Neocarya
Neocarya
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Neocarya é um género botânico pertencente à família das crisobalanáceas, constituído por uma única espécie,[1] a Neocarya macrophylla, a qual, por seu turno, é comummente conhecida como ameixeira-de-gengibre[2] ou tambacumba.[3]
Os frutos desta espécie são conhecidos, por seu turno, como ameixa-de-gengibre[2] ou tambacumba.[3]
Descrição da espécie
[editar | editar código]A tambacumba é uma árvore pequena ou arbusto da família das crisobalanáceas, orçando cerca de 7 a 10 metros de altura.[4] Pauta-se pelo seu tronco curto, ramos tortuosos e copa aberta. [4]
As suas folhas são alternadas, ovais ou elípticas, com 10-25 x 5–15 cm, coriáceas e com penugem na face inferior.[4]
O fruto, também conhecido como tambacumba[3] ou ameixa-de-gengibre[2], é uma drupa elipsoide, glabra, de cor castanho-amarelada, com superfície enrugada cinzenta, medindo 4-5 x 2,5–3,5 centímetros, com polpa espessa e contendo um caroço duro, com interior piloso.[4]
Distribuição
[editar | editar código]Esta planta distribui-se por todas as savanas costeiras do Senegal ao Libéria, pelas savanas arborizadas do sul do Níger e do Mali, e pelo norte da Nigéria[4], marcando presença na Guiné-Bissau.[2]
Trata-se de uma planta típica das orlas ou zonas baixas sudanesas com solos arenosos.[4]
Floresce durante quase todo o ano no Níger, mas principalmente na segunda metade da estação seca, que vai de Janeiro a Abril.[4]
Usos
[editar | editar código]Alimentação
[editar | editar código]Tanto os frutos como as sementes desta espécie são amplamente utilizados na alimentação das regiões de onde são autóctones.[5]
Do que toca às sementes, estas são muito valorizadas, quer para consumo directo[5], quer para extração de óleo, mercê do seu alto teor de ácidos gordos mono e polinsaturados, esteróis dietéticos e proteínas.[6]
Quanto aos frutos, sobressaem pela sua polpa, que é doce e aromática e que é amiúde consumida crua, podendo inclusive ser usada para a confecção de compotas.[5] A polpa é fermentável, podendo fazer-se com ela bebidas alcoólicas amiúde usadas como forma de tempero.[5]
Etnobotânico
[editar | editar código]As folhas são utilizadas no âmbito da medicina popular, na confecção de mezinhas, aplicadas no tratamento de diarreia, hipertensão, inflamação dos olhos, dor e picadas de cobra.[7][8]
No que toca às cascas e as raízes da tambacumba, podem ser usadas na confecção de preparados hemostáticos e antivenenos, ou ainda contra as cáries dentárias,problemas respiratórios, conjuntivite, por muitas povoações locais, também no âmbito da medicina popular.[9]
Religioso
[editar | editar código]Inúmeras tradições do Níger e do Mali empregam a tambacumba na elaboração de artefactos mágico-religiosos, como talismãs, amuletos e ornamentos sacerdotais.[9]
Silvicultura
[editar | editar código]A madeira proveniente do tronco e dos ramos da tambacumba também é utilizada pelas populações locais como lenha, especialmente nas zonas de grande densidade populacional.[9] Os ramos jovens e as folhas também podem servir como forragem para a pecuária.[9]
Referências
- ↑ «Neocarya — World Flora Online». www.worldfloraonline.org. Consultado em 19 de agosto de 2020
- ↑ a b c d Macedo Ribeiro, Vera Alexandra (2022). Práticas etnofarmacológicas na Guiné-Bissau: Estudo fitoquímico e biológico de espécies com atividade citotóxica em células de cancro (PDF). Porto: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto. pp. 11–12
- ↑ a b c Infopédia. «tambacumba | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Dicionários infopédia da Porto Editora. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ a b c d e f g Balla, A. (Março 2008). «Le savoir-faire endogène dans la valorisation alimentaire des fruits du pommier du Cayor (Neocarya macrophylla) au Niger» (PDF). l'Institut National des Recherches Agricoles du Bénin. Bulletin de la Recherche Agronomique du Bénin (59): 2-3. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ a b c d Balla, A. (Março 2008). «Le savoir-faire endogène dans la valorisation alimentaire des fruits du pommier du Cayor (Neocarya macrophylla) au Niger» (PDF). l'Institut National des Recherches Agricoles du Bénin. Bulletin de la Recherche Agronomique du Bénin (59): 3. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ Amza, Tidjani; Amadou, Issoufou; Balla, Abdourahamane; Zhou, HuiMing (1 de maio de 2015). «Antioxidant capacity of hydrolyzed protein fractions obtained from an under-explored seed protein: Gingerbread plum (Neocarya macrophylla)». Journal of Food Science and Technology (em inglês) (5): 2770–2778. ISSN 0975-8402. PMC 4397297
. PMID 25892774. doi:10.1007/s13197-014-1297-7. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ Tidjani, Amza (30 de julho de 2010). «Chemical and Nutrient Analysis of Gingerbread Plum (Neocarya macrophylla) Seeds». Maxwell Scientific Organization. Advance Journal of Food Science and Technology. 4 (2): 191-195. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ Yusuf, Aj; Abdullahi, Mi; Haruna, Ak; Idris, Ay; Musa, Am (28 de julho de 2015). «Isolation and Characterization of Stigmasterol and Bis-(5, 7-diacetyl-catechin-4'-α- rhamnopyranoside) from the Stem bark of Neocarya macrophylla (Sabine) Prance (Chrysobalanaceae)». Nigerian Journal of Basic and Applied Sciences (1). 15 páginas. ISSN 0794-5698. doi:10.4314/njbas.v23i1.3. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ a b c d Balla, A. (Março 2008). «Le savoir-faire endogène dans la valorisation alimentaire des fruits du pommier du Cayor (Neocarya macrophylla) au Niger» (PDF). l'Institut National des Recherches Agricoles du Bénin. Bulletin de la Recherche Agronomique du Bénin (59): 4. Consultado em 11 de abril de 2025