Movimento antiaborto

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Cartaz contra o aborto durante a visita do papa Bento XVI ao Brasil.

O movimento antiaborto, também conhecido como pró-vida, antiescolha[1] e pró-prisão[2], é um movimento de oposição à prática do aborto induzido.

Argumentos[editar | editar código-fonte]

Os principais argumentos que o movimento antiaborto utiliza para justificar sua oposição ao aborto induzido são[1]:

O aborto leva à depressão e ao suicídio[editar | editar código-fonte]

Os ativistas antiaborto chamam esse argumento de síndrome pós-aborto (PAS – post-abortion-syndrome), um termo cunhado pelo Dr. Vincent Rue[1]. Apesar de ser o argumento preferido do movimento antiaborto[1], tal síndrome não consta do DSM-5 nem tem qualquer evidência científica que a suporte[3][4].

Abortar causa câncer[editar | editar código-fonte]

Chamado de conjectura aborto-mama-câncer (ABC – abortion-breast-cancer)[1], o argumento é rejeitado pela comunidade científica[5]. Apesar disso, é o principal argumento do movimento antiaborto para tentar recuperar credibilidade após a onda de violência promovida por eles na década de 1990.[6]

Abortar reduz a fertilidade[editar | editar código-fonte]

Apesar de ser um argumento aterrorizante,[1] isso só ocorre quando utilizadas técnicas caseiras. Não existe qualquer evidência da redução de fertilidade em abortos clínicos ou cirúrgicos.[7]

O feto pode sentir dor[editar | editar código-fonte]

O movimento antiaborto alega que a interrupção da gravidez é um ato brutal, já que provocaria dor e sofrimento ao feto[1], no entanto, o fato de o aparato neuroanatômico necessário para a dor não estar completo até cerca de 26 semanas de gestação[8] torna a ideia de que a interrupção da gravidez causa dor extremamente improvável.[9]

Reduzindo o acesso ao aborto, diminui-se a demanda pelo aborto[editar | editar código-fonte]

Violência[editar | editar código-fonte]

Ocorreram casos em que indivíduos de movimentos "pró-vida" levaram a cabo ataques a clínicas onde se pratica aborto e a profissionais que nelas trabalham[6]. Esses ataques algumas vezes incluíram, por parte de radicais, o uso de bombas e armas mortíferas (designadamente nos Estados Unidos da América,[10] em França e no Canadá).

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g Grimes, David Robert (12 de agosto de 2015). «A scientist weighs up the five main anti-abortion arguments». The Guardian (em inglês). Consultado em 1 de dezembro de 2022 
  2. «Aborto: Ativistas mobilizam-se contra "taxas castigadoras"». 5 de julho de 2012. Consultado em 4 de dezembro de 2022 
  3. Major, Brenda; Appelbaum, Mark; Beckman, Linda; Dutton, Mary Ann; Russo, Nancy Felipe; West, Carolyn (2009). Associação Americana de Psicologia, ed. «Abortion and mental health: Evaluating the evidence» (PDF). American Psychologist (em inglês). 64 (9): 863–890. ISSN 0003-066X. doi:10.1037/a0017497 
  4. Stotland, Nada (2 de julho de 2013). «Women and Abortion: The Psychiatrist's Role». Psychiatric Times (em inglês). Consultado em 4 de dezembro de 2022 
  5. National Cancer Institute, ed. (2003). «Abortion, Miscarriage, and Breast Cancer Risk: 2003 Workshop». Consultado em 4 de dezembro de 2022 
  6. a b Jasen, Patricia (1 de outubro de 2005). «Breast Cancer and the Politics of Abortion in the United States». Medical History (em inglês). PMC 1251638Acessível livremente. doi:10.1017/s0025727300009145 
  7. Safe abortion: technical and policy guidance for health systems (PDF) (Relatório) (em inglês) 2 ed. Organização Mundial de Saúde. 2012. ISBN 9789241548434 
  8. Derbyshire, Stuart (15 de abril de 2006). «Can fetuses feel pain?». BMJ (em inglês). 332 (7546): 909-12. PMC 1440624Acessível livremente. doi:10.1136/bmj.332.7546.909 
  9. Lee, Susan; Ralston, Henry; Drey, Eleanor; Partridge, John; Rosen, Mark (2005). «Fetal Pain: A Systematic Multidisciplinary Review of the Evidence». JAMA (em inglês). 294 (8): 947–954. doi:10.1001/jama.294.8.947 
  10. [1]