Mosteiro de São Hipácio

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Mosteiro de São Ipácio
Apresentação
Tipo
Fundação
século XIV
Diocese
Diocese of Kostroma (en)
Religião
Estatuto patrimonial
patrimônio cultural nacional russo (d)Visualizar e editar dados no Wikidata
Website
Localização
Localização
Coordenadas
Mapa
O Mosteiro Ipatiev na orla do rio Costroma

O Mosteiro de São Hipácio (em russo: Ипатьевский монастырь) ou Mosteiro Ipatiev está construído na margem do rio Costroma, perto da cidade de Costroma. Pertence à região de Anel de Ouro da Rússia, uma área situada a nordeste de Moscovo fértil e rica em mosteiros, que conheceu uma excepcional prosperidade económica e cultural entre os séculos XII e XVII.

Fundação[editar | editar código-fonte]

O mosteiro foi construído cerca de 1330 por um tártaro convertido, o príncipe Zajari Chet,[1] ancestral de Borís Godunov e Solomonia Sabúrova.[2]

De 1433 a 1435, o grão-duque Basílio II, expulso do trono de Moscovo por seu tio Jorge IV, foi relegado para São Hipácio para governar a vizinha cidade de Costroma. Na época, o mosteiro, era reservado aos homens e foi um importante centro de ensino.

A multidão, reunida adiante do mosteiro Ipatiev, implora à mãe de Miguel Romanov que lhe deixem partir a Moscovo, para se converter em czar. (1673)

O mosteiro durante o Tempo de Dificuldades[editar | editar código-fonte]

Durante o Tempo de Dificuldades, o mosteiro São Ipácio foi ocupado por Dimitri II "O Falso" na primavera de 1609. Em setembro do mesmo ano, o mosteiro foi tomado pelo exército de Moscóvia depois de um longo assédio.

O Zemski Sobor designou Miguel I da Rússia, que então residia no mosteiro, como novo czar da Rússia (primeiro da Dinastia Romanov), a 14 de março de 1613. Segundo a lenda, nesse mesmo inverno, um camponês dos arredores chamado Ivan Susanin sacrificou a sua vida para salvar o jovem czar das tropas de Segismundo III Vasa, rei de Polónia, que estava em oposição desta nomeação.

Património cultural e arquitectónico[editar | editar código-fonte]

Foi neste mosteiro onde Nikolai Karamzin, autor a partir de 1803 da monumental História do Estado russo, descobriu um conjunto de três crónicas do século XIV, entre as que estava a Crônica de Nestor.

A maior parte dos edifícios do mosteiro foi construída entre os séculos XVI e XVII. A catedral da Trindade é celebre por suas elaboradas pinturas interiores. A entrada principal, próxima ao rio, foi construída pelo arquitecto Constantin T. A casa privada de Mijaíl Románov foi restaurada por ordem de Alexandre II, mas a fidelidade ao original desta restauração tem sido questionada.

O mosteiro foi encerrado depois da revolução de outubro de 1917, mas foi preservado em grande parte como marco histórico e arquitectónico. Os soviéticos demoliram, no entanto, uma das igrejas do mosteiro. A sua reconstrução está projectada. Será consagrada aos santos mártires da família Románov. As autoridades têm decidido recentemente outorgar a posse do mosteiro à Igreja ortodoxa russa, apesar da forte oposição dos museus nacionais.[3]

Notas e referências[editar | editar código-fonte]

  1. Nos arredores de Costroma, perto a Moscovo, o príncipe Chet se encontrou gravemente doente. Sentindo que ia morrer, teve uma visão milagrosa e rezou intensamente - O príncipe recuperou. Convertido ao cristianismo, decidiu construir uma igreja em agradecimento, que foi a origem do actual mosteiro.
  2. Brumfield, W. (6 de outubro de 2017). «The Trinity-Ipatiev Monastery in Kostroma: Refuge for the Romanovs». Russia Beyond The Borders. Consultado em 29 de janeiro de 2020 
  3. House of Romanov boyars in the Ipatiev Monastery in Kostroma. 16th–19th centuries Arquivado em 2011-07-18 no Wayback Machine Art Classic.edu.ru - Retrieved 17 February 2012
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