Mosteiro Ter Apel

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Mosteiro Ter Apel
Mosteiro Ter Apel
Mosteiro Ter Apel, ala leste e igreja
Tipo
Arquiteto Ordem da Santa Cruz
Construção 1465
Inauguração 1561
Diocese Osnabrück
Website
Geografia
País Países Baixos
Coordenadas 52° 52' 34" N 7° 04' 28" E

O Mosteiro Ter Apel (em neerlandês: Klooster Ter Apel) é um ex- mosteiro na vila de Ter Apel na província neerlandesa de Groninga . É o único mosteiro na área de Frísia e Groninga, que sobreviveu à Reforma em uma condição decente, e o único mosteiro rural restante da Idade Média nos Países Baixos.[1] O convento possui um museu sobre a história do mosteiro, a história da igreja e sobre a arte religiosa, assim como duas galerias de arte contemporânea. Uma parte do mosteiro funciona como uma Igreja Reformada Neerlandesa.[2]

O mosteiro está localizado no extremo sudeste da província de Groninga em um cume ao longo da antiga rota de comércio de Münster para Groninga. Ele auxiliava a passagem de viajantes e peregrinos, o mosteiro era um lugar de hospitalidade e dedicação. Ter Apel é o último mosteiro fundado em Groninga, e de 34 mosteiros da província é o único que continua reconhecível como um convento.

História[editar | editar código-fonte]

Fundação[editar | editar código-fonte]

Em 1464, Jacobus Wiltingh, um pároco de Garrelsweer e vigário em Loppersum, doou o terreno para os Cônegos Regulares da Ordem da Santa Cruz, com a condição de ser construído um mosteiro no local, sobre os restos de um convento do século XIII da Ordem Premonstratense.[3] Em maio de 1465, a Ordem da Santa Cruz reuniu-se em capítulo na cidade de Huy, e foi decidido que o Mosteiro Ter Apel era um presente de Deus. O Mosteiro Santa Gertrudes de Nivelles em Bentlage, perto de Rheine ficou responsável pelo novo mosteiro, e enviou quatro sacerdotes e vários irmãos leigos para Apel, que fundaram o mosteiro e o nomearam Novae Domus Lucis, a ("Casa da Nova Luz").[4] A Construção, realizada entre 1465 e 1561, seguiu o plano do convento de Bentlage [5], que incluiu, além da construção do convento, uma portaria, moinhos de água, uma biblioteca, uma padaria, uma fábrica de cerveja, e uma pousada. O mosteiro foi ganhou vários presentes, incluindo um vitral em 1561 dado pelo Tenente Johan de Mepsche e sua esposa, com figuras representando Moisés e as tábuas contendo os Dez Mandamentos.[6] O terreno ao redor do mosteiro era rico em argila,[7] que também foi usada na construção;[8] em 1492, foi assinado um acordo com o município de Roswinkel para a escavação de argila,[9] em terras arrendadas pelo mosteiro da vila de Weerdinge.[10]

Depois da Reforma[editar | editar código-fonte]

Quando a área foi conquistada em 1593 por William Louis, Conde de Nassau-Dillenburg, O catolicismo foi proibido e o convento, e toda a área de Westerwolde, tornam-se propriedade da cidade de Groninga; o mosteiro foi salvo, ao contrário de centenas de outros nos Países Baixos, porque o abade se converteu ao protestantismo.[11]

Tempestades, incêndios e altos custos de manutenção causaram grandes problemas após 1600. O mosteiro sofreu muitas mudanças até 1930. A fachada oeste foi demolida após 1755, e as abóbadas da igreja foram deixadas em ruínas (1837). Mas ao contrário de todos os outros mosteiros em Groninga, uma grande parte dos edifícios originais permaneceram.

Restauração[editar | editar código-fonte]

Entre 1930 e 1933, por iniciativa da cidade de Groninga, os edifícios restantes foram cuidadosamente restaurados e preservados, sob a direção do engenheiro da cidade Nederveen Cappel. No piso térreo, três das quatro alas originais foram mantidas: a igreja de cônegos seculares e leigos na ala sul; a sala de capítulo e a sacristia na ala leste; e os refeitórios (hoje um café), a adega abobadada , a despensa e as acomodações da ala norte. Estas alas são conectadas por um deambulatório, ao redor do claustro. O jardim do claustro medieval original foi substituído por um Jardim de ervas; a localização deste jardim é o único jardim medieval que ainda existe nos Países Baixos.[12]

Ter Apel hoje[editar | editar código-fonte]

Desde 1992 que o Mosteiro Ter Apel está listado no "Top 100" de bens imóveis nos Países Baixos, pela UNESCO[13] Em 2000, a construção de uma nova ala oeste foi iniciada, projetado pelo arquiteto dinamarquês Johannes Exner; em setembro de 2001 a obra foi concluída.[14][15]

