Miguel Relvas
Miguel Relvas | |
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Miguel Relvas | |
Ministro(a) de Portugal | |
Período | XIX Governo Constitucional de Portugal |
Antecessor(a) | Jorge Lacão |
Sucessor(a) | [ Dois Ministros ]
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Dados pessoais | |
Nascimento | 5 de setembro de 1961 (62 anos) Lisboa, Portugal |
Alma mater | Universidade Lusofona |
Partido | Partido Social Democrata |
Profissão | Gestor |
Miguel Fernando Cassola de Miranda Relvas (Lisboa, 5 de setembro de 1961) é um político português e antigo governante do Partido Social Democrata. Foi deputado durante mais de 20 anos, desempenhou funções de Secretário de Estado da Administração Local durante o XV Governo Constitucional de Portugal e de Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares durante o XIX Governo Constitucional de Portugal.[1]
Biografia[editar | editar código-fonte]
Nascido em Lisboa, viveu em Angola até aos 10 anos, altura em que voltou para Portugal para viver como interno no Colégio Nun'Álvares, em Tomar.[2]
É licenciado em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade Lusófona.[3] É casado e tem 3 filhos.[4][5]
Percurso Político e Profissional[editar | editar código-fonte]
Com 19 anos filiou-se na Juventude Social Democrata, no seguimento do desaparecimento de Francisco Sá Caneiro. Nesta organização integrou o grupo de Carlos Coelho, Pedro Pinto e Pedro Passos Coelho. Com 26 anos, em 1987, foi eleito Secretário-Geral da JSD, cargo que desempenhou até 1989. Entre 1990 e 1992 foi 1º Vice-Presidente da liderança de Pedro Passos Coelho.[6]
Foi eleito pela primeira vez Deputado à Assembleia da República em novembro de 1985, com a primeira vitória do PSD por maioria relativa, sob a liderança de Aníbal Cavaco Silva.[7]
Já no Partido Social Democrata, foi presidente da Distrital do PSD de Santarém entre 1995 e 2002, e integrou a Comissão Política Nacional na qual foi por duas vezes Secretário-Geral, em 2004 e em 2010. Entre 2006 e 2008 desempenhou também as funções de Vice-Presidente do Instituto Sá Carneiro. Miguel Relvas foi eleito deputado em sete legislaturas consecutivas, da IV à X legislatura e posteriormente na XII Legislatura.[8]
Na Assembleia da República desempenhou diversos cargos ao longo de um percurso de quase 26 anos enquanto Deputado. Foi membro das Comissões Parlamentares de Administração e Ordenamento do Território, Poder Local e Ambiente, da Defesa Nacional, da Juventude, das Obras Públicas, e dos Transportes e Comunicações. Teve também a oportunidade de presidir à Comissão Parlamentar de Obras Públicas, Transportes e Comunicações na X Legislatura.[8]
Ao longo dos anos manteve a ligação a Tomar, onde foi eleito e desempenhou as funções de Presidente da Assembleia Municipal, de 1997 a 2009. Em 2001 foi também Presidente da Região de Turismo dos Templários e diretor da revista "Templários - Turismo", cargos que desempenhou até 2002.[8]
No Governo[editar | editar código-fonte]
É com Durão Barroso, no XV Governo Constitucional, que Miguel Relvas assume pela primeira vez uma posição de maior relevância no governo, ao assumir a pasta de Secretário de Estado da Administração Local, no Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território.
Em 2011, no XIX Governo Constitucional, liderado por Pedro Passos Coelho, é nomeado Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, onde entre outras pastas foi responsável pela implementação a Reforma Administrativa.[9] Miguel Relvas pediu a demissão em 4 de abril de 2013, a seu pedido e para surpresa dos membros do Governo.[10] Após a sua saída do Governo, Miguel Relva e Paulo Júlio. que foi seu Secretário de Estado da Administração Local, escreveram o livro O Outro Lado da Governação, sobre a Reforma da Administração Local implementada pelo XIX Governo.[11]
Vida empresarial[editar | editar código-fonte]
A par da sua carreira política manteve atividade profissional ativa enquanto consultor de empresas como a Euromedics, a GIBB – Portugal, a Sociedade Barrocas, Sarmento e Neves, e a Roff.
