Mirene Cardinalli

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Mirene Cardinalli
Informação geral
Nome completo Maria Irene Cardinalli da Silva
Nascimento 14 de março de 1942
Local de nascimento São João da Pesqueira
País Portugal Portugal
Morte 19 de dezembro de 1969 (27 anos)
Local de morte Vila Franca de Xira
Género(s) música ligeira
Cônjuge José Peixoto Matias
Filho(s) Filomena Cardinalli
José Joaquim Cardinalli
Editora(s) Rádio Triunfo

Maria Irene Cardinalli da Silva (São João da Pesqueira, 14 de março de 1942Vila Franca de Xira, 19 de dezembro de 1969), mais conhecida pelo seu nome artístico Mirene Cardinalli, foi um cantora portuguesa de música ligeira, uma das mais populares nos anos 60.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascida em São João da Pesqueira a 14 de março de 1942, Mirene Cardinalli era filha de pais artistas numa companhia itinerante, o que fez com que começasse a cantar aos 7 anos no Porto. Passou a viver em Canas de Senhorim com a sua avó, uma antiga circense italiana, quando andava no quarto ano de escolaridade, até decidir largar os seus estudos e ir viver com os pais para Portimão.[1]

Aos 17 anos, Mirene casou-se e foi viver para Luanda com o seu marido, voltando a cantar desta vez em Angola. Em 1961, conquistou o 1º prémio de interpretação no VII Festival da Canção de Angola e, em 1965, o título de Rainha da Rádio de Angola. Em 1966, Mirene ficou em primeiro lugar no Festival da Canção de Luanda com a canção "Julgamento".[2]

Voltou, em 1967, a Lisboa onde se fixou e prosseguiu com a sua carreira de cantora com grande êxito. Participou no Festival RTP da Canção 1968 com a canção "Vento Não Vou Contigo", da dupla Rui Malhoa e Pedro Jordão, que alcançou o oitavo lugar, ficando empatada com "Dentro de Outro Mundo" de Simone de Oliveira.[3]

Mirene Cardinalli faleceu a 19 de dezembro de 1969 no Hospital de Vila Franca de Xira, aos 27 anos, vítima de um brutal acidente de viação na reta do Cabo, na EN10, quando se dirigia para uma festa de beneficência em Évora. Um veículo surgiu pela frente e embateu na viatura da cantora, vitimando mortalmente, para além de Mirene, o seu marido e o jovem cantor Carlos Belo.[4] Maria de Lourdes Resende, que também ia na viatura, foi a única sobrevivente ao acidente.[5][6]

Dias antes da sua morte, Mirene tinha gravado uma emissão no programa da RTP Riso & Ritmo. No entanto, a sua morte veio atrasar a emissão do programa, que estava prevista para o dia 21 de dezembro, acabando por estrear no dia 28 de dezembro. Algumas partes dessa emissão encontram-se disponíveis na RTP Arquivos, e em duas dessas Mirene está presente: numa acompanhada por Francisco Nicholson, e noutra acompanhada pelas cantoras Rute, Maria do Espírito Santo e Mafalda Sofia.[7]

Após este trágico acidente, o programa de rádio 1-8-0 organizou um espetáculo de angariação de fundos, com o apoio de um grande número de artistas de música ligeira portugueses, como Carlos do Carmo, Tonicha, Artur Garcia, Gina Maria, António Calvário, Maria José Valério, Maria da Fé, Tony de Matos e João Maria Tudela.[8]

Mirene Cardinalli lançou durante a sua curta carreira sete discos. Inicialmente, a editora Rádio Triunfo foi a "casa" de Mirene, passando posteriormente pelos selos Estúdio e Riso & Ritmo.[9]

A 19 de dezembro de 2019, a SIC assinalou no programa Júlia o 50º aniversário da morte da cantora, com a presença da sua filha Filomena Cardinalli que perdeu os pais aos 7 anos de idade.[10]

Referências