Monteiro (apelido)

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Monteiro é um apelido de família ou sobrenome da onomástica da língua portuguesa, muitas vezes derivado do ofício ou profissão de "monteiro" ou "caçador". Pode também ter raízes toponímicas, originando-se da palavra "monte". É um sobrenome de origem claramente portuguesa.[1][2]

Origem[editar | editar código-fonte]

A palavra "monteiro" tem por significado "s. m. 1. Guarda de montados, matas, coutados. 2. Caça Caçador de monte. adj. 3. De monteiro ou da montaria."[3] A profissão de monteiro remontaria aos princípios da monarquia portuguesa, quando se tem notícia do cavaleiro Rui Monteiro, monteiro-mor de D. Afonso Henriques; os genealogistas o consideram o primeiro portador atestado do apelido. O monteiro-mor, do Reino ou local (Ponte de Lima, Viana, etc.), era o funcionário real responsável por superintender ao domínio público: rios, florestas, e em especial às caçadas e coutadas. D. João I de Portugal levava o assunto tão a sério que chegou a escrever um tratado sobre o tema – o Livro da Montaria, sobre o "jogo dos reis", ou seja, as coutadas reais. O ofício de monteiro estaria ligado à origem, em tempos modernos e com a evolução acadêmica, da profissão de engenheiro florestal.[4] A documentação mais antiga de que se tem notícia aonde aparece o sobrenome proviria do Mosteiro do Lorvão (Coimbra), de 1096.[5]

Rui Monteiro seria natural da terra de Penaguião, no alto Douro, e possuidor do padroado da igreja de Santa Ovaia de Andrufe. Seria neto de D. Soeiro Viegas, o qual é citado nas memórias do Rei Afonso III. Recebeu-se com Dª Elvira Gonçalves, fª de D. Gonçalo Moniz e de Dª Maria Annes. Tiveram filhos que continuaram o apelido, a saber:

  • Egas Monteiro, sucessor na casa de Rui Monteiro e no padroado em Andrufe, pai de:
    • Paio Monteiro, sucessor na casa de seu pai,
      ∞ Dª Teresa Annes, neta paterna de Soeiro Forjaz
  • Fernão Rodrigues Monteiro († 1237), 4° mestre da ordem dos cavaleiros de Avis
  • Mumio Monteiro, padroeiro da igreja de Valadares em Baião
  • Rui Monteiro (Filho), segundo Felgueiras Gayo

É importante notar também que nem sempre a palavra "monteiro" é proveniente de ocupação profissional, podendo assim muitas vezes este sobrenome ser adotado como uma referência à área de residência. O sobrenome popularizou-se sobremaneira e hoje existem em Portugal e no Brasil. O apelido Monteiro é parte de sobrenomes compostos de muitas famílias brasileiras e portuguesas, e.g. Sousa Monteiro, Cunha Monteiro, etc. Também encontramos a forma "Montero" na Espanha, aonde além das origens já citadas há uma mais recente aonde o termo "montero" designaria o trabalho da pedra, podendo assim o sobrenome ser análogo a outros apelidos como Canteiro e Pedreiro.[6]

Armas[editar | editar código-fonte]

De prata, três trompas de caça de negro, embocadas e viroladas de ouro, os cordões de vermelho. Timbre: duas das trompas das armas passadas em aspa, atadas de prata.

Literatura[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. [1]
  2. author., Associação Internacional de Lusitanistas. Congresso (10th : 2011 : Faro, Portugal),. Avanços em literatura e cultura portuguesas da Idade Média ao século XIX. [S.l.: s.n.] OCLC 898470356 
  3. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
  4. LEITÃO, Nuno: A Floresta e os Florestais na História de Portugal, www.naturlink.sapo.pt (em arquivo)
  5. «www.caestamosnos.org». Consultado em 12 de julho de 2008. Arquivado do original em 24 de junho de 2008 
  6. www.apelidosgalicia.org

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]