Naumaquia de Augusto

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Naumaquia de Augusto
Naumaquia de Augusto
Pintura de uma naumáquia (1894).
Naumaquia de Augusto
Plano da Naumaquia de Augusto
Tipo Naumáquia
Construção 2 a.C.
Promotor / construtor Augusto
Geografia
País Itália
Cidade Roma
Localização XIV Região - Transtiberim
Coordenadas 41° 53' 5.7" N 12° 28' 23" E
Naumaquia de Augusto está localizado em: Roma
Naumaquia de Augusto
Geolocalização no mapa: Roma antiga

Naumaquia de Augusto (em latim: Naumachia Augusti) era uma estrutura (naumaquia) construída pelo imperador romano Augusto para a realização de batalhas navais simuladas em Roma. Sua inauguração ocorreu em 2 a.C. durante as celebrações da inauguração do Templo de Marte Vingador no Fórum de Augusto[1][2][3][4][5].

Localização[editar | editar código-fonte]

A Naumaquia de Augusto ficava localizada ou perto da igreja de San Cosimato in Trastevere, onde foram descobertos grandes blocos arredondados de travertino[6] entre a Viale del Trastevere e a antiga Via Campana Portuensis durante as obras de construção da primeira[7][8] ou para o sul da Via Aurélia e do canto sudeste da igreja de San Francesco a Ripa in Trastevere, onde foram encontrados muitos mosaicos em preto-e-branco do final do século I a.C. a cerca de oito metros de profundidade[9].

Descrição[editar | editar código-fonte]

A naumaquia ficava na margem direita do Tibre[10][3], perto da margem, e media 357 x 536 metros (1200 x 1800 pés romanos)[2]. A água necessária para os eventos era provida pela Água Alsietina (conhecido também como Água Augusta), um aqueduto construído especificamente para este fim e que buscava água de baixa qualidade, imprópria para o consumo, no Lago Alsietino (Lacus Alsietinus)[11][12]. No meio do lago artificial ficava uma ilha[5] que provavelmente estava ligada à margem pela Pons Naumachiarius, mencionada por Plínio, o Velho, e restaurada por Tibério depois de um incêndio[13]. Tibério ordenou que o tronco daquela que se acreditava ser maior árvore do mundo, um larício de 35 metros de altura (120 pés romanos), fosse instalado na ponte da naumáquia como curiosidade[14].

A Naumaquia de Augusto, a primeira estrutura permanente deste tipo na história, foi utilizada até a época de Nero (m. 68)[15], que ordenou que o tronco gigantesco fosse levado para o seu anfiteatro[16], e Tito, quando já era conhecido como "Velha Naumaquia" (em latim: Naumachia Vetus).[17][5]. Estácio menciona uma naumaquia realizada por Domiciano em 95[18]. Na época de Alexandre Severo (r. 222-235), apenas uns poucos vestígios ainda existiam[19].

As batalhas navais organizadas por Augusto envolviam 30 birremes e trirremes e também navios menores, um total de cerca de 3 000 combatentes sem contar os remadores[2]. Para isto, o tanque precisava ter pelo menos 1,5 metros de profundidade, o mínimo para permitir a navegação de trirremes, o que resultava numa capacidade de cerca de 200 000 metros cúbicos de água. Anexo à Naumaquia de Augusto ficava um parque batizado em homenagem aos dois filhos adotivos de Augusto, seus netos Caio e Lúcio César (Nemus Gaius et Lucius Caesaris)[20][21], mas conhecido apenas como Nemus Caesarum[2][22][23].

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Coarelli, Filippo (1992). «Aedes Fortis Fortunae, Naumachia Augusti, Castra Ravennatium: la Via Campana Portuensis e alcuni edifici nella Pianta Marmorea Severiana.». Ostraka (em italiano). 1: 39–54 
  • Coleman, Kathleen M. (1993). «Launching into History: Aquatic Displays in the Early Empire». Journal of Roman Studies (em inglês) (83): 48–74, 52ss 
  • Harmanşah, Ömür (2002). Dumser, Elisha Ann, ed. Mapping Augustan Rome (= Journal of Roman Archaeology. Supl. 50). Naumachia (em inglês). Portsmouth: [s.n.] p. 179 
  • Platner, Samuel Ball (1929). Ashby, Thomas, ed. A Topographical Dictionary of Ancient Rome. Naumachiae (em inglês). London: Oxford University Press. p. 357 
  • Richardson Jr., Lawrence (1992). A New Topographical Dictionary of Ancient Rome. Naumachia Augusti (em inglês). Baltimore: Johns Hopkins University Press. p. 265. ISBN 0-8018-4300-6 
  • Taylor, Rabun (1997). Torrent or trickle? The Aqua Alsietina, the Naumachia Augusti, and the Transtiberim. American Journal of Archaeology (em inglês). 101. [S.l.: s.n.] p. 465–492 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • Harmanşah, Ömür. «Naumachia» (em inglês). Digital Augustan Rome