Moskva (121)

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Moskva
 União Soviética
Nome Slava
Operador Marinha Soviética
Fabricante Estaleiro Nomeado a 61 Comunistas
Homônimo "Glória"
Batimento de quilha 1976
Lançamento 27 de julho de 1979
Comissionamento 30 de janeiro de 1983
Descomissionamento setembro de 1990
Indicativo visual
  • 126
  • 108
Destino Transferido para a Rússia
 Rússia
Nome Slava (1991–1995)
Moskva (1995–2022)
Operador Marinha da Rússia
Homônimo
Aquisição 1991
Comissionamento abril de 2000
Indicativo visual 121
Destino Afundado por mísseis R-360
Neptune
em 14 de abril de 2022
Características gerais
Tipo de navio Cruzador de mísseis guiados
Classe Slava
Deslocamento 11 490 t (carregado)
Maquinário 4 turbinas a gás
Comprimento 186,4 m
Boca 20,8 m
Calado 8,4 m
Propulsão 2 hélices
- 121 000 cv (89 000 kW)
Velocidade 32 nós (59 km/h)
Autonomia 10 000 milhas náuticas a 16 nós
(19 000 km a 30 km/h)
Armamento 16 lançadores P-500 Bazalt
64 lançadores S-300
40 lançadores 9K33 Osa
2 canhões de 130 mm
6 canhões de 30 mm
2 morteiros RBU-6000
10 tubos de torpedo de 533 mm
Aeronaves 1 helicóptero
Tripulação 66 oficiais
419 marinheiros

O Moskva (Москва) foi um cruzador de mísseis guiados russo que pertencia à Classe Slava (ou Project 1164 Atlant) e foi operado pela Marinha da Rússia, sendo o líder de sua classe. Antes servia à marinha soviética, nomeado de Slava (em russo: Слава, tr.: Glória).[1][2] Foi nomeado em homenagem a uma tradição dos povos montenegrinos e sérvios e também em homenagem à capital da Rússia, Moscou. Foi o navio-almirante da Frota do Mar Negro[3] e era considerado um símbolo do poderio militar russo. Era o maior e mais avançado navio de guerra no Mar Negro.[4]

O cruzador participou de vários conflitos, na Guerra da Geórgia em 2008, Crise da Crimeia de 2014, Guerra Civil Síria em 2015 e na Guerra Russo-Ucraniana em 2022.

Em 13 de abril durante a Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 o navio foi seriamente avariado. A Ucrânia afirmou que foram dois mísseis antinavio Neptune,[5] enquanto a Rússia afirmou que se tratou de um incêndio causado por um acidente.[6] No dia seguinte, o Ministério da Defesa da Rússia confirmou que o cruzador havia afundado.[4]

O Moskva é o maior navio afundado desde a Segunda Guerra Mundial, superando o ARA General Belgrano, afundado pela Marinha Real Britânica durante a Guerra das Malvinas, o maior navio russo a ser afundado desde o couraçado Marat em 1941 na Segunda Guerra Mundial, e o primeiro navio-almirante russo a ser afundado desde o couraçado Kniaz Suvorov em 1905, na Batalha de Tsushima da Guerra Russo-Japonesa.[7]

História[editar | editar código-fonte]

Cruzador Slava em 1983

Como o Slava[editar | editar código-fonte]

O batimento de quilha do Slava foi em 1976 em Mykolaiv, República Socialista Soviética da Ucrânia. Em 1979 foi feito seu lançamento ao mar e um 1980 foi comissionado.

Em 1989, o navio fez um papel fundamental ao transportar o Secretário-Geral da URSS Mikhail Gorbatchov para a Cimeira de Malta, onde se reuniu com o Presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan, que era transportado pelo USS Belknap, e ambos se reuniram em alto mar no cruzeiro soviético Maxim Gorkiy.[8]

Em 1990 o Slava ficou no porto de Mykolaiv para reformas, que acabou demorando tempo devido a Dissolução da União Soviética, ficando até 1998. Em 2000 foi renomeado para Moskva.[9]

Guerra Russo-Georgiana[editar | editar código-fonte]

O Moskva participou da Guerra Russo-Georgiana na campanha marítima. A Frota do Mar Negro bloqueiou a costa georgiana e desembarcou unidades da Infantaria Naval Russa na costa da Abecásia para reforçar a ofensiva terrestre russa.[10] Durante o bloqueio, as forças georgianas engajaram a frota em um combate naval conseguiram acertar um míssil e levemente avariar o Moskva.[11]

Crise da Crimeia[editar | editar código-fonte]

O Moskva, em 2012

Durante a Crise da Crimeia de 2014, o Moskva faz parte da operação militar russa contra as forças ucranianas na Crimeia. O Moskva bloqueou a saída estreita da laguna Donuzlav, impedido o movimento dos navios da Marinha da Ucrânia.[12]

Síria[editar | editar código-fonte]

Em 2015 o Moskva foi enviado para o porto de Lataquia, na Síria. O navio fez parte da Intervenção militar russa na Guerra Civil Síria, onde fazia a defesa aérea.[13] Após o Abate aéreo do Sukhoi Su-24 da Força Aérea Russa em 2015 e a subsequente crise diplomática entre Turquia e Rússia, o Moskva patrulhou a fronteira marítima entre Síria e Turquia.[14]

Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Afundamento do Moskva

Em fevereiro de 2022, o cruzador partiu de Sebastopol para o Mar Negro como parte da invasão russa da Ucrânia. O navio foi usado mais tarde contra as forças armadas ucranianas durante o ataque à Ilha das Serprentes junto com o navio-patrulha russo Vasily Bykov. Moskva saudou a guarnição da ilha pelo rádio e exigiu sua rendição, o operador de rádio ucraniano respondeu dizendo "Navio de guerra russo, vá se foder". Depois disso, todo o contato foi perdido com a Ilha das Serpentes, e a guarnição de treze membros foi capturada.[15]

Em 13 de abril de 2022, foi alegado pelo conselheiro presidencial ucraniano Oleksiy Arestovych e pelo governador de Odessa, Maksym Marchenko, que o Moskva havia sido atingida por dois mísseis antinavio Neptune e estava pegando fogo em mar agitado. Arestovych disse que havia 510 tripulantes a bordo.[5] Fontes afirmam que os sistemas de radares do Moskva foram distraídos por drones Bayraktar TB2, e ao mesmo tempo mísseis teriam sido disparados de Odessa.[16] O Ministério da Defesa da Rússia confirmou mais tarde que o navio havia sofrido uma explosão de munições após um incêndio e foi seriamente danificado. O Ministério da Defesa disse que a tripulação foi totalmente evacuada.[6] O navio estaria sendo rebocado para o porto de Sebastopol, Crimeia.[17]

Em 14 de abril de 2022, o Ministério da Defesa da Rússia confirmou que o cruzador afundou durante a tentativa de reboque numa tempestade.[4] Em 22 de Abril, a Rússia afirmou que apenas 1 marinheiro morreu e havia 27 desaparecidos, com o resto tendo evacuado.[18] Entretanto, esse número foi disputado por diversas fontes, incluindo navios de regate turcos que foram ao local do náufrago.[19][20] Um comitê das famílias dos marinheiros estima que chegue até 200 mortos.[21]

Referências

  1. «Conheça o Moskva, 'o assassino de porta-aviões' russo que afundou no Mar Negro». G1. Consultado em 16 de abril de 2022 
  2. "Slava Class Guided Missile Cruiser 'Moskva'" Arquivado em 21 de dezembro de 2013, no Wayback Machine.. Página acessada em 11 de dezembro de 2014.
  3. Ljunggren, David (13 de abril de 2022). «Russia says ammunition blast damages flagship of Black Sea fleet - Interfax». Reuters 
  4. a b c «Russian warship Moskva has sunk - state media». BBC. 14 de abril de 2022 
  5. a b Presse, AFP-Agence France. «Ukraine Claims Strike On Russian Warship». www.barrons.com (em inglês). Consultado em 13 de abril de 2022 
  6. a b Новости, Р. И. А. «На ракетном крейсере "Москва" в результате пожара сдетонировал боезапас». РИА Новости (em russo). Consultado em 13 de abril de 2022 
  7. Gale, Alastair (15 de abril de 2022). «Russia's Sunken Warship Moskva Recalls Great World War II Naval Battles». Wall Street Journal (em inglês). ISSN 0099-9660. Consultado em 16 de abril de 2022 
  8. nsarchive2.gwu.edu https://nsarchive2.gwu.edu/coldwar/interviews/episode-24/rice1.html. Consultado em 16 de abril de 2022  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  9. «Slava Class Guided Missile Cruiser». Naval Technology (em inglês). Consultado em 16 de abril de 2022 
  10. «Black Sea Fleet Moving Towards Georgia». InvasionIntoGeorgia.org. 10 de agosto de 2008. Arquivado do original em 20 de agosto de 2008 
  11. Axe, David. «Georgian Navy's Cruel Fate». Wired. Consultado em 14 de abril de 2022 
  12. «Ukraine facing loss of its navy as Russian forces in Crimea dig in». Reuters (em inglês). 8 de março de 2014. Consultado em 16 de abril de 2022 
  13. «Российские корабли приготовились прикрывать с воздуха авиабазу под Латакией». Interfax.ru (em russo). Consultado em 14 de abril de 2022 
  14. Writers, Network (24 de novembro de 2015). «Putin's furious act of retaliation». News.com.au. Consultado em 14 de abril de 2015. Cópia arquivada em 14 de abril de 2015 
  15. «Ukrainian navy confirms Snake Island soldiers alive, taken by Russia». The Jerusalem Post | JPost.com (em inglês). Consultado em 13 de abril de 2022 
  16. «The sinking of the Moskva: what do we know, and why does it matter?». the Guardian (em inglês). 15 de abril de 2022. Consultado em 20 de abril de 2022 
  17. «Russia says fire on the Moskva missile cruiser is contained». reuters.com. 14 de abril de 2022 
  18. «Russia says one sailor died, 27 missing after missile cruiser sank». Al Arabiya English (em inglês). 22 de abril de 2022. Consultado em 6 de maio de 2022 
  19. «Analysis: Chain of Negligence caused the loss of the Moskva cruiser - Naval News». web.archive.org. 17 de abril de 2022. Consultado em 6 de maio de 2022 
  20. «Turkish ship rescued 54 sailors on damaged Russian naval cruiser Moskva». web.archive.org. 15 de abril de 2022. Consultado em 6 de maio de 2022 
  21. «'I look at my government differently': losses in Ukraine test Russians' faith». the Guardian (em inglês). 17 de maio de 2022. Consultado em 18 de maio de 2022 
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