Mazagão (Amapá)

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Mazagão
  Município do Brasil  
Festa de São Tiago (2015)
Festa de São Tiago (2015)
Festa de São Tiago (2015)
Símbolos
Bandeira de Mazagão
Bandeira
Brasão de armas de Mazagão
Brasão de armas
Hino
Gentílico mazaganense
Localização
Localização de Mazagão no Amapá
Localização de Mazagão no Amapá
Localização de Mazagão no Amapá
Mazagão está localizado em: Brasil
Mazagão
Localização de Mazagão no Brasil
Mapa
Mapa de Mazagão
Coordenadas 0° 06' 54" S 51° 17' 20" O
País Brasil
Unidade federativa Amapá
Região metropolitana Macapá
Municípios limítrofes Pedra Branca do Amapari e Porto Grande a norte, Santana a nordeste, a foz do rio Amazonas a sudeste, Vitória do Jari a sul e Laranjal do Jari a oeste.
Distância até a capital 34,2 km
História
Fundação 23 de janeiro de 1777 (247 anos)
Administração
Distritos
Prefeito(a) João da Silva Costa (UNIÃO[2], 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [3] 13 294,778 km²
População total (estatísticas IBGE/2017[4]) 20 387 hab.
Densidade 1,5 hab./km²
Clima equatorial (Af)
Altitude 60 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[5]) 0,592 baixo
PIB (IBGE/2014[6]) R$ 207 989 mil
PIB per capita (IBGE/2014[6]) R$ 10 857,06
Sítio www.mazagao.ap.gov.br (Prefeitura)

Mazagão é um município brasileiro no estado do Amapá, Região Norte do país. Sua população estimada em 2017 era de 20 387 habitantes[4] e a área é de 13 294,778 km². Faz parte da Região Metropolitana de Macapá.

Seus limites são Pedra Branca do Amapari e Porto Grande a norte, Santana a nordeste, a foz do rio Amazonas a sudeste, Vitória do Jari a sul e Laranjal do Jari a oeste.

História[editar | editar código-fonte]

1770: a fundação de Nova Mazagão, hoje Mazagão Velho[editar | editar código-fonte]

Em 23 de janeiro de 1770[7] uma área[8] às margens do rio Mutuacá, no moderno Estado do Amapá, foi escolhida para receber a população da então possessão portuguesa de Mazagão, no território do atual Marrocos, abandonada por ordem do Marquês de Pombal. O plano urbanístico da nova cidade ficou a cargo do arquiteto italiano Domingos Sambucetti. Um total de 340 famílias, algumas com escravos, chegaram à cidade de Belém em 1770 e em 1773 foram para Nova Mazagão. É certo, todavia, que algumas famílias continuaram ainda na capital ou foram para outros locais do interior, embora a ordem fosse de destino geral para a nova povoação.

O povoado também serviu de apoio militar à vila de Macapá, que surgiu ao redor da Fortaleza de São José do Macapá, e à vila Vistosa da Madre de Deus.[9][10]

Em 1783 houve uma grande epidemia. Os moradores sobreviventes conseguiram, com a Viradeira, em 1783, libertar-se de não poder abandonar o local e migrar para onde quisessem.

O sofrimento das famílias, muitos cavaleiros fidalgos da Casa Real, ainda era marcante em 1801, já que registraram queixa ao príncipe regente, D. João VI, para o pagamento imediato de tenças e moradias atrasadas.

Escavação do sitio em 2006[editar | editar código-fonte]

No fim de 2006, o local das ruínas da cidade começou a ser escavado por arqueólogos da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), chefiados por Marcos de Albuquerque. As escavações revelaram os alicerces de uma igreja com cerca de 40 metros de comprimento.

Nesta época, próximo a essas ruínas ainda persistia um povoado chamado Mazagão Velho que celebrava a festa de São Tiago, onde é revivida a luta contra os mouros (a luta verdadeira e secular dos habitantes do antigo cidade de Mazagão em Marrocos). Este povoado remanescente fica a 30 km da sede do município, hoje chamada de Mazagão Novo, ou simplesmente Mazagão.

1890: a criação do município de Mazagão[editar | editar código-fonte]

O Município de Mazagão foi criado pela Lei no 226, em 28 de novembro de 1890, está localizado ao sul do estado (Meso Região Sul). Com três distritos: Mazagão, Carvão e Mazagão Velho. Limita-se com os municípios: Santana, Porto Grande, Pedra Branca do Amapari, Laranjal do Jari e Vitória do Jari.

