Mestre Ferradura
Mestre Ferradura | |
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Presidente do Instituto Brasileiro de Capoeira-Educação e diretor do Projeto Brincadeira de Angola | |
Nascimento | 22 de janeiro de 1976 (46 anos) |
Nacionalidade | brasileiro |
Cidadania | Brasil |
Alma mater | Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro |
Omri Ferradura Breda, também conhecido como Mestre Ferradura (22 de janeiro de 1976), é um Mestre de Capoeira brasileiro, pedagogo, presidente do Instituto Brasileiro de Capoeira-Educação e diretor do Projeto Brincadeira de Angola.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Começou a praticar Capoeira no Rio de Janeiro, em 1991, na Escola de Capoeira Angola do Mestre Marrom, aonde começou a lecionar Capoeira em 1993. Mestre Ferradura recebeu a sua graduação de Mestre de Capoeira de Henrique Anastacio de Jesus, o Mestre Marrom, em 2010.[1] Se formou em pedagogia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, e se especializou em Educação Infantil. É criador e coordenador do Projeto Brincadeira de Angola, cuja finalidade é o ensino lúdico da capoeira aplicado a educação infantil.[2] No Instituto Brasileiro de Capoeira-Educação, projeto o qual preside, auxilia professores a compreenderem os conceitos da Capoeira-Educação.[3]
Contribuições no campo da Capoeira-Educação[editar | editar código-fonte]
Possui ampla projeção enquanto difusor do método Brincadeira de Angola, que é uma abordagem pedagógico-filosófica baseada no potencial educacional da capoeira, aplicando a capoeira como prática pedagógica transformadora na formação de sujeitos autônomos e desconstrução do racismo através da valorização das raízes africanas.[4][5] A base do método são os conhecimentos ancestrais da capoeira, passados de mestres a discípulos de forma tradicional. Equilibrando estes saberes populares com os conhecimentos acadêmicos, o método Brincadeira de Angola sugere uma Pedagogia da Capoeira.[6] Uma outra contribuição proeminente do Mestre Ferradura para a comunidade da Capoeira foi a produção do Movimento Novo, junto com o Mestre Itapuã Beira-Mar, que trouxe discussões acerca da da violência resultante do contato de capoeiristas de escolas diferentes e propôs uma interação pacífica para as novas gerações.[7][8]
Pesquisa e produção acadêmica[editar | editar código-fonte]
Há mais de uma década, o Mestre Ferradura tem atuado na formação de professores e divulgação da sua metodologia pedagógica no Brasil e na Europa. Entre suas referências acadêmicas, encontram-se Paulo Freire, Muniz Sodré, Marshall Rosemberg, Emília Viotti da Costa, Elisa Larkin Nascimento, Thomas E. Skidmore, Nestor Capoeira, Michel Foucault, A.S. Neil, Terry Orlick e Peter Slade.[9] Em seu trabalho de divulgação acadêmica, Mestre Ferradura viaja e integra diversos programas de formação e treinamento de professores e mestres em centros universitários pelo Brasil e no Mundo. Entre as instituições as quais seus cursos e simpósios foram ministrados, estão incluídas a UFRR, UFBA, USP e Museu da República.[10][11][12][13][14][15]
Entre seus artigos publicados, estão:
- A capoeira como prática educativa transformadora (2010)[9]
- A Capoeira como prática pedagógica na Educação Infantil (2015)[16]
- Capoeira e educação libertária para formação de sujeitos autônomos – as práticas de ensino nas rodas de rua do Rio de Janeiro (2019)[17]
- Ideologia racial brasileira: o racismo subjacente nas histórias em quadrinhos (2015)[18]
Sua obra também é referência acadêmica de diversos autores do campo da pedagogia e do estudo dos conhecimentos oriundos das matrizes africanas, influenciando e sendo citado em uma série de monografias.[19][20][21][22][23][24]
Ação social[editar | editar código-fonte]
As participações do Mestre Ferradura em projetos sociais vão desde participação pontual em atividades do terceiro setor quanto a projetos regulares como:
Quando a gente traz a capoeira de rua para eles, é um pouco de cultura, e um pouco de visibilidade. E ao mesmo tempo, trazer aquela ideia da roda, do olhar, do olho no olho, do carinho, do acolhimento, do pertencimento, e você saber que ali dentro você é somente mais um capoeirista.
A população de rua passa por um processo de invisibilização, e na hora da capoeira, nos necessariamente temos que olhar um para o outro, interagir, se tocar, conhecer um pouco dos sentimentos e das necessidades do outro. A autoestima do aluno é muito trabalhada a partir do momento que ele é visto, que ele é escutado, nas necessidades mais básicas de carinho, de acolhimento e de pertencimento.
- No Instituto Benjamin Constant, com o projeto de Capoeira para crianças cegas e com baixa visão[25]
- No DEGASE, com meninos institucionalizados cumprindo medidas sócio-educativas[26][27]
- O Capoeira de Rua, com pessoas em situação de rua[28][29]
- O IBCE pela Paz, em parceria com o Gingando Pela Paz, em parceria com a UNESCO e o Viva Rio[30]
Participações artísticas[editar | editar código-fonte]
Na área artística, carrega na bagagem trabalhos de direção de capoeira e parcerias em diversos campos, como com:
- A Intrépida Trupe, no espetáculo Kronos, tendo participado também da comissão de frente da Mocidade Independente de Padre Miguel, que no Carnaval de 1999 ganhou o "Prêmio Tamborim de Ouro".
