José Resende de Almeida. Gravado em 1925 pela Orquestra Cícero.
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Sendo uma pioneira dança urbana surgida no Brasil, o maxixe é oriundo da Cidade Nova, bairro do Rio de Janeiro cuja principal característica era a forte presença de afrodescendentes. Diferente da dança do lundu, que era mais ligada ao mundo rural e na qual todos participavam da roda cantando ou dançando ou batendo palmas, no maxixe todos os pares dançam ao mesmo tempo, sendo a melodia e a voz externas ao universo dos dançarinos.[2]
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Pelo seu caráter lúdico e sensual, foi alvo de fortes preconceitos, sendo rotulado de indecente por grande parte da sociedade. Dava-se-lhe, então, o nome de "tango brasileiro" para esconder a relação dessas composições com o maxixe. Por conta do que era dito preconceituosamente sobre o maxixe, a dança apenas se popularizou na sociedade, através dos clubes carnavalescos e do teatro de revista, sendo divulgada por grupos de choro, bandas de música e pianistas populares.[2]
Maxixe "Amapá" (ou "Tango do Amapá") gravado em 1941 por Dante Santoro na flauta (Composição de Costa Júnior, 1901).
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Assim, tornou-se o gênero dançante mais importante do Rio de Janeiro. Tal como o tango, este estilo foi também exportado para a Europa e Estados Unidos nos primórdios do século XX, por exemplo, ganhando notoriedade entre os franceses pelos pés do requintado dançarino Duque, em Paris.[2]
Legado
[editar | editar código-fonte]A forma rítmica do maxixe influenciou as obras de Donga e Sinhô, pioneiros compositores do samba, que tomaria lugar do maxixe como principal gênero musical brasileiro.[2] Enquanto dança, o maxixe está presente nos passos do samba de gafieira, o samba de breque e o samba-choro) também preserva muitas estruturas rítmicas do maxixe. A lambada também deve algumas contribuições de estilo ao maxixe.
"Corta-Jaca", de Chiquinha Gonzaga, gravada entre 1910-1912 pelo Grupo Chiquinha Gonzaga.
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Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
Bibliografia consultada
[editar | editar código-fonte]- Diniz, André. Almanaque do samba. Jorge Zahar Editor Ltda, 2006. ISBN 8571108978