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Miguel VIII Paleólogo

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Miguel VIII Paleólogo

Miguel VIII Paleólogo, pintura
Imperador Bizantino
Reinado 1259 - 1282
Consorte Teodora Ducena Vatatzina
Antecessor(a) João IV Láscaris
Sucessor(a) Andrónico II Paleólogo
Nascimento 1224
Morte 11 de dezembro de 1282 (58 anos)
Dinastia Paleólogo
Pai Andrônico Ducas Comneno Paleólogo
Mãe Teodora Angelina Paleóloga
Filho(s) Com Teodora:
Manuel Paleólogo
Irene Paleóloga
Andrônico II Paleólogo
Ana Paleóloga
Constantino Paleólogo
Teodora Paleóloga
Eudócia Paleóloga
Teodoro Paleólogo
Com uma concubina:
Eufrósine Paleóloga
Maria Paleóloga

Miguel Comneno Ducas Ângelo Paleólogo (em grego: Μιχαήλ Δούκας Κομνηνός Παλαιολόγος; romaniz.: Mikhael Doukas Komnēnós Palaiologos; 122411 de dezembro de 1282), conhecido como Miguel VIII, foi imperador bizantino de 1259 a 1282.[1] Casou em 1253 com Teodora Ducena Vatatzina, sobrinha-neta do antigo imperador João III Ducas Vatatzes, que lhe deu 5 filhos.

Chegada ao trono

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Império Bizantino em 1265

Miguel, da família dos Paleólogo, sobe ao trono do Império de Niceia (resultante da divisão do Império após a tomada de Constantinopla pelos Cruzados em 1204) em 1259, pouco depois da morte do imperador Teodoro II Láscaris, associando-se ao herdeiro legítimo João IV Láscaris que na altura tinha apenas 8 anos, após a morte de Jorge Muzalon co-regente nomeado por Teodoro. Um ano depois mete mãos à obra para realizar a sua ambição: a reconquista de Constantinopla. Para tal, alia-se a Génova e um dos seus generais passa meses a estudar a cidade, à espera do melhor momento para atacar. Esse momento chega em Julho de 1261: quando a maioria do exército latino estava fora da cidade, bizantinos e genoveses conseguem abrir as portas da cidade (com ajuda de locais) e retomam Constantinopla aos Latinos. No poder, Miguel manda cegar e desterrar João IV e proclama-se senhor do Império Bizantino, o que lhe vale ser excomungado pelo patriarca de Constantinopla Arsénio I, tutor do legítimo herdeiro, excomunhão essa que só será levantada sete anos mais tarde, com a tomada de posse de novo patriarca. Mais: para assegurar uma sucessão sem sobressaltos aos seus descendentes, casou todas as irmãs de João IV com príncipes estrangeiros, de forma a que os seus filhos não pudessem reclamar o trono de Constantinopla.

A sua principal ambição era retornar o Império Bizantino à sua glória de outrora. Aboliu todos os costumes introduzidos pelos conquistadores latinos e restabeleceu muitas das antigas instituições e cerimónias bizantinas de antigamente. Estabeleceu acordos de paz com o Principado da Acaia (1263) (que havia sido incitado pelo papa romano a atacar Niceia) que lhe cedeu terrenos na Moreia, e com o Despotado do Epiro (1264). No entanto, Miguel falha em trazer o império até às fronteiras do início do século XIII: o norte dos Bálcãs foi tomado pelos Búlgaros e Sérvios, o império de Trebizonda permaneceu independente até à conquista otomana, Creta continuou sob controlo franco até 1489, altura em que foi cedida aos venezianos, o Despotado do Epiro, o Reino de Tessalónica, o principado da Moreia e o Ducado de Atenas, na posse dos Francos.

Moeda de ouro cunhada para celebrar a tomada de Constantinopla aos Cruzados: mostra a Virgem e o Menino, Miguel VIII Paleólogo apresentado por São Miguel (em pé, atrás de si); circa 1261.

Para separar o papa dos seus antigos aliados, Miguel decidiu unir a Igreja Católica à Ortodoxa, e efectivamente em 1274, no Segundo Concílio de Lyon forma-se uma ténue aliança entre as duas igrejas. Esta aliança vem com um preço, todavia: as cadeias de Constantinopla enchem-se de gente descontente com a união. União essa que será algo efémera: o papa Martinho IV, com uma pequena ajuda de Carlos de Anjou, rei da Sicília, excomunga Miguel. Como vingança, o basileu bizantino manipula a Companhia Catalã de modo a que ataquem a Sicília, o que corta o reino de Carlos em metade.

Ao reconstruir o Império Bizantino, Miguel restaurou a velha administração, porém sem se esforçar por corrigir os seus abusos, e ao reduzir a cunhagem de moeda apressou a decadência do comércio bizantino. Miguel morreu na Trácia em dezembro de 1282, mas a sua dinastia continuou durante quase dois séculos, mais do que qualquer outra dinastia romana.

Miguel e Teodora Ducena Vatatzina tiveram sete filhos:

Com uma concubina, da família Diplovatatzina, Miguel teve também duas filhas ilegítimas:

Referências

  1. Kleinhenz, Christopher (2017). Routledge Revivals: Medieval Italy (2004): An Encyclopedia (em inglês). II. Abingdon-on-Thames: Taylor & Francis. p. 1178. ISBN 9781351664431 

Precedido por
João IV Láscaris
Imperador bizantino

1259 — 1282
Sucedido por
Andrónico II Paleólogo