Meditações Cartesianas

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Meditações Cartesianas: Introdução à Fenomenologia é a reflexão de conjunto de Edmund Husserl sobre a problemática e o método da Fenomenologia. Estas reflexões foram inicialmente proferidas por Husserl, em alemão, numa série de conferências realizadas no Anfiteatro Descartes da Sorbonne, entre 23 e 25 de fevereiro de 1929. Nos dois anos seguintes, ele e o seu assistente, Eugene Fink, expandiram e melhoraram o texto dessas lições, o qual veio depois a ser publicado em livro, em língua francesa, com o mesmo título, em1931. O título Meditações Cartesianas deriva tão só do fato de se centrar em referências a Descartes e de terem sido proferidas naquele contexto em Paris.

Edmund Husserl, nunca publicou As Meditações Cartesianas em língua alemã. Este fato tem levado alguns comentadores a especular que Husserl não tinha ficado satisfeito com o trabalho, provavelmente relacionado com a introdução à Fenomenologia Transcendental ter ficado aquém dos seus objetivos. Para além disso, a colaboração de Fink , com a sua prolixidade e devaneio especulativo, não terá sido alheia a esse fato. Veio então a ser publicado pela coleção husserliana em 1950, numa cuidadosa edição de Stephan Strasser, como primeiro volume da série das obras de Edmund Husserl. Assim, existem ligeiras diferenças entre o texto original francês e o texto alemão.[1]

Conteúdo[editar | editar código-fonte]

Husserl retoma as meditações metafísicas de Descartes nas quais se inspira para as encaminhar no sentido da construção da Fenomenologia Transcendental. Os principais aspectos da Fenomenologia Transcendental de Husserl referem-se à redução transcendental – a epoché –, redução e fenomenologia eidética.

O trabalho está dividido em cinco meditações.

  • Primeira meditação: O caminho para o Ego Transcendental;
  • Segunda meditação: Abertura do campo de experiência transcendental segundo as suas estruturas universais;
  • Terceira meditação: A problemática constitutiva. Verdade e efetividade;
  • Quarta meditação: Desenvolvimento dos problemas constitutivos do próprio Ego Transcendental;
  • Quinta meditação: Desvendamento da esfera de ser transcendental como intersubjectividade monadológica.

Na 5ª meditação, interpela o Eu da angústia cartesiana. Qual o caminho da imanência do Eu para a transcendência do Outro? Reconfigura a psicologia através da fenomenologia. Através do método da redução fenomenológica atinge-se o Eu Transcendental.[2]

Referências

  1. Husserl, Edmund, Cartesianische Meditationen (Meditações Cartesianas: Introdução à Fenomenologia, trad. de Maria Gorete Lopes e Sousa, Porto, Rés, s.d.)
  2. Meditações Cartesianas. Conferências de Paris. Edmund Husserl. Edição – Phainomenon Clássicos de Fenomenologia. Centro de Filosofia Universitas Olisiponensis

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