Mais renovações tiveram lugar em 2007 e 2008, com um subsídio da União Europeia.[16] O recém renovado scriptorium[14] apresenta uma exposição de livros e manuscritos.[17] Também foi adicionado recentemente um Workshop para vitrais.[14] O mosteiro é usado para realizar anualmente um torneio de xadrez, o Klooster Internationaal Tournament,[18] e continua a organizar um festival anual medieval, que em 2010 atraiu cerca de 8000 visitantes.[19]

Em 2009, o mosteiro começou a publicar livros, a primeira publicação foi uma história de mosteiros medievais holandeses, o livro De Middeleeuwse kloostergeschiedenis van de Nederlanden.[20]

Galeria[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Mosteiro Ter Apel

Referências

  1. Stolk, Maarten (29 de dezembro de 2008). «'Groninger kerken uniek in Nederland'». Reformatorisch Dagblad. Consultado em 6 de outubro de 2010 
  2. Soest, Aaldert van (6 de agosto de 2009). «Aflevering 3: Van pastorie tot pastorie». Nederlands Dagblad. Consultado em 6 de outubro de 2010 
  3. Aa, Abraham Jakob van der (1839). Aardrijkskundig Woordenboek der Nederlanden: Volume 1. [S.l.]: Noorduyn. p. 293 
  4. Lambooij, Herman (2008). Sibrandus Leo en zijn abtenkronieken van de Friese premonstratenzerkloosters Lidlum en Mariëngaarde: een nadere studie, editie en vertaling. [S.l.]: Verloren. p. 240 n. 38. ISBN 9789087040079 
  5. Kroesen, J.; R. Steensma (2008). De Groninger Cultuurschat: kerken van 1000 tot 1800. [S.l.]: Van Gorcum. pp. 54–56. ISBN 9789023244820. Consultado em 5 de outubro de 2010 
  6. Lontzenius, Hendrik (2003). Het kasboek van Henricus Lontzenius, de laatste abt van het klooster Selwerd, over de jaren 1560-1563. [S.l.]: Van Gorcum. pp. 71, 227. ISBN 9789023238867 
  7. Staring, Winand Carel Hugo (1860). De bodem van Nederland. [S.l.]: A.C. Kruseman. p. 26 
  8. Verhandelingen der tweede klasse van het Koninklijk-Nederlandsche Instituut van Wetenschappen, Letterkunde en Schoone Kunsten te Amsterdam. [S.l.]: Royal Netherlands Academy of Arts and Sciences. 1818. pp. 63–64 
  9. Verslagen omtrent 'srijks oude archieven. [S.l.]: Rijksarchief (Nederland). 1892. p. 263 
  10. «Weerdinge: een verdrag uit 1471». Historisch Emmen. Consultado em 5 de outubro 2010. Arquivado do original em 24 de julho de 2011 
  11. Broek, N. van den (2006). ANWB Reisgids Nederland. [S.l.]: ANWB Media Boeken. p. 74. ISBN 9789018023119 
  12. Stuip, René Ernst Victor; C. Vellekoop (1992). Tuinen in de middeleeuwen. [S.l.]: Verloren. p. 94. ISBN 9789065502438. Consultado em 5 de outubro de 2010 
  13. «'Monumenten niet op slot doen'». De Stentor. 7 de março de 2010. Consultado em 6 de outubro de 2010 
  14. a b c «Klooster Ter Apel wordt gerestaureerd». Reformatorisch Dagblad. 20 de fevereiro de 2007. Consultado em 6 outubro de 2010 
  15. «Ter Apel - Klooster oud en nieuw». RTV Noord. Consultado em 6 de outubro 2010 [ligação inativa]
  16. «Klooster twee maanden gesloten wegens 'race tegen de klok'». Dagblad van het Noorden. 28 de dezembro de 2007. Consultado em 6 de outubro 2010. Arquivado do original em 17 de julho de 2011 
  17. Oostrom, Frits van (2009). The Netherlands in a Nutshell: Highlights from Dutch History and Culture. [S.l.]: Amsterdam UP. p. 21. ISBN 9789089640390 
  18. Byrne, Robert (21 de abril de 1992). «Chess». The New York Times. Consultado em 6 de outubro 2010 
  19. «Duizenden bezoekers voor Middeleeuws Ter Apel». Dagblad van het Noorden. 29 de agosto de 2010. Consultado em 6 de outubro 2010 [ligação inativa]
  20. «Ooit was de aarde bezaaid met kloosters». Dagblad van het Noorden. 3 de fevereiro de 2009. Consultado em 6 de outubro de 2010. Arquivado do original em 17 de julho de 2011 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • 500 jaar Klooster Ter Apel: van metten tot vespers. Van der Kamp, 1966.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]