Museu da Família Colonial

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Museu da Família Colonial
Museu da Família Colonial
Tipo museu
Inauguração 1967 (57 anos)
Administração
www.blumenau.sc.gov.br/fundacao-cultural Página oficial (Website)
Geografia
Coordenadas 26° 55' 20.6" S 49° 3' 27.6" O
Mapa
Localidade Blumenau, em  Santa Catarina
Localização Blumenau - Brasil
Patrimônio bem tombado pelo IPHAN, bem tombado pela FCC

O Museu da Família Colonial é um espaço artístico, histórico, memorial e expositório situado na cidade de Blumenau, criado a partir de objetos doados por Edith Gaertner, ex-atriz e herdeira do farmacêutico alemão Hermann Bruno Otto Blumenau. Tem como objetivo a exposição de peças e utensílios comuns à famílias de classe média nos primeiros anos de colonização alemã no Brasil. Em 2007, o museu foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.[1] O complexo museológico possui um acervo de 6 200 peças,[2][3] ocupando uma área de 15.000 metros quadrados.

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

O museu foi planejado por Edith Gaertner, herdeira das terras que haviam pertencido ao fundador da cidade, Hermann Bruno Otto Blumenau, seu tio avo. Nascida em 1882, Edith foi a caçula de 8 irmãos. Aos 20 anos, após a morte dos pais, saiu sozinha do Brasil. Trabalhou em diversos empregos, inclusive como governanta no Uruguai. Porém, foi na Argentina que realizou seu sonho de criança: se tornar uma atriz.

Ainda na Argentina conheceu Eleonora Duse, uma atriz italiana, que foi sua musa inspiradora. Assim partiu para Europa e viveu seu apogeu. Era requisitada nos mais famosos palcos do velho continente, apresentando-se de Viena a Leipzig. Edith encenou Goethe, Schiller, Molière, Shakespeare. A crítica, contam historiadores, a recebia muito bem: sua dicção e "mímica" eram sempre elogiados.

Mas, em 1924, ao receber a notícia que seus irmãos solteiros estavam a beira da morte, decidiu voltar ao Brasil. De volta a Blumenau, Edith passou a viver na propriedade da família Gaertner. Solteira, Edith nunca teve filhos.

A morte dos irmãos a fez se deparar com a total ausência familiar. Edith nunca mais voltou a atuar como atriz, passando seus dias no ostracismo. Para passar o tempo, passou a ter grande afeto por gatos. Com a intenção de sempre lembrar destes, Edith sepultava-os com toda formalidade e cerimônia no horto ao fundo de sua residência, formando assim o “Cemitério de Gatos”.[4][5] Já em 1950, durante a celebração do centenário da fundação de Blumenau, Edith percebeu a necessidade de criar uma entidade que assumisse a responsabilidade pelos imóveis, utensílios e objetos de sua família, os primeiros colonizadores de Blumenau. Desta forma, acreditava trabalhar em pró da preservação de sua própria história. Iniciou então a implantação desse projeto entregando as terras de Hermann Bruno Otto Blumenau à Prefeitura Municipal, assim como os móveis e alguns de seus pertences.

Quando Edith Gaertner faleceu em 1967, a Prefeitura Municipal de Blumenau transformou o local onde ela residia em um museu. Nascia assim o Museu da Família Colonial.[6]

A formação do museu[editar | editar código-fonte]

O então responsável pela biblioteca pública de Blumenau, José Ferreira da Silva foi encarregado pela organização e direção do museu. José, resolveu anexar à exposição o horto onde Edith sepultava seus gatos. O espaço recebeu cuidado artístico e as sepulturas receberam lápides e esculturas de porcelana feitas por Miguel Barba. Porém, o local foi alvo da ação de vândalos. Hoje, apenas um par de esculturas vigia os pequenos túmulos. O cemitério dos gatos do museu é considerado o único do tipo no mundo.[7][8][9]

Junto ao ato de sua criação, o museu foi incorporado à Fundação Casa Dr. Blumenau. O complexo museológico ainda é formado por outra casa, de 1858, construída pelo imigrante alemão Hermann Wendeburg, que foi anexada ao patrimônio da Fundação Cultural de Blumenau em 1997.[10]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Bens tombados e em processo de tombamento» (PDF). Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Consultado em 15 de abril de 2018 
  2. «Museu da Família Colonial tem novo acesso». Prefeitura Municipal de Blumenau. Consultado em 8 de março de 2018 
  3. «Blumenau ostenta alta qualidade de vida». Folha de S.Paulo. Consultado em 15 de abril de 2018 
  4. «Cemitério dos Gatos». Secretaria de Turismo do Estado de Santa Catarina. Consultado em 8 de março de 2018 
  5. «Cemitério de gatos em SC esconde história de atriz, da fama à clausura». Portal Globo.com. Consultado em 8 de março de 2018 
  6. «Exposição conta os 50 anos do Museu da Família Colonial». Prefeitura Municipal de Blumenau. Consultado em 8 de março de 2018 
  7. «O cemitério dos gatos». Jornal de Santa Catarina. Consultado em 15 de abril de 2018 
  8. «Dia 3: de Nova Rússia ao centro de Blumenau, 23 km». O Estado de S.Paulo. Consultado em 15 de abril de 2018 
  9. «Museu da Família Colonial». Revista Viagem e Turismo. Consultado em 15 de abril de 2018 
  10. «Museu da Família Colonial». Ministério da Cultura. Consultado em 15 de abril de 2018