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Amfilohije Radović: diferenças entre revisões

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Metropolita Amfilohije
Metropolita Amfilohije



Revisão das 20h09min de 8 de fevereiro de 2013

Metropolita Amfilohije

Amfilohije Radović (na lengua sérbia: Амфилохије Радовић), nasceu em 7 de janeiro de 1938. É o atual Metropolita da Metropolia de Montenegro e Litoral, com o título de Arcebispo de Cetinje.

BIOGRAFIA

Risto (Ристо) Radović, nome secular de Vladika Amfilohije, nasceu em Bare Radovića, na Baixa Moraca. No ano de 1985 foi nomeado Bispo de Banat, Sede Episcopal que ocupou até 1991. Nesse ano, foi eleito metropolita de Montenegro e Litoral pelo Sínodo do Patriarcado Sérvio, quando Montenegro e Sérvia compunham um só país, cargo que ostenta atualmente. Em13 de novembro de 2007, depois de que o Patriarca Pavle da Sérvia (1914-2009) havia sido trasladado a um centro clínico devido a sua saúde, o Santo Sínodo da Igreja Sérvia elegeu o Metropolita Amfilohije para levar a cabo os deveres do Patriarca, já incapacitado física e mentalmente. O Patriarca Pavle finalmente morreria em 15 de novembro de 2009, e Amfilohije continuou seu papel de guardião do Trono Patriarcal em caráter de "Locum Tenens". Ele deixou de exercer esse direito depois da eleição do bispo Irineo de Niš como novo Patriarca em 22 de janeiro de 2010.

O PAPEL DO METROPOLITA AMFILOHIJE DURANTE AS GUERRAS BALCÂNICAS

CARACTERÍSTICAS DE SEU PENSAMENTO ULTRANACIONALISTA

Vladika Amfilohije, Metropolita sérvio de Montenegro, é especialmente conhecido por sua adesão pública e militante ao ideário ultranacionalista que foi encarnado pelo ex presidente sérvio Slobodan Milosevic, o qual procurou a projeção de uma Grande Sérvia nos Bálcãs, pretendendo estender suas fronteiras até regiões de países vizinhos onde existiam grupos com significativas minorias sérvias. Durante a sangrenta década de 1990, instruído pelo bispo sérvio, Milosevic reuniu – fazendo uso de seu prestígio intelectual – os ultranacionalistas sérvios empenhados em conduzir a guerra, cometendo toda classe de violações aos direitos humanos, tal qual confirmado pelas investigações do Tribunal de Haya.


O bispo Amfilohije caracterizou-se, desde aquela época, por assentar as bases de um pensamento político e pseudo-religioso no qual se fundem e confundem conceitos tão díspares como Estado/Igreja, Nação/Religião e Expansão Nacional/Propagação da Fé. Em sua concepção ultra nacionalista, chegou a identificar também o destino da cristandade ortodoxa com o eventual êxito da aventura nacionalista liderada pelo antigo dirigente comunista Milosevic. Foi famosa a sua frase naquele contexto que dizia: Deus quer fazer coisas grandes por este povo e por isto o colocou no centro dos acontecimentos mundiais. [1]


O perfil ideológico do bispo Amfilohije é amplamente conhecido, inclusive em nível internacional, posto que um analista do periódico ‘La Vanguardia de España’, com data de 20 de Junho de 2008, escreveu em uma coluna de Política Internacional o que se pode ler a seguir: As guerras de Milosevic, com a intervenção massiva do Ocidente a favor das nações iugoslavas centrífugas, despertaram na Igreja Sérvia um nacionalismo cada vez mais agressivo. O máximo expoente desta linha é justamente o Metropolita Amfilohije. [2]


O periódico ‘La Nación’, da República Argentina, em uma nota publicada em 16 de novembro de 2009, quando descreve o perfil do bispo Amfilohije, na possibilidade de suceder ao falecido Patriarca Sérvio Pavle, faz a tal do seguinte modo: O influente bispo Amfilohije, (é) um nacionalista ultra conservador conhecido por sua posição adversa aos estândares ocidentais. [3]

SUA ATITUDE FRENTE À GUERRA DA CROÁCIA

Em 12 de Julho de 1991 – durante o avanço do exército iugoslavo sobre a Croácia – o bispo Amfilohije recebeu com grande júbilo no Monastério de Cetinje, a Zeljko Raznatovic (mais conhecido como Arkan) [4], que capitaneava, naqueles dias, a um grupo de paramilitares sérvios de ideologia cetnik, denominados Tigrovi – os tigres – chamados assim por conduzir ataques surpresa, fulminantes e de grande ferocidade. Arkan, junto a seus ‘combatentes’, convetera-se naquela época em ‘guardião’ de fato do Monastério São Pedro de Cetinje, sede onde reside até a atualidade o bispo Amfilohije. [5]


No outono boreal, em Novembro de 1991, o Metropolita Amfilohije cruzou as fronteiras de Montenegro e de sua própria jurisdição eclesiástica para seguir e juntar-se ao exército sérvio que avançava até a Croácia para perpetrar o assédio à cidade croata de Dubrovnik. Naquela ocasião, chegou inclusive a cantar com sua guzla para as tropas sérvias canções folclóricas como Mojkovacka Bitka, trova que se refere à Batalha de Mojkovacka – onde os montenegrinos enfrentaram o exército Austro-Húngaro, em 1916 – enquanto as tropas sérvias acantonadas bombardeavam a cidade sem descanso (aquele assédio estendeu-se por seis meses). Tambén visitou aos reservistas montenegrinos da Brigada Veljko Vlahovic, de Podgorica, a quem entregou crucifixos e ícones, enquanto lhes alentava a somar-se com entusiasmo à invasão da Croácia propiciada pelo governo da Sérvia. [6]


Na véspera do Natal de 1992, o bispo Amfilohije novamente recebeu o notório criminoso de guerra Arkan no Mosteiro de Cetinje de onde, na época, lançou um anátema contra aqueles que "querem separar da Sérvia Montenegro". Na mesma ocasião, disse o próprio Arkan – tomado de um frenesi nacionalista: "... e Skadar será nossa", mostrando sua intenção de invadir no futuro essa cidade albanesa [7].