- Com Paola Barreto Leblanc, quando assinou a direção de Capoeira e foi co-roteirista do filme “Maré Capoeira”[31]
- Com João Falcão, Diretor da “Ópera do Malandro”, quando fez a preparação corporal da trupe para a estreia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Portal da Capoeira
- Instituto Brasileiro de Capoeira-Educação
- Projeto Brincadeira de Angola
- Capoeira Rio de Janeiro
Referencias[editar | editar código-fonte]
- ↑ «Portal da Capoeira». www.capoeira.gov.br. Consultado em 27 de fevereiro de 2020
- ↑ «CEPE USP» (PDF)
- ↑ «Mestre Ferradura». IBCE (em inglês). Consultado em 28 de fevereiro de 2020
- ↑ «Capoeira na escola é uma janela para a desconstrução do racismo». CEERT. Consultado em 28 de fevereiro de 2020
- ↑ Capoeira, Rolha (7 de setembro de 2016). «Mestre Ferradura’s Great Insight on the Importance of Capoeira’s African Roots». www.capoeiranewsonline.com. Consultado em 28 de fevereiro de 2020
- ↑ «17 de julho de 2019 - Iê Camará». tribunadoceara.com.br. Consultado em 28 de fevereiro de 2020
- ↑ «Capoeira: O Último Movimento Novo (Com Vídeos)». Capoeira - Rio. 3 de janeiro de 2019. Consultado em 28 de fevereiro de 2020
- ↑ CAPOEIRA, Nestor (2002). O Novo Manual do Jogador. Rio de Janeiro: Record. 488 páginas. ISBN 978-8501048790
- ↑ a b «Educação Pública - Biblioteca - Educação Física e jogos». www.educacaopublica.rj.gov.br. Consultado em 28 de fevereiro de 2020
- ↑ «Mestres Dunga e Ferradura fazem oficinas de capoeira na UFRR». Globoesporte.com
- ↑ «O ensino e a difusão da capoeira foi debatido no XV Enecult – ENECULT» (em inglês). Consultado em 28 de fevereiro de 2020
- ↑ «CEPEUSP - Centro de Práticas Esportivas da USP – Simpósio Internacional de Capoeira». www.cepe.usp.br. Consultado em 28 de fevereiro de 2020
- ↑ Culturais, Mapas (8 de maio de 2019). «Mestre Ferradura». Mapas Culturais. Consultado em 28 de fevereiro de 2020
- ↑ «Projeto Capoeirando terá aulas gratuitas para o público infantil». Correio do Estado (em inglês). Consultado em 28 de fevereiro de 2020
- ↑ «Goiânia recebe curso de Formação Continuada em Capoeira na Educação Infantil | Revista Zelo». revistazelo.com.br. Consultado em 28 de fevereiro de 2020
- ↑ «Revista Educação Pública - A Capoeira como prática pedagógica na Educação Infantil». educacaopublica.cecierj.edu.br. Consultado em 28 de fevereiro de 2020
- ↑ «Revista Educação Pública - Capoeira e educação libertária para formação de sujeitos autônomos – as práticas de ensino nas rodas de rua do Rio de Janeiro». educacaopublica.cecierj.edu.br. Consultado em 28 de fevereiro de 2020
- ↑ Campos, Abigail Ferreira (17 de outubro de 2019). «O CONCEITO DE IDEOLOGIA NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS». Atena Editora: 283–290. ISBN 978-85-7247-718-5
- ↑ «Concepções de origem do ser humano e os conhecimentos das religiões de matriz africana» (PDF). Repositório UFRRJ
- ↑ «A capoeira como ferramenta metodológica na educação infantil: um relato de práticas educativas» (PDF). Monografias UFRN
- ↑ «Uma intervenção psicopedagógica para educadores sociais de capoeira» (PDF). IV Congresso Nacional de Educação - CONEDU
- ↑ «CONTRIBUIÇÃO DA CAPOEIRA NO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO PARA A PROMOÇÃO DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA: a experiência de um Centro Integrado de Educação Pública em Santa Bárbara d'Oeste/SP» (PDF). Repositório de Monografias da UNISAL
- ↑ «O convívio da diferença: práticas biopolíticas no jogo de dentro e no jogo de fora» (PDF). Respositório de Dissertações PUC-SP
- ↑ «CAPOEIRA ANGOLA NA ESCOLA MUNICIPAL NOVA MORADA: perspectivas e práticas educativas na construção das identidades culturais» (PDF). Repositório do Programa de Pós-Graduação da UFPE
- ↑ «Alunos fazem exibição de capoeira aos pais». www.ibc.gov.br. Consultado em 28 de fevereiro de 2020
- ↑ Bueno, Luzia (15 de dezembro de 2005). «Gêneros da Mídia Impressa no Material Didático e a Notícia Adaptada». Signum: Estudos da Linguagem. 8 (2). 9 páginas. ISSN 2237-4876. doi:10.5433/2237-4876.2005v8n2p9
- ↑ «Carioca nota 10: Mestre Ferradura»
- ↑ «Vidas Invisíveis: série mostra um novo perfil dos moradores de rua». R7.com. 11 de dezembro de 2019
- ↑ Como Será? | Rede de solidariedade ajuda pessoas em situação de rua no Rio de Janeiro | Globoplay, consultado em 28 de fevereiro de 2020
- ↑ «Gingando pela Paz Haiti completa quatro anos». Viva Rio. 1 de outubro de 2012. Consultado em 28 de fevereiro de 2020
- ↑ PortaCurtas. «Maré Capoeira». Porta Curtas. Consultado em 28 de fevereiro de 2020