Monoglotismo

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Placas monolíngues são comuns em países com apenas uma língua oficial, como o Brasil

Monoglotismo (do grego μόνος monos "só", e γλῶττα glotta "língua"), monolinguismo ou unilinguismo é a condição de ser capaz de falar apenas uma única língua, em oposição ao multilinguismo. Num contexto diferente, unilinguismo pode referir-se a uma política linguística que imponha uma língua oficial ou nacional sobre outras.

Ser monolíngue é dito também dum texto, dicionário, conversa escrita ou conduzida numa única língua, e duma entidade em que uma única língua é usada ou oficialmente reconhecida (em particular quando comparada com entidades multilíngues ou na presença de indivíduos que falam línguas diferentes). Note que o monoglotismo só pode se referir à falta da capacidade de falar vários idiomas. Os falantes multilíngues superam os falantes monolíngues na população mundial.[1]

A presunção da normatização do monolinguismo é também frequentemente a visão dos monolíngues que falam uma língua mundial, como inglês ou português. Crystal (1987) disse que essa suposição é adotada por muitos na sociedade ocidental.[2] Uma explicação é dada por Edwards, que em 2004 afirmou que a evidência da "mentalidade monolíngue" pode ser rastreada até à Europa do século XIX, quando a nação estava a crescer e um grupo dominante tinha o controle, e as mentalidades europeias sobre a língua foram levadas às suas colônias, perpetuando ainda mais a mentalidade monolíngue.[3]

Comparação com multilinguismo[editar | editar código-fonte]

Vocabulário[editar | editar código-fonte]

De acordo com um estudo sobre acesso lexical, os monolíngues frequentemente mantêm um vocabulário mais amplo na língua-alvo em comparação com um bilíngue, e isso aumenta a eficiência da recuperação de palavras em monolíngues. Os monolíngues também acessam palavras com mais frequência do que os bilíngues na língua-alvo.[4]

Nas tarefas de fluência de letras, os monolíngues no estudo também foram capazes de responder com mais palavras à deixa de letras do que os bilíngues, mas tal efeito não foi visto nos bilíngues com uma pontuação elevada de vocabulário.[4]

Funcionamento criativo[editar | editar código-fonte]

Num estudo de teste de funcionamento criativo que envolveu crianças monolíngues e bilíngues em Singapura, os investigadores descobriram que os monolíngues tinham melhor desempenho em fluência e flexibilidade do que os bilíngues. A tendência foi invertida, no entanto, nos testes de originalidade e elaboração.[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «CAL: Digests: A Global Perspective on Bilingualism and Bilingual Education». web.archive.org. 22 de agosto de 2012. Consultado em 19 de janeiro de 2020 
  2. Crystal, David, 1941- (1997). The Cambridge encyclopedia of language 2nd ed ed. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-55050-5. OCLC 34704876 
  3. Edwards, Viv. (2004). Multilingualism in the English-speaking world : pedigree of nations. Malden, MA: Blackwell. ISBN 0-631-23612-0. OCLC 54989266 
  4. a b Bialystok, Ellen; Craik, Fergus I. M.; Luk, Gigi (1 de novembro de 2008). «Lexical access in bilinguals: Effects of vocabulary size and executive control». Journal of Neurolinguistics. Acquisition, Processing and Loss of L2: Functional, cognitive and neural perspectives. 21 (6): 522–538. ISSN 0911-6044. doi:10.1016/j.jneuroling.2007.07.001 
  5. Torrance, E. Paul; Gowan, John C.; Wu, Jing-Jyi; Aliotti, Nicholas C. (fevereiro de 1970). «Creative functioning of monolingual and bilingual children in Singapore.». Journal of Educational Psychology (em inglês). 61 (1): 72–75. ISSN 1939-2176. doi:10.1037/h0028767 
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