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Neo-ludismo

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Neo-Ludismo (ou Novo Ludismo ou Neoludismo) é uma forma que se opõe às muitas formas de tecnologias.[1] O termo ludita é geralmente pejorativa aplicada às pessoas que demonstram tendencias Tecnofobicas.[2] O nome é baseado no legado histórico dos ludistas ingleses, entre 1811 e 1817.[1] Enquanto os ludistas ingleses estavam preocupados com as implicações econômicas da melhoria da tecnologia em relação à industrialização; os neo-ludistas atuais tendem a ter uma desconfiança mais ampla de holística do avanço tecnológico.

O neo-ludismo é um movimento sem liderança de grupos não afiliados que resistem a tecnologias modernas e ditam o retorno de algumas ou todas as tecnologias a um nível mais primitivo.[3] Os neo-ludistas são caracterizados por praticar algumas ou mais dessas práticas:

  • abandonar passivamente o uso de tecnologias.
  • prejudicar aqueles que produzem tecnologia prejudicial ao meio ambiente.
  • defender uma vida simples ou sabotar a tecnologia.

O movimento neo-ludita moderno tem conexões com o movimento antiglobalização, anarco-primitivismo, ambientalismo radical e ecologia profunda.

O neo-ludismo fundamenta-se na preocupação com o impacto tecnológico sobre as pessoas, suas comunidades e/ou o meio ambiente. O neo-ludismo defende o uso do princípio da precaução para todas as novas tecnologias, defendendo que elas sejam comprovadamente seguras antes de sua adoção, devido aos efeitos desconhecidos que essas tecnologias podem causar.[4]

O neo-ludismo pede para desacelerar ou parar o desenvolvimento de novas tecnologias. O neo-ludismo prescreve um estilo de vida que abandona tecnologias específicas, devido a sua crença de que esta é a melhor perspectiva para o futuro. Como Robin e Webster colocam, “um retorno à natureza e ao que é imaginado como comunidades mais naturais”. No lugar do capitalismo industrial, o neo-ludismo prescreve comunidades agrícolas de pequena escala, como as dos Amish e do movimento Chipko no Nepal e na Índia como modelo para o futuro.[5]

O neo-ludismo nega a capacidade de qualquer nova tecnologia de resolver problemas atuais, tais como a degradação ambiental⁣⁣, a ⁣⁣guerra nuclear⁣⁣ e as ⁣⁣armas biológicas⁣⁣, sem criar mais problemas potencialmente perigosos.[5][6][7]

Em 1990, tentando fundar um movimento unificado e resgatar o termo ludita, Chellis Glendinning publicou seu “Notes toward a Neo-Luddite manifesto”. Neste artigo, Glendinning descreve os neo-luditas como “cidadãos do século XX — ativistas, trabalhadores, vizinhos, críticos sociais e acadêmicos — que questionam a visão de mundo moderna predominante, que prega que a tecnologia desenfreada representa progresso”.[8] Glendinning expressa uma oposição às tecnologias que ela considera destrutivas para comunidades ou são materialistas e racionalistas. Ela propõe que a tecnologia encoraja preconceitos e, portanto, deve questionar se as tecnologias foram criadas para interesses específicos, para perpetuar seus valores específicos, incluindo eficiência de curto prazo, facilidade de produção e marketing, bem como lucro. Glendinning também diz que aspectos secundários da tecnologia, incluindo implicações sociais, econômicas e ecológicas, e não benefícios pessoais, precisam ser considerados antes da adoção da tecnologia no sistema tecnológico.

Visão de um futuro sem intervenções

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O neo-ludismo frequentemente estabelece previsões severas sobre o efeito de novas tecnologias. Embora não haja uma visão coesa das ramificações da tecnologia, o neo-ludismo prevê que um futuro sem reforma tecnológica tem consequências terríveis. Os neo-luditas acreditam que as tecnologias atuais são uma ameaça à humanidade e ao mundo natural em geral, e que um futuro colapso social é possível ou mesmo provável.

Essas previsões incluem mudanças no lugar da humanidade no futuro devido à substituição de humanos por computadores, decadência genética de humanos devido à falta de seleção natural, engenharia biológica de humanos, uso indevido de poder tecnológico, incluindo desastres causados ​​por organismos geneticamente modificados, guerra nuclear e armas biológicas; controle da humanidade usando vigilância, propaganda, controle farmacológico e controle psicológico; a humanidade falhando em se adaptar ao futuro, manifestando-se como um aumento de distúrbios psicológicos, aumento da desigualdade econômica e política, alienação social generalizada, perda de comunidade e desemprego em massa; tecnologia causando degradação ambiental devido à miopia, superpopulação.[5]

Tipos de intervenções

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Em 1990, tentando resgatar o termo ludita e fundar um movimento unificado, Glendinning publicou seu “Notas para um manifesto neo-ludita”. Neste artigo, Glendinning propõe destruir as seguintes tecnologias: tecnologias eletromagnéticas (isso inclui comunicações, computadores, aparelhos e refrigeração), tecnologias químicas (isso inclui materiais sintéticos e medicina), tecnologias nucleares (isso inclui armas e energia, bem como tratamento de câncer, esterilização e detecção de fumaça), engenharia genética (isso inclui plantações, bem como produção de insulina).[8] Ela argumenta a favor da “busca por novas formas tecnológicas” que sejam locais em escala e promovam liberdade social e política.

Referências

  1. a b Jones, Steven E. (14 de abril de 2006). Against Technology: From the Luddites to Neo-Luddism (em inglês). [S.l.]: Taylor & Francis 
  2. M.J, Brosnan (1998). Technophobia: the psychological impact of Information Technology. London: Routledge. p. 155. ISBN 978-0415135962 
  3. Sale, Kirkpatrick (1 de fevereiro de 1997). «America's new Luddites». Le Monde diplomatique (em inglês). Consultado em 18 de janeiro de 2025 
  4. LEVINSON, DAVID; CHRISTENSEN, KAREN (30 de junho de 2003). Encyclopedia of Community: From the Village to the Virtual World (em inglês). [S.l.]: SAGE 
  5. a b c Basney, Lionel. «Questioning Progress». Books and Culture (em inglês). Consultado em 18 de janeiro de 2025 
  6. Graham, Gordon (1999). The Internet: A Philosophical Inquiry (em inglês). [S.l.]: Psychology Press 
  7. «NEW TECHNOLOGY AND SOCIETY WEBSITE». www.newtechnologyandsociety.org. Consultado em 18 de janeiro de 2025 
  8. a b «Notes toward a Neo-Luddite Manifesto». The Anarchist Library (em inglês). Consultado em 18 de janeiro de 2025