Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo
Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo
| |
|---|---|
| Tipo | museu nacional, museu de arte |
| Visitantes | 18 249 |
| Página oficial (Website) | |
| Geografia | |
| Coordenadas | |
| Localização | Évora - Portugal |
O Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, anteriormente denominado Museu de Évora, está localizado no centro histórico da Cidade de Évora.[1][2][3][4]. Trata-se de um Museu com um acervo diversificado e heterogéneo composto por mais de 20.000 peças. Destacam-se as colecções de Pintura; Arqueologia; Escultura; Artes Decorativas ; Numismática. É tutelado desde 2023 (Decreto-Lei n.º 79/2023)[5] pela Museus e Monumentos de Portugal, E.P.E. (antiga Direcção Geral do Património Cultural)[6].
História
[editar | editar código]A 30 de julho de 1914, o Decreto-Lei n.º226[7] autoriza a criação do Museu de Évora para, no ano seguinte, a 1 de março, o Decreto-Lei nº1355[8] a oficializar, com o nome de Museu Regional de Évora[9][1][4]. Abriu ao público no ano de 1921, no edifício do Palácio Amaral, do qual transitou para o actual edifício, ocupado na sua totalidade no ano de 1929. As primeiras quatro salas são inauguradas dois anos depois e, em 1936, é incorporado o Museu Arqueológico, que se encontrava anteriormente no rés-do-chão da Biblioteca Pública de Évora[4]. Com a nomeação no ano de 1943 de Mário Tavares Chicó como Director, dá-se início a uma fase de requalificação no interior do edifício, visando submetê-los às exigências dos novos programas museológicos. Estas obras prolongam-se para além da morte do Director, no ano de 1966. Apenas em 1970 é inaugurada a secção de Pré-História situada na cave. Em 2004 o Museu encerra para obras de requalificação de todo o edifício, obras estas terminadas apenas no ano de 2009, altura em que o Museu reabre ao público, a 29 de Junho[10].
Tem como anexo a Igreja do Convento das Mercês[1].
A importância e a diversidade da colecção do Museu, cuja origem remonta a Frei Manuel do Cenáculo Villas-Boas, fazem do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo uma instituição incontornável para se conhecer e compreender a história e as manifestações artísticas e culturais nacionais[1]. Alberga alguns «tesouros nacionais» como o Tríptico da Paixão de Cristo, esmalte de Nardon Pénicaud e o Retábulo flamengo, possivelmente do círculo de Gerard David.
Colecções
[editar | editar código]As colecções do Museu apresentam importantes núcleos de Arte e Arqueologia, reunindo igualmente uma Colecção de História Natural. Do vasto acervo destaca-se a colecção de Pintura que abrange o período temporal do século XV ao XX. A realçar a predominância de autores portugueses (ou com actividade artística em território nacional) como Baltazar Gomes Figueira, Josefa de Ayala (dita Josefa de Óbidos)[11], José Benedito Soares de Faria e Barros (conhecido como Morgado de Setúbal)[12], Diogo Pereira, Domingos Sequeira, Cyrilo Volkmar Machado, Silva Porto, a pintora andaluza Josefa Garcia Greno[13] ou Dórdio Gomes.

A sublinhar ainda diferentes obras provenientes de distintas Igrejas e Conventos extintos da cidade de Évora. Merecem destaque o Políptico da Sé de Évora (composto por treze pinturas a óleo sobre madeira) do antigo altar-mor da Sé de Évora, atribuído provavelmente ao círculo de Gerard David e o Tríptico do Conventinho de Valverde da autoria do pintor régio renascentista Gregório Lopes. A notar ainda as pinturas da autoria (ou atribuídas) a Frei Carlos e Francisco Henriques. Na colecção de pintura estrangeira destacam-se obras de alguns artistas das escolas italiana e neerlandesa como Marcello Leopardi ou Abraham de Vries.


Na colecção de Escultura destacam-se os elementos de arquitectura provenientes de monumentos da cidade e ainda importantes exemplares de tumulária.
Merecem ainda destaque as peças escultóricas dos séculos XVI e XIX da autoria (ou atribuídas) a Nicolau Chantere[14][15], Costa Motta ou António Teixeira Lopes (estes últimos da colecção/legado Barahona).
A extinção das Ordens Religiosas em 1834 e a consequente integração dos seus espólios contribuíram para a criação das colecções de Ourivesaria e Têxteis, sobretudo composta por alfaias litúrgicas, joalharia e têxteis, essencialmente paramentaria litúrgica[4].
As colecções de Numismática e Naturália devem-se essencialmente ao Arcebispo Frei Manuel do Cenáculo Villas-Boas.
Refira-se ainda, no núcleo de Arqueologia, a colecção de Henrique Leonor Pina com o espólio da Anta Grande do Zambujeiro. Merecem-se destaque diferentes peças - encontradas em escavações arqueológicas - provenientes: Herdade das Casas, Castelo da Lousa, Castelo do Geraldo[1][2].
Referências
- ↑ a b c d e «Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo | Página da Museus e Monumentos de Portugal, E.P.E.»
- ↑ a b Caetano, Joaquim ; Mangucci, Celso. «Ciência no Museu». Évora com ciência. Percursos. Évora: Universidade de Évora, 2019. 288-299.ISBN:9789727781355
- ↑ Montes, María Zozaya. «Figuras falantes: esculturas do período burguês em Évora (1850-1930)». Évora com ciência. Percursos. Évora: Universidade de Évora, 2019. 300-323. ISBN 9789727781355
- ↑ a b c d Alegria, António [et al] (2011). Museu de Évora. Colecção Museus de Portugal. Lisboa: IMC – Instituto dos Museus e da Conservação, QuidNovi. ISBN 978-989-554-863-7
- ↑ «Criação da Museus e Monumentos de Portugal, E. P. E.». 4 de setembro de 2023
- ↑ «Museus e Monumentos de Portugal, E.P.E. | Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo». Museus e Monumentos de Portugal. Consultado em 1 de setembro de 2025
- ↑ «Diário da República (electrónico) | Lei n.º 226 - Diário do Governo n.º 127/1914, Série I de 1914-07-28»
- ↑ Decreto n.º 1355, de 24 de fevereiro de 1915.
- ↑ Roque, Maria Isabel (15 de agosto de 2020). «Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo: sinais de risco.»
- ↑ Alegria, António [et al] (2011). Museu de Évora. Colecção Museus de Portugal. Lisboa: IMC – Instituto dos Museus e da Conservação, QuidNovi. p. 11. ISBN 978-989-554-863-7
- ↑ Serrão, Vítor (coord.) (1991). Josefa de Óbidos e o tempo barroco [Catálogo de exposição]. Lisboa: Instituto Português do Património Cultural. 287 páginas
- ↑ Caetano, Joaquim (2010). «"Os "Morgados" do Museu de Évora"» (PDF). Cenáculo, Boletim online do Museu de Évora
- ↑ Leandro, Sandra (2013). «Josefa Greno. A obra ao negro». In Mulheres pintoras em Portugal. De Josefa de Óbidos a Paula Rego. Leandro, Sandra ; Silva, Raquel Henriques da (coord.). Lisboa: Esfera do Caos. pp. 72–93. ISBN 978-989-680-080-2
- ↑ Pereira, Paulo (2011). Arte Portuguesa: História Essencial. Lisboa: Círculo de Leitores; Temas e Debates. ISBN 978-989-644-153-1
- ↑ Bilou, Francisco (2020). Nicolau Chanterene. Um insigne escultor em Évora, 1532-1542. Lisboa: Edições Colibri. ISBN 9789896899028


