Maybanke Anderson

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Maybanke Anderson
Maybanke Anderson
Nascimento 16 de fevereiro de 1845
Kingston Upon Thames
Morte 15 de abril de 1927 (82 anos)
Cidadania Austrália
Filho(a)(s) Harry Wolstenholme
Irmão(ã)(s) Norman Selfe
Ocupação ativista, suffragette
Prêmios
  • Victorian Honour Roll of Women

Maybanke Susannah Anderson, também conhecida como Maybanke Wolstenholme (16 de fevereiro de 1845 – 15 de abril de 1927) foi uma reformista de Sydney e estava envolvida no sufrágio feminino e na federação.

Vida pregressa[editar | editar código-fonte]

Anderson, nascida Selfe, nasceu em Kingston upon Thames, Reino Unido, próximo à cidade de Londres.[1] Ela era irmã de Norman Selfe e prima de Eadward Muybridge, quem migrou para os Estados Unidos em 1850. Sua família migrou para a Austrália como colonos livres quando ela tinha nove anos de idade. Doze anos depois, em setembro de 1867, ela se casou com Edmund Kay Wolstenholme, um comerciante de madeira. O casal teve sete filhos entre 1868 e 1879, quatro deles morreram de problemas cardíacos antes de atingirem cinco anos de idade. Seu filho, Harry Wolstenholme, era um advogado e ornitólogo amador. Os Wolstenholmes construíram uma grande casa chamada 'Maybanke' em Marrickville. Os últimos anos do casamento foram infelizes; Edmund teve uma série de problemas nos negócios e tornou-se alcoólatra, abandonando a família em 1884. Maybanke teve que esperar a aprovação do Ato de Extensão e Emenda do Divórcio em 1892 antes que pudesse se divorciar de Edmund sob a alegação de "três anos de abandono". O divórcio foi finalizado em 1893.[2] Após o divórcio, ela foi sustentada financeiramente por seu irmão, o renomado engenheiro Norman Selfe, com quem mais tarde faria campanha pela reforma educacional.[3]

Em 1885, Maybanke abriu a Escola Maybanke, uma escola para meninas que ela administrava em sua casa, preparando as garotas para o exame de admissão da Universidade de Sydney. Ativa por 10 anos, a escola ficou mais tarde conhecida como Colégio Maybanke.[4]

Jardim da Infância Maybanke, em Pyrmont, Nova Gales do Sul, em homenagem a Anderson

Ativismo pelo sufrágio feminino[editar | editar código-fonte]

Após o divórcio, Maybanke passou a atuar na promoção dos direitos das mulheres e crianças. Ela se tornou ativa no movimento pelo sufrágio feminino; ela acreditava que o voto era "o cerne de todas as reformas". Ela foi vice-presidente da Sociedade de Literatura das Mulheres, fundada por sua amiga Rose Scott. Vários dos membros da sociedade viriam a formar a Liga do Sufrágio Feminino de Nova Gales do Sul (WSL) em 6 de maio de 1891.[5] Em 1893 ela foi eleita para a presidência da WSL e fundou a União da Leitura Caseira da Australásia no mesmo ano. A União era um programa para promover a indução por meio da organização de pequenos grupos de leitura em áreas rurais.

Em 1894, ela começou a publicar o jornal quinzenal Woman's Voice. O jornal foi publicado por 18 meses, chamando a atenção das mulheres para o sufrágio feminino a nível nacional e internacional. Em 1895, ela estabeleceu o primeiro jardim de infância gratuito na Austrália, em Woolloomooloo, como presidente da União do Jardim da Infância, ajudando os filhos de mães trabalhadoras.[6]

As tentativas da WSL de ter o sufrágio feminino implementado pelo governo de Nova Gales do Sul não foram bem sucedidas; entretanto, em 1897, Maybanke decidiu realizar uma petição à Convenção Federal de 1897 em Adelaide. Ela argumentou que isso faria com que o direito de voto das mulheres fossem inscrito na agenda federal. Assim, as mulheres da Austrália do Sul e do Oeste que já tinham o direito de voto não poderiam ter esse direito removido, e se houvesse sufrágio em nível federal, ele afetaria o nível estadual. Nessa época, ela também se envolveu com o movimento pró-federação. Maybanke renunciou à WSL em 1897. O sufrágio foi estendido às mulheres de Nova Gales do Sul em 1902.

Maybanke foi introduzida no Quadro de Honra das Mulheres de Vitória em 2001, em reconhecimento às suas realizações.

Casamento e viagens[editar | editar código-fonte]

Em 1899, Maybanke casou-se com seu segundo marido, Sir Francis Anderson. Anderson foi o primeiro professor de filosofia da Universidade de Sydney. Eles viajaram e trabalharam juntos em projetos voluntários, incluindo campanhas incentivando mulheres a se tornarem representantes do governo local. Ela era ativa no Conselho Nacional de Mulheres de Nova Gales do Sul e colaborava com a Sociedade das Mulheres Universitárias.[7] Maybanke morreu em St Germain-en-Laye, Paris, em 15 de abril de 1927.

Referências

  1. Kingston, Beverley (1979). "Anderson, Maybanke Susannah (1845 - 1927)". Australian Dictionary of Biography. 7. Melbourne University Press. ISSN 1833-7538. Consultado 26 de fevereiro de 2011 – via National Centre of Biography, Australian National University.
  2. Roberts, Jan (1993). Maybanke Anderson: SEX, suffrage and social reform. Hale & Iremonger. Sydney: [s.n.] ISBN 0868064955  p.37
  3. Roberts 1993, p. 54.
  4. Nugent, A. 2001. Maybanke Anderson Feminist, Suffragist and Federationist, National Library of Australia News, Volume XI Número 8. p. 14
  5. «Federation Political Groups—to 1901 and beyond». Consultado em 26 de fevereiro de 2011 
  6. «Gardens for children and workshops for classrooms: Maybanke Anderson, Norman Selfe and the New Education - Hindsight, Radio National 16 August 2009». 14 de agosto de 2009. Consultado em 26 de fevereiro de 2011 
  7. «Anderson, Maybanke (1845-1927) - Trove, National Library of Australia». Consultado em 26 de fevereiro de 2011 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Roberts, Jan (1993). Maybanke Anderson: Sex, suffrage and social reform. Sydney: Hale & Iremonger. ISBN 0868064955