Nawal al-Sa'dawi
Nawal al-Sa'dawi | |
---|---|
Nawâl em 2010 | |
Nascimento | 27 de outubro de 1931 (88 anos) Kafr Tahl, ![]() |
Prémios | Prémio Internacional Catalunha (2003) |
Nawal al-Sa'dawi, (em árabe: نوال السعداوي, Nawāl as-Saʿdāwī) (Kafr Tahl, Egito, 27 de outubro de 1931) é uma escritora, médica, psiquiatra e feminista egípcia.[1]Escreveu muitos livros sobre o tema das mulheres no Islã, prestando especial atenção à prática da mutilação genital feminina em sua sociedade. Ela foi descrita como "a Simone de Beauvoir do mundo árabe".[2]
Ela é fundadora e presidente da Associação de Solidariedade das Mulheres Árabes (AWSA) [3] e co-fundadora da Associação Árabe para os Direitos Humanos.[4] Ela recebeu graus honorários em três continentes. Em 2004, ganhou o Prêmio Norte-Sul do Conselho da Europa. Em 2005, ganhou o Prêmio Internacional Inana na Bélgica e em 2012, o International Peace Bureau concedeu-lhe o Prêmio Sean MacBride da Paz .
Biografia[editar | editar código-fonte]
Nasceu em 27 de outubro de 1931 na cidade de Kafr Tahl, povoação nos arredores do Rio Nilo, no seio de uma tradicional família egípcia, e quando criança, sofreu mutilação genital feminina. Estudou medicina na Universidade do Cairo, onde graduou-se em 1955
Trabalhando como médica em Kafr Tahl pode observar as dificuldades e desigualdades que enfrentavam as mulheres, em especial as camponesas. Depois de mostrar interesse em proteger as mulheres e tentar proteger uma de suas pacientes de violência doméstica, Sa'dawi foi enviada ao Cairo. Lá, conseguiu o cargo de diretora de Saúde pública e encontrou seu terceiro marido, Sherif Hetata, que havia sido preso político durante 13 anos.[5]
Sa'dawi foi demitida do cargo no Ministério da Saúde como consequência de suas atividades políticas. Estas atividades também custaram-lhe os cargos de chefe de redação de um jornal de saúde da Secretaria Geral Adjunta da Associação Médica do Egito. Entre 1973 e 1976 trabalhou na investigação de neurose nas mulheres da África pela Universidade de Ain Shams, e entre 1979 e 1980 foi assessora das Nações Unidas para o Programa da Mulher Africana (CEP) e de Oriente Próximo (CEPA).
Vista como polêmica e perigosa pelo governo egípcio, Sa'dawi foi presa em setembro de 1981, junto com outros egípcios opostos aos acordos de Paz de Jerusalém do presidente Anwar al-Sadat. Foi liberada no ano seguinte, um mês depois do assassinato do presidente Sadat.
Em 1991, após receber ameaças de morte por parte de terroristas islâmicos, exilou-se nos Estados Unidos, onde passou a lecionar na Universidade de Washington. Em 1996 retornou ao Egito, onde continuou suas atividades em favor dos direitos da mulher, especialmente a partir de sua obra escrita.[6]
Em 2003 foi premiada pela Generalidade da Catalunha com o Prêmio Internacional Catalunha e em 2004 com o Prêmio Norte-Sur concedido pelo Conselho da Europa. Em 2010, outorgou-se com um doutorado Honoris causa pela Universidade Nacional Autônoma do México.
Referências
- ↑ Premio Norte-Sur del Consejo de Europa.
- ↑ «Nawal El Saadawi -Egyptian physician, psychiatrist, author and feminist». Encyclopædia Britannica. Consultado em 7 de Fevereiro de 2018
- ↑ «Arab Women's Solidarity Association United». Lokashakti. Consultado em 7 de Fevereiro de 2018
- ↑ Nawal El Saadawi, "Presentation by Nawal El Saadawi: President's Forum, M/MLA Annual Convention, November 4, 1999", The Journal of the Midwest Modern Language Association 33.3–34.1 (Autumn 2000 – Winter 2001): 34–39.
- ↑ Página personal de Nawal al-Sa'dawi.
- ↑ Reseña de su obra "La mujer que buscaba" (em castelhano).