Pelados em Santos

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"Pelados em Santos"
Pelados em Santos
Single de Mamonas Assassinas
do álbum Mamonas Assassinas
Lançamento julho de 1995
Formato(s) CD single
Gênero(s) Rock cômico, pop rock, brega
Duração 3:21
Gravadora(s) EMI
Composição Dinho
Produção Rick Bonadio
Cronologia de singles de Mamonas Assassinas
"Vira-Vira"
(1995)

"Pelados em Santos" é uma canção da banda brasileira Mamonas Assassinas, lançada como single de seu álbum homônimo de 1995.[1] Foi a 3.ª música mais tocada no país no ano de seu lançamento.[2]

Composição e gravação[editar | editar código-fonte]

O embrião da banda Mamonas Assassinas foi formado em 1989 por Bento Hinoto e pelos irmãos Sérgio e Samuel Reoli com o nome Utopia; Dinho e Júlio Rasec juntaram-se depois, fechando a formação definitiva. Originalmente, o grupo contava com um repertório formado por músicas sérias e versões de artistas como Titãs.[3] A canção que viria a se tornar "Pelados em Santos" começou a ser composta em 1991–pelo menos um verso foi escrito. No ano seguinte, durante uma viagem de fim de semana a Praia Grande, na Baixada Santista, na qual estavam Dinho, Samuel Reoli e sua namorada Cátia, o vocalista pegou um violão e começou a cantar o trecho, além de perguntar aos amigos qual seria o carro mais brega que eles conheciam para adicionar à letra; a resposta foi uma Brasília de cor amarela com rodas gaúchas.[nota 1][6]

Em 1992, a Utopia contratou o produtor Rick Bonadio, dono de um estúdio onde gravava novos artistas, para produzir um álbum independente autointitulado. Com tiragem de mil cópias, foi um grande fracasso comercial, vendendo pouco mais de cem discos. Após isso, Dinho seguiu fazendo pequenos trabalhos no estúdio. Certo dia, uma dupla sertaneja não compareceu ao estúdio, deixando um horário livre. O cantor, então, pediu para passar a noite gravando algumas músicas cômicas para tocar em um churrasco; dentre elas, estava a canção chamada "Mina (Minha Pitchulinha)", mais lenta e com vocal brega semelhante ao de Reginaldo Rossi–a letra foi finalizada apenas durante as gravações.[3][7] Os produtores Bonadio e Rodrigo Castanho a acharam extremamente engraçada e com potencial de sucesso, e sugeriram misturar as letras com uma sonoridade mais rock. O grupo foi convencido a mudar de perfil e assumir o lado cômico de vez, passando a adotar o nome Mamonas Assassinas. Após isso, uma nova gravação da demo foi feita. "Mina (Minha Pitchulinha)" ficou mais pesada e passou a ser chamada "Pelados em Santos"; outras duas canções foram gravadas, "Robocop Gay" e "Vira-Vira", e colocadas em uma fita demo a ser enviada para grandes gravadoras, das quais a EMI aceitou contratar o grupo.[8]

Com relação à parte instrumental, assim como todas as canções do Mamonas, é possível perceber influências e citações de outras obras que influenciaram a sonoridade do grupo. Nesta música, há uma clara referência à "Crocodile Rock", de Elton John.[9]

Videoclipe[editar | editar código-fonte]

Uma imagem do clipe da canção.

A canção ganhou um videoclipe,[10][11] um dos dois únicos clipes da banda, juntamente com Vira-Vira.

O clipe nada mais é do que um retrato dos Mamonas Assassinas. Assim como as roupas com que habitualmente se apresentavam nos shows e na TV, o cenário e o figurino (em partes do clipe, Júlio aparece caracterizado como um mariachi) representam a alegria e a intenção de humor dos integrantes. Além disso, o videoclipe também mescla elementos reais com elementos de animação (a aparência de desenho animado ajuda na hora de fazer paródias), conferindo ao clipe todo o clima de descontração tão característico da banda.[12]

A mulher loira com vestido vermelho que arrancava suspiros dos Mamonas Assassinas no clipe é a modelo e apresentadora Nereide Nogueira.[13][14]

Outras versões e covers[editar | editar código-fonte]

Ainda como Banda Utopia, eles já haviam gravado uma versão um pouco diferente (estilo Reginaldo Rossi), que mais tarde estaria na versão relançada do álbum A Fórmula do Fenômeno, intitulada "Mina (Minha Pitchulinha)".[15] A canção também ganhou uma versão em espanhol, intitulada "Desnudos en Cancún", que foi lançada na coletânea Atenção, Creuzebek: a Baixaria Continua!, em 1998.[16]

Versão dos Titãs[editar | editar código-fonte]