Fora da política ativa desde 2013, reforça a sua posição no mundo empresarial, com especial enfoque no Brasil, América Latina e Índia. Assume a posição de Senior Adviser na Roland Berger[12] e tem vindo a ser presença assídua na imprensa portuguesa, nomeadamente comentador da CNN Portugal.[13][14]
Controvérsias[editar | editar código-fonte]
Exclusão das listas de Deputados[editar | editar código-fonte]
Em agosto de 2009 Manuela Ferreira Leite retirou das listas a deputados os seus potenciais opositores, ao rejeitar as candidaturas de Pedro Passos Coelho à distrital de Vila Real e do seu principal apoiante nas eleições internas, Miguel Relvas em Santarém. A líder recuperou o nome de Pacheco Pereira, para Santarém, distrito de onde Miguel Relvas é originário e pelo qual tinha sido deputado nas últimas sete legislaturas. Quanto a Pedro Passos Coelho na lista de Vila Real a escolha acabou por recair sobre Montalvão Machado.[15][16]
Maçonaria[editar | editar código-fonte]
Integrou como membro a Maçonaria através da Loja Universalis do Grande Oriente Lusitano,[17] da qual se terá afastado[18].
Caso Lusófona[editar | editar código-fonte]
A Universidade Lusófona esteve envolvida num escândalo ao terem sido identificados numa inspeção do Ministério da Educação 398 casos que levantaram questões sobre a atribuição do grau de licenciatura, nos quais se incluía a atribuição deste grau académico a Miguel Relvas.[19] O então ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares terá obtido uma licenciatura por processo de equivalência ao abrigo do processo de Bolonha, segundo o qual, as universidades têm autonomia para atribuir as referidas equivalências.
No seguimento da inspeção do Ministério da Educação e do respetivo relatório, o Ministério Público instaurou um processo no Tribunal Administrativo de Lisboa contra a Universidade Lusófona, por causa de eventuais ilegalidades encontradas na referida licenciatura. A inspeção foi realizada pelo Ministério da Educação entregue ao Ministro da Educação Nuno Crato, que deu origem a um processo no Tribunal Administrativo de Lisboa.[20] Em 29 de junho de 2016, este Tribunal considerou nulo o grau de licenciado pela Universidade Lusófona. Miguel Relvas, apesar de poder recorrer, não contestou e optou por concluir as duas disciplinas anuladas.[21][22][23]
No ano seguinte, em 2017, Miguel Relvas completou as duas disciplinas que o Tribunal Administrativo havia considerado irregulares, nomeadamente Direito Administrativo e Teoria das Relações Internacionais, obtendo desta forma a licenciatura.[24]
Outros casos[editar | editar código-fonte]
Outro caso, foi o da empresa Tecnoforma, onde na data era administrador Pedro Passos Coelho. O caso foi alvo de queixa de eurodeputada Ana Gomes ao Gabinete da Luta Anti-fraude da União Europeia (OLAF), que abriu um processo de investigação.[25] Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) também abriu inquérito devido às suspeitas dos crimes de desvio de fundos, corrupção, prevaricação e tráfico de influências. Miguel Relvas não foi constituído arguido nem acusado neste processo.[26]
Em 2017 é o próprio Ministério Público que arquiva o processo, considerando não ter existido crime na atividade da empresa.[27]
Obras[editar | editar código-fonte]
- O Outro Lado da Governação - A reforma administrativa local, Porto, Porto Editora, 2015
Referências[editar | editar código-fonte]
- ↑ «Miguel Relvas | Wook». www.wook.pt. Consultado em 18 de janeiro de 2023