Demografia[editar | editar código-fonte]

População[editar | editar código-fonte]

Segundo dados obtidos pelo último Censo do IBGE, Mazagão possuía 17 032 habitantes em 2010.[11]

Etnias[editar | editar código-fonte]

Segundo o Censo do IBGE de 2010, 67% dos mazaganenses são pardos, 17% são brancos, 11% são pretos e 3% são amarelos.[12]

Um estudo de 2011 realizado em nove comunidades, das quais duas em Mazagão (36 pessoas de Mazagão Novo e 24 pessoas de Mazagão Velho), investigou a origem paterna com base no cromossomo Y (presente apenas em homens). A ancestralidade masculina em Mazagão Novo foi estimada em 77% europeia, 14% africana e 8% indígena. Em Mazagão Velho, a estimativa de origem é 52% europeia, 44% africana e 2% indígena.[13]

Um estudo de 2007 realizado 5 comunidades amazônicas, das quais uma no Amapá (33 pessoas de Mazagão Velho), investigou a origem materna com base no DNA mitocondrial (transmitido apenas pela mãe). O resultado apontou origem 57% indígena, 36% africana e 3% europeia.[14]

Geografia[editar | editar código-fonte]

De acordo com a divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística vigente desde 2017,[15] o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária e Imediata de Macapá.[16] Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, o município fazia parte da microrregião de Mazagão, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Sul do Amapá.[17]

Divisão territorial[editar | editar código-fonte]

Em 1 de julho de 1956 a municipalidade continha os seguintes aglomerados populacionais:

  • Terceiro Acampamento (nas margens do rio Jarí)
  • Acampamento Grande
  • Barraca da Boca
  • Santo Antônio da Cachoeira
  • Boca do Jari
  • Tambaqui (nas margens do rio Amazonas)
  • São Tomé
  • Mazagão Velho
  • Mazagão
  • Mocambo
  • Pires
  • Táxi do Limão
  • Boa Vista (nas margens do rio Iratapuru)
  • Aciline
  • Boa Esperança
  • Monte Santo
  • Taperaba

Educação[editar | editar código-fonte]

Dentre os projetos do Plano de Desenvolvimento da Educação, vinculado ao Ministério da Educação, executado pelo INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, na Região Norte, Estado do Amapá, as Escolas Públicas Urbanas estabelecidas de Mazagão obtiveram os seguintes IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), em 2005:

IDEB, escola e ranking estadual
Nota Escola Ranking
3,0 Escola estadual Dr. Murilo Braga 101º
2,5 Escola estadual Manoel Queiroz Benjamim 127º

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (2007). «Mazagão - Histórico» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 11 de outubro de 2013. Cópia arquivada (PDF) em 5 de outubro de 2013 
  2. «Representantes». União Brasil. Consultado em 29 de setembro de 2022 
  3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (15 de janeiro de 2013). «Áreas dos Municípios». Consultado em 6 de novembro de 2017. Cópia arquivada em 6 de novembro de 2017 
  4. a b Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (30 de agosto de 2017). «Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com data de referência em 1º de julho de 2017» (PDF). Consultado em 6 de novembro de 2017 
  5. Atlas do Desenvolvimento Humano (29 de julho de 2013). «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Consultado em 9 de setembro de 2013. Cópia arquivada (PDF) em 8 de julho de 2014 
  6. a b Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2014). «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2014». Consultado em 6 de novembro de 2017. Cópia arquivada em 6 de novembro de 2017 
  7. «MAZAGãO - Prefeitura Municipal de Mazagão». www.mazagao.ap.gov.br. Consultado em 30 de agosto de 2022 
  8. «Arqueologia de Mazagão Velho». Sitio do Departamento de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco, Brasil. Consultado em 20 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 18 de janeiro de 2014 
  9. «Arqueologia da Vila Vistoza da Madre de Deus». Sitio do Departamento de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco, Brasil. Consultado em 21 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 22 de dezembro de 2011 
  10. «Vila Vistosa da Madre de Deus». BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Consultado em 21 de fevereiro de 2013 [ligação inativa]
  11. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. «Sinopse do Censo Demográfico de 2010» 
  12. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. «Informações Gerais - População» 
  13. Palha T de J, Ribeiro-Rodrigues EM, Ribeiro-dos-Santos A, Guerreiro JF, de Moura LS, Santos S. "Male ancestry structure and interethnic admixture in African-descent communities from the Amazon as revealed by Y-chromosome Strs". Am J Phys Anthropol. 2011 Mar;144 (3):471-8. Disponível em <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21302273/>. Acesso em 29 N0v. 2020.
  14. CARVALHO, Bruno Maia et al. "Mitochondrial DNA mapping of social-biological interactions in Brazilian Amazonian African-descendant populations". Genet. Mol. Biol. São Paulo, v. 31, n. 1, p. 12-22, 2008. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47572008000100002&lng=en&nrm=iso>. Access em 29  Nov.  2020.
  15. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017). «Divisão Regional do Brasil». Consultado em 6 de novembro de 2017. Cópia arquivada em 6 de novembro de 2017 
  16. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome IBGE_DTB_2017
  17. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1990). «Divisão regional do Brasil em mesorregiões e microrregiões geográficas» (PDF). Biblioteca IBGE. 1: 29. Consultado em 6 de novembro de 2017. Cópia arquivada (PDF) em 6 de novembro de 2017 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • AMARAL, Augusto Ferreira do (2007). Mazagão. A epopeia portuguesa em Marrocos 1 ed. Lisboa: Fundação Oriente e Comissão Portuguesa de História Militar. 518 páginas. ISBN 978-972-8799-56-4 
  • IBGE (1957). Enciclopédia dos municípios brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE. 363 páginas 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]