"Pelados em Santos"
Single de Titãs
do álbum As Dez Mais
Lançamento 2000
Gravação 2000
Gênero(s) Pop rock
Duração 3:23
Gravadora(s) WEA
Composição Alecsander Alves
Produção Jack Endino
Cronologia de singles de Titãs
"Sua Impossível Chance"
(1998)
"Aluga-se"
(2000)

"Pelados em Santos" foi regravada pelos também paulistas Titãs, em seu álbum de covers As Dez Mais, lançado em 1999. Eles também lançaram um videoclipe para a canção,[17] que conta com as participações especiais de Carlos Moreno e das atrizes Bárbara Paz (ainda antes de ser famosa) e Cheila Ferlin, que aparecem de topless. O vídeo foi dirigido por Washington Olivetto e Andres Bukowski e faz uma sátira à famosa propaganda da esponja de aço Bombril, com os membros vendendo diversos produtos. Segundo os integrantes, a ideia de convidar Washington era "brincar com a fama de sermos uma banda comercial. Pensamos em cantar como se fizéssemos um comercial da canção, que é a razão de um clipe existir".[18]

Prêmios e indicações[editar | editar código-fonte]

Ano Prêmio Versão Categoria Resultado Ref.
1996 Troféu Imprensa Mamonas Assassinas Melhor Música Venceu [carece de fontes?]
2000 MTV Video Music Brasil Titãs Escolha da Audiência Indicado[carece de fontes?]

Notas

  1. "Gaúcha" era um termo utilizado para se referir a um modelo de rodas de liga leve aftermarket [en] produzido pela empresa Alemão Rodas e Pneus, do Rio Grande do Sul, e muito utilizado em carros populares entre os anos 1970 e 1980.[4][5]

Referências

  1. folha.uol.com.br/ Criança canta 'suruba' dos Mamonas Assassinas
  2. mofolandia.com.br/ Arquivado em 20 de agosto de 2013, no Wayback Machine. Músicas mais tocadas de 1995
  3. a b Grutter, Felipe (23 de julho de 2020). «25 anos de Mamonas Assassinas: Como um disco com temas polêmicos, letras politicamente incorretas e guitarras pesadas roubou a atenção do Brasil». Rolling Stone Brasil. Consultado em 16 de janeiro de 2024 
  4. Rozen, Marcos (13 de julho de 2016). «Clássico dos anos 70, a roda Cruz de Malta está de volta». Quatro Rodas. Consultado em 15 de janeiro de 2024 
  5. Contesini, Leonardo (8 de abril de 2022). «As rodas aftermarket mais icônicas do Brasil». FlatOut!. Consultado em 15 de janeiro de 2024 
  6. Silva, Victória (21 de setembro de 2020). «Pelados em Praia Grande? A história por trás da música mais famosa dos Mamonas». Juicy Santos. Consultado em 14 de janeiro de 2024 
  7. Chapeleta, Marcos (2 de março de 2016). «Produtor relembra gravação da demo dos Mamonas Assassinas». Ligado à Música. Consultado em 16 de janeiro de 2024 
  8. Editora, On Line; Editora, Personalidades On Line (18 de março de 2016). Mamonas Assassinas - Revista Personalidades Especial. [S.l.]: On Line Editora. p. 5–6 
  9. Francioni, Cláudio (3 de março de 2016). «Mamonas Assassinas e suas divertidas influências». SRZD. Consultado em 15 de janeiro de 2024. Arquivado do original em 5 de abril de 2016 
  10. globoplay.globo.com/ Reveja bastidores da gravação de clipe dos Mamonas Assassinas
  11. rollingstone.uol.com.br/ Arquivado em 8 de novembro de 2016, no Wayback Machine. Clipe da música "Pelados em Santos"
  12. «Musa de 'Pelados em Santos' mostra fotos inéditas dos bastidores e revela flerte com integrante do Mamonas Assassinas». Extra Online. 26 de março de 2021. Consultado em 13 de agosto de 2021 
  13. g1.globo.com/ "Muito divertido", diz musa de clipe dos Mamonas Assassinas sobre gravação
  14. caras.uol.com.br/ Lembra dela? Veja como está a musa do clipe "Pelados em Santos", dos Mamonas Assassinas
  15. ligadoamusica.com.br/ Produtor relembra gravação da demo dos Mamonas Assassinas
  16. ego.globo.com/ "Mamonas Assassinas": 20 anos após acidente fatal, relembre curiosidades
  17. Beldades da música: Mulheres que já participaram de clipes musicais noticias.bol.uol.com.br
  18. Rubens Paiva, Marcelo (29 de outubro de 1999). «"Somos uma estatal gigante", diz Nando Reis». Folha de S.Paulo (25776): Ilustrada 18. Consultado em 11 de julho de 2017