Hyman Minsky

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Hyman Minsky
Hyman Minsky
Nascimento 23 de setembro de 1919
Chicago
Morte 24 de outubro de 1996 (77 anos)
Rhinebeck
Cidadania Estados Unidos
Alma mater
Ocupação economista
Empregador(a) Universidade Washington em St. Louis, Universidade da Califórnia em Berkeley

Hyman Philip Minsky (Chicago, 23 de setembro de 1919 - Rhinebeck, 24 de outubro de 1996) foi um economista americano pós-keynesiano. É conhecido por seus estudos sobre as crises financeiras e sua ligação com o ciclo econômico. Suas análises exerceram grande influência, não apenas na academia mas também nos meios financeiros.[1][2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Hyman Minsky era filho de dois imigrados mencheviques bielorrussos, que haviam deixado a Rússia após a revolução de 1905. Ambos eram militantes socialistas. Seu pai era membro da seção judaica do Partido Socialista americano, em Chicago.

Em 1941, Minsky conclui seu curso de graduação em matemática na Universidade de Chicago. Depois disso, orienta-se para o estudo da economia. Em Chicago, é influenciado pelos trabalhos de Oskar Lange, Henry Simons, Jacob Viner e Frank Knight.[3] No verão de 1942, trabalha para Leontief em Harvard, onde permanecerá para prosseguir seus estudos. De 1943 a 1946, serve ao exército americano na Europa. Após a guerra, retorna a Harvard e prepara sua tese sob a direção de Schumpeter e obtém seu doutorado em 1954.[4]

Minsky iniciou-se no pensamento de Keynes através da leitura de A Treatise of Probability, obra na qual Keynes examina a tomada de decisão dentro de um contexto de incerteza. De 1949 a 1957, Minsky ensina na Universidade Brown e de 1957 a 1965 em Berkeley. De 1965 até sua morte, Hyman Minsky foi professor de economia da Universidade Washington em St. Louis.

Teorias[editar | editar código-fonte]

Uma das ideias centrais de Minsky, apresentada em Stabilizing an Unstable Economy (2008), é a de que a estabilidade engendra a instabilidade, pois o desequilíbrio é inerente ao capitalismo: cansados de lucros moderados, os investidores, nos períodos de crescimento, começam a correr maiores riscos, comprometendo a estabilidade do sistema. Então, apenas uma regulação financeira pode limitar a especulação e prolongar o crescimento de maneira estável.[5]

O momento Minsky[editar | editar código-fonte]

Chama-se momento Minsky o ponto do ciclo de crédito ou do ciclo econômico em que os especuladores superendividados são obrigados a vender em massa os seus ativos, para fazer face às suas necessidades de liquidez, deflagrando uma espiral de baixa autoalimentada do preço desses ativos e uma redução da liquidez. Os "investidores" começam a ter problemas de tesouraria, devido à subida vertiginosa da dívida assumida para financiar os investimentos especulativos.[6] Nesse ponto, começa a grande venda, mas nenhum comprador pode ser encontrado a preços tão elevados, o que leva a uma queda abrupta nos preços dos ativos e a uma acentuada redução da liquidez no mercado.[7] A expressão "momento Minsky" foi inventada por Paul McCulley, da PIMCO, em 1998, para descrever a crise financeira russa de 1998.[8] O momento Minsky ocorre depois de um longo período de prosperidade e de investimentos crescentes, o que incentiva o aumento da especulação usando dinheiro emprestado.[9]

Alguns, como McCulley, consideram o início da crise financeira de 2007-2010 como um momento Minsky,[10] McCulley estabelece o momento em agosto de 2007 enquanto outros consideram que tenha sido um pouco antes, em junho de 2007, com a quebra da Bear Stearns.

O conceito tem alguns paralelos com a teoria austríaca do ciclo econômico[11] embora Minsky fosse conhecido como um "radical" keynesiano.

Obras[editar | editar código-fonte]

  • « Monetary Systems and Accelerator Market Changes », American Economics Review, 1957.
  • « Central Banking and Money Market Changes », Quaterly Journal of Economics 1957,
  • « Can "It" Happen Again? », 1963, in Carson, editor, Banking and Monetary Studies.
  • « Longer Waves in Financial Relations: Financial factors in more severe depressions », 1964, AER.
  • « The Modeling of Financial Instability: An introduction », 1974, Modelling and Simulation.
  • John Maynard Keynes, 1975. Columbia University Press

Referências

  1. John Edward King, A History of Post Keynesian Economics Since 1936, Edward Elgar Publishing, 2002, p. 114.
  2. Ver, por exemplo, « The Minsky Moment », por John Cassidy, The New Yorker, e « In Times of Tumult, Obscure Economist Gain Currency », por Justin Lanhart, The Wall Street Journal, 18 de agosto 2007.
  3. "Hyman Minsky et le capitalisme rongé par l'instabilité financière", por Gilles Dostaler.Alternatives économiques, n° 258, maio de 2007, p.75
  4. Philip Arestis e Malcolm C. Sawyer, "Hyman P. MINSKY" in A biographical dictionary of dissenting economists, Edward Elgar Publishing, 2000
  5. James K. Galbraith, Mais qui sont donc ces économistes ?, La Vie des idées, 23 de fevereiro de 2010
  6. O "Momento Minsky". A presença de Minsky. Por Márcia Pinheiro. Originalmente publicado em Valor Econômico, 31 de julho de 2009.
  7. In praise of ... Hyman Minsky, The Guardian, 22 de agosto de 2007 
  8. Lahart, Justin (18 de agosto de 2007), «In Time of Tumult, Obscure Economist Gains Currency; Mr. Minsky Long Argued Markets Were Crisis Prone; His 'Moment' Has Arrived», The Wall Street Journal 
  9. Belluzzo, Luiz Gonzaga (7 de março de 2010). «O momento Minsky». Folha de S.Paulo. Consultado em 22 de setembro de 2020 
  10. Global Central Bank Focus Arquivado em 6 de fevereiro de 2010, no Wayback Machine., por Paul McCulley.
  11. Prychitko, David L. (2009), «Competing explanations of the Minsky moment: The financial instability hypothesis in light of Austrian theory», The Review of Austrian Economics, 32 (3), doi:10.1007/s11138-009-0097-1. ,

Ligações externas[editar | editar código-fonte]