Confrontado com as críticas e acusações posteriores sobre sua amizade manifesta e proteção àquele criminoso de guerra, o bispo Amfilohije defendeu-se dizendo: “Quem sou eu para impedir a alguém que quer entrar no mosteiro de Cetinje. Uma vez que o mosteiro é aberto a todos, Arkan (Zeljko Raznatovic) é de Rijeka, às margens do rio Crnojevic, um lugar perto de Cetinje, e é um montenegrino que veio para Cetinje para defendê-la desarmado”


Em abril de 1992, Amfilohije defendeu publicamente a "unificação de todas as terras sérvias" conclamando a "não deixar esta nova oportunidade, como a que foi perdida em 1918", revelando assim sua harmonia ideológica completa com o projeto da Grande Sérvia, apoiado por Milosevic. [8]


Mais tarde, em Fevereiro de 1995, Arkan casou-se, vestindo o uniforme militar montenegrino usado na época da Primeira Guerra Mundial, mas foi assassinado em Janeiro de 2000 por um jovem policial em questões relacionadas com o submundo. Apesar toda a história de crimes de guerra e as relações com o crime organizado, teve seu funeral em uma igreja ortodoxa sérvia, com as honras militares expressas por seus ex-companheiros, os Tigres.


SUA ATITUDE FRENTE À GUERRA DA BÓSNIA-HERZEGOVINA

Durante a guerra da Bósnia-Herzegovina, o bispo Amfilohije travou amizade com Radovan Karadzic (atualmente em julgamento pelo tribunal de Haya por genocídio, depois de ficar foragido da justiça por 15 anos). Durante os anos de guerra em que Karadzic foi presidente da República Sérvia, o bispo Amfilohije visitou-o com frequência e instigou seu exército criminoso a continuar a guerra até o amargo fim (lembrando que a limpeza étnica matou mais de 8000 homens muçulmanos em Srebrenica, muitos deles crianças). Amfilohije, é bem sabido, trabalhara ativamente para as minorias sérvias rejeitarem o plano de paz da ONU de 1993, conhecido como Plano Vans-Owen. Na noite em que os sérvios rejeitaram o plano de paz, o próprio bispo Amfilohije afirmou que "foi inspirado por São Lazar" (famoso santo e herói militar medieval sérvio que lutou contra a invasão otomana), acrescentando: "Eles decidiram, como São Lazar [...] para o reino dos céus ". [9]


No contexto dos dias turbulentos que se seguiram à rejeição do plano de paz da ONU, Amfilohije não hesitou em apoiar o também condenado criminoso de guerra Biljana Plavsic, um político proeminente da República Sérvia, que não hesitou em acusar Milosevic de ’traidor da nação’ por ser mais disposto a negociar o plano de paz. O nefasto professor de Biologia Biljana Plavsic, que desde novembro de 1992, fez parte do Comando Supremo da República Sérvia, era popularmente conhecido como o ’Imperador’ por causa de seu extremismo – muito mais virulento que o do próprio Milosevic. Anos depois, uma condenação exilou Biljana Plavsic na Suécia – de junho de 2003 a 2009 – por crimes de guerra. Ele expressou remorso durante o julgamento do Tribunal Penal Internacional pelos crimes da ex-Iugoslávia, no entanto, em uma entrevista para a cadeia alternativa de notícias ‘Banja Luka’, admitiu que mentiu porque não podia provar sua inocência devido à falta de testemunhas em seu favor. [10]


O bispo Amfilohije também recebeu negativamente plano de paz de 1994, e disse que […] a Bósnia é uma batalha pela soberania como forma de honrar a ortodoxia inteira, assim como a verdade e a alma para o mundo inteiro, a dignidade divina e a santidade do povo […] (demonstrando uma fenomenal conversa dupla, onde a ambição política confunde o regime sérvio com a Fé Cristã Ortodoxa).


Neste contexto político, o bispo sérvio de Montenegro, Amfilohije Njegos, foi condecorado com a Ordem, em reconhecimento do mérito por suas ações políticas e militares na Bósnia-Herzegovina, pelo referido criminoso de guerra Radovan Karadzic (presidente da República Sérvia de 1992 a 1996). [11]


Em 1996, o bispo Amfilohije publicou um livro chamado ‘O Cordeiro de Deus e da Besta do Abismo’, pela Editora Svetigora, de propriedade de sua diocese. Nesse livro, Radovan Karadzic participa para postar seus ensaios sobre a sua visão particular de ‘Guerra Ortodoxa’. Mais tarde, foram apresentadas inúmeras denúncias do Tribunal de Haya por suspeitas de que o bispo Amfilohije houvesse dado proteção em mosteiros de Montenegro a esse criminoso de guerra procurado. Karadzic foi finalmente preso na Sérvia, em Julho de 2008, onde atuava como especialista em uma clínica médica alternativa em Belgrado.