- ↑ Três secretários de Estado são de Tomar
- ↑ «Miguel Relvas já tem licenciatura». www.dn.pt. Consultado em 18 de janeiro de 2023
- ↑ «Casamento de Relvas e Marta Sousa com 200 convidados»
- ↑ «Miguel Relvas apaixonado». Arquivado do original em 17 de julho de 2012
- ↑ «Miguel Relvas, ″braço-direito″ de Passos Coelho». www.jn.pt. Consultado em 18 de janeiro de 2023
- ↑ «As legislaturas da Assembleia da República». www.parlamento.pt. Consultado em 18 de janeiro de 2023
- ↑ a b c «Biografia». www.parlamento.pt. Consultado em 18 de janeiro de 2023
- ↑ «O superministério de Miguel Relvas». www.dn.pt. Consultado em 18 de janeiro de 2023
- ↑ publico.pt (4 de abril de 2013). «Miguel Relvas sai do Governo e Crato vai anular-lhe a licenciatura». Consultado em 4 de abril de 2013
- ↑ Portugal, Rádio e Televisão de. «Durão Barroso apresentou livro de ex-ministro Miguel Relvas». Durão Barroso apresentou livro de ex-ministro Miguel Relvas. Consultado em 18 de janeiro de 2023
- ↑ «Miguel Relvas é o 22.º mais poderoso da economia». www.jornaldenegocios.pt. Consultado em 18 de janeiro de 2023
- ↑ «Miguel relvas | CNN Portugal». cnnportugal.iol.pt. Consultado em 18 de janeiro de 2023
- ↑ Antunes, Miguel Santos Carrapatoso, Rui Pedro. «Miguel Relvas está de volta: antigo ministro vai ter espaço de comentário na CNN Portugal». Observador. Consultado em 18 de janeiro de 2023
- ↑ «PSD: Não há lugares para opositores». www.jn.pt. Consultado em 18 de janeiro de 2023
- ↑ «Miguel Relvas nos Assuntos Parlamentares assume reforma administrativa». www.jornaldenegocios.pt. Consultado em 18 de janeiro de 2023
- ↑ «Relvas e presidente da Lusófona são «irmãos» na maçonaria». tvi24. 12 de Julho de 2012. Consultado em 13 de julho de 2012
- ↑ Miguel Relvas assume que foi maçom (e “afastou-se voluntariamente”), por ZAP - 18 Janeiro, 2019
- ↑ «Nuno Crato: "É minha convicção que licenciatura de Relvas não é válida"». www.jornaldenegocios.pt. Consultado em 19 de janeiro de 2023
- ↑ Jornal de Notícias. «Licenciatura de Miguel Relvas leva Universidade Lusófona a julgamento». 2013-06-26
- ↑ «Miguel Relvas perde a licenciatura». TSF. 30 de junho de 2016. Consultado em 30 de junho de 2016
- ↑ «MIguel Relvas perde a licenciatura». TVI. 30 de junho de 2016. Consultado em 30 de junho de 2016
- ↑ «Tribunal decide que licenciatura de Miguel Relvas é nula». Jornal de Notícias. 30 de junho de 2016. Consultado em 30 de junho de 2016
- ↑ «Miguel Relvas voltou a estudar e já tem licenciatura». www.jornaldenegocios.pt. Consultado em 3 de janeiro de 2023
- ↑ <a href="http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=655198&tm=9&layout=121&visual=49" style="font-size: 1em; line-height: 1.5em;">http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=655198&tm=9&layout=121&visual=49</a>
- ↑ http://www.ionline.pt/artigos/portugal/dciap-investiga-corrupcao-trafico-influencias-no-caso-tecnoforma
- ↑ Simões, Sónia. «Tecnoforma. Ministério Público arquiva processo contra Passos Coelho e Miguel Relvas». Observador. Consultado em 19 de janeiro de 2023
Precedido por Rui Gomes da Silva (como ministro Adjunto do Primeiro-Ministro) Jorge Lacão (como ministro dos Assuntos Parlamentares) |
Ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares XIX Governo Constitucional 2011 – 2013 |
Sucedido por Miguel Poiares Maduro (como ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional) Luís Marques Guedes (como ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares) |
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