Mohammed Gammoudi

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Mohammed Gammoudi
campeão olímpico
Mohammed Gammoudi
Mohammed Gammoudi (2009)
Atletismo
Nome completo Mohammed Tlili ben Abdallah
Modalidade 5.000 m, 10.000 m
Nascimento 11 de fevereiro de 1938 (86 anos)
Sidi Ach, Tunísia
Nacionalidade Tunísia tunisino
Medalhas
Jogos Olímpicos
Ouro Cidade do México 1968 5000 m
Prata Tóquio 1964 10000 m
Prata Munique 1972 5000 m
Bronze Cidade do México 1968 10000 m
Tóquio 1964, chegada dos 10.000 m: Gammoudi(615) cruza em segundo, após Billy Mills, dos Estados Unidos.
Cidade do México 1968, Gammoudi (781) lidera os 5000 m, onde conquistará a medalha de ouro.

Mohammed Tlili ben Abdallah (em árabe: محمد التليلي بن عبدالله), conhecido como Mohammed Gammoudi, (Sidi Ach, 11 de fevereiro de 1938) é um ex-atleta da Tunísia, campeão olímpico dos 5000 metros na Cidade do México 1968.

Gammoudi é um dos pioneiros da revolução causada pelos grandes corredores de longa distância vindos da África, que mudaram a face do atletismo na segunda metade do século XX.

Tóquio 1964[editar | editar código-fonte]

Gammoudi começou a chamar atenção no atletismo internacional quando participou dos Jogos do Mediterrâneo de 1963, em Nápoles, Itália, vencendo os 5.000 m e os 10.000 m.[1] Apesar desses resultados, ele chegou ao Japão no ano seguinte para disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio como um virtual desconhecido.

O favorito, o recordista mundial Ron Clarke, da Austrália, puxou um ritmo forte durante toda a prova. Faltando uma volta, Clarke havia se livrado de todos os adversários, menos de Gammoudi e do norte-americano Billy Mills. Na reta de chegada, Gammoudi e Clarke lutavam pela liderança, até Gammoudi assumir a frente a 50 m do final, quando foi ultrapassado por fora por Mills, que conquistou a única medalha de ouro dos Estados Unidos nesta prova até hoje, deixando o tunisino com a prata.

Dois dias depois, Gammoudi venceu a sua eliminatória dos 5000 m mas, por razões nunca explicadas, não apareceu para disputar a final.

Cidade do México 1968[editar | editar código-fonte]

Gammoudi defendeu com sucesso seus títulos anteriores, vencendo novamente os 5.000 e os 10.000m nos Jogos do Mediterrâneo de 1967, esta vez realizados em Túnis, capital de seu país natal.[2] Desta vez, quando chegou aos Jogos Olímpicos de 1968, na Cidade do México, vinha como um dos favoritos.

Na prova, Gammoudi correu o tempo todo entre os líderes, até nas voltas finais sobrarem apenas ele, Mamo Wolde da Etiópia e Naftali Temu, do Quênia, disputando a ponta. Os dois corredores da África Negra o ultrapassaram nos últimos metros, deixando-o com a medalha de bronze.

Desta vez Gammoudi compareceu à final dos 5.000 m que havia abandonado nos Jogos anteriores. Na prova, ele, Temu, campeão dos 10.000 m dois dias antes, e Kip Keino, também do Quênia, diputaram a ponta até a reta final,[2] mas foi o tunisino quem desta vez levou melhor, cruzando a fita de chegada na frente e conquistando a primeira e até hoje única medalha de ouro da Túnisia no atletismo em Jogos Olímpicos.[3]

Munique 1972[editar | editar código-fonte]

Nos Jogos do Mediterrâneo seguintes, em Esmirna, na Turquia, Gammoudi ficou apenas com a prata nos 5000 metros.[4] Apesar do desapontamento, ele mais uma vez chegou às Olimpíadas como favorito. Em Munique 1972, apesar da forte concorrência nas duas provas de fundo, o tusinino era bastante cotado para nova medalha de ouro.

Nos 10.000 m, entretanto, ele e o finlandês Lasse Viren chocaram-se e caíram ao chão, com metade da distância percorrida. Viren conseguiu levantar-se e voltar ao grupo - e ganharia a prova com recorde mundial - enquanto Gammoudi, sentindo mais a queda, completou apenas mais uma volta, muito distante do resto do pelotão, e abandonou a corrida.

Nos 5.000 m, nova disputa com Viren. Desta vez, a prova foi iniciada em ritmo mais lento, Gammoudi correu ate os 3000 m junto ao pelotão líder, com mais de dez corredores em formação compacta. No último terço da prova, quatro corredores dispararam para a arrancada final, entre eles Viren, Gammoudi e Steve Prefontaine dos Estados Unidos, com o finlandês superando o tunisino a dez metros da linha de chegada e deixando Gammoudi com a prata, na última grande competição do corredor norte-africano.

Cross-country[editar | editar código-fonte]

Mohammed Gammoudi também foi um grande corredor de cross-country. No Campeonato Internacional de 1965, na Bélgica, ele ficou em terceiro lugar, e em 1968, em Túnis, conquistou a medalha de ouro.[5] A partir dos anos 70, essa competição seria transformada pela IAAF no Campeonato Mundial de Cross-Country.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. gbrahtletics Mediterranean Games results
  2. a b «johistorie Gammoudi». Consultado em 14 de maio de 2010. Arquivado do original em 13 de outubro de 2008 
  3. A Tunísia só viria a ganhar uma segunda medalha de ouro quarenta anos depois, nos Jogos Olímpicos de Pequim, com o nadador Oussama Mellouli.[1]
  4. «SaudiAramcoWorld: The Arabs In Izmir». Consultado em 14 de maio de 2010. Arquivado do original em 3 de janeiro de 2010 
  5. gbrathletics INTERNATIONAL CROSS COUNTRY CHAMPIONSHIPS