Neonazismo: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Revertidas edições por 200.162.8.130 para a última versão por Stuckkey (usando Huggle)
Linha 15: Linha 15:
[[Imagem:Neo-Nazi Skinhead.jpg|thumb|esquerda|200px|Um ''[[skinhead]]'' neo-nazi alemão.]]
[[Imagem:Neo-Nazi Skinhead.jpg|thumb|esquerda|200px|Um ''[[skinhead]]'' neo-nazi alemão.]]


Normalmente existem diversos grupos neonazistas, principalmente formado por jovens entre 16 e 25 anos de idade. O material destes grupos provém de sites na internet, tendo forte influência de grupos neonazistas alemães, ainda presentes.
Normalmente existem diversos pintos neonazistas, principalmente formado por jovens entre 16 e 25 anos de idade. O material destes grupos provém de sites na internet, tendo forte influência de grupos neonazistas alemães, ainda presentes.


Mesmo a Alemanha tendo proibido qualquer atividade relacionada ao nazismo, estes grupos são mantidos por partidos de [[extrema direita]], sediados na Europa e em outros países.
Mesmo a Alemanha tendo proibido qualquer atividade relacionada ao nazismo, estes grupos são mantidos por partidos de [[extrema direita]], sediados na Europa e em outros países.

Revisão das 15h57min de 7 de junho de 2013

O neonazismo está associado ao resgate do nazismo, ideologia política propagada por Adolf Hitler, no começo da década de 1920.[1] O movimento neonazista tem suas origens assentadas na intolerância e em preceitos racialistas, primando sempre pela "raça pura ariana" ou pela "superioridade da raça branca".[1] Os seguidores da doutrina em sua maioria promovem discriminação contra minorias e grupos específicos, como homossexuais, negros, estrangeiros[1] ameríndios, judeus e comunistas (bem como outras correntes político-ideológicas correlatas à esquerda política), além de imigrantes caboclos e islâmicos. Algumas correntes preferem apenas a segregação da "raça pura ariana" das demais "raças", condenando agressões físicas contra tais grupos (muitas vezes condenando também a violência moral e psicológica). Outras promovem explicitamente o ataque físico aos grupos citados. Há grande oposição vinda dos neonazistas de grupos punks, fazendo com que cresça uma hostilidade entre os dois grupos. Alguns grupos chegam a defender o uso da força para tomar o controle do Estado ou segregar regiões através de movimentos separatistas, como o Neuland.[2][3][4][5]

Apesar da prática racialista ou racista, os neo-nazis não se denominam racistas, promovendo às vezes debates e reuniões sobre seu movimento e culturas opostas à ideologia nazista, com o intuito de engrandecer a favorecer o movimento neonazista. Não raramente estas reuniões são planejadas de modo que induzam jovens a participar destes movimentos. Tais encontros, em que membros se declaram explicitamente a favor da doutrina nazista, são proibidos (por propagação de nazismo ou crime de apologia ao nazismo) na maioria dos países do mundo, porém muitas vezes tal proibição é relevada, como acontece em alguns países da Europa e nos EUA.

Negacionismo, negação ou minimização do Holocausto

Ver artigo principal: Negação do Holocausto e Holocausto

Muitos neo-nazis promovem a minimização ou negação do Holocausto. Afirmam que o genocídio deliberado (freqüentemente em câmaras de gás) de mais de 6.000.000 de pessoas, a maioria judeus, é mentira ou exagero. Historiadores conceituados calculam que o número de judeus mortos durante o Holocausto varia entre 5,1 e 6,2 milhões,[6][7][8][9][10] alguns suspeitam que o número de mortos possa ser ainda maior, mas existem ainda negacionistas que calculam um número extremamente inferior, por volta de 500 mil pessoas.

É provável que os neo-nazis usem a negação do Holocausto para tornar o nazismo mais palatável, ao remover a associação da ideologia com o genocídio. É importante não misturar os negadores do holocausto com os neo-nazis, visto que muitos dos negadores nada mais são do que cidadãos comuns que não confiam na existência do holocausto. Existem ainda alguns poucos, como David Cole, que são negadores do holocausto judeus. Outros neo-nazis que não negam o Holocausto apontam alegados equivalentes imorais, tais como o bombardeio de Dresden na Segunda Guerra Mundial, e a expulsão dos alemães após a o fim daquele conflito; ou justificam as execuções feitas pelos nazis como retaliações contra atos de sabotagem, terrorismo e subversão.

Grupos neonazistas

Um skinhead neo-nazi alemão.

Normalmente existem diversos pintos neonazistas, principalmente formado por jovens entre 16 e 25 anos de idade. O material destes grupos provém de sites na internet, tendo forte influência de grupos neonazistas alemães, ainda presentes.

Mesmo a Alemanha tendo proibido qualquer atividade relacionada ao nazismo, estes grupos são mantidos por partidos de extrema direita, sediados na Europa e em outros países.

Influências

O aumento da quantidade de grupos neonazistas levou ao maior estudo dos mesmos, tanto profissionalmente por especialistas quanto de modo amador pela sociedade de um modo geral, ambos buscando explicações plausíveis para tal fenômeno. Das explicações encontradas, uma das mais aceitas e tida como razoavelmente plausível é: Os jovens procuram grupos neonazistas porque não encontram respostas para questões de ordem familiar, pessoal, social e até mesmo cívica.

Nos Estados Unidos, o crescimento vertiginoso do crime simultaneamente ao das imigrações ilegais e da forte difusão da cultura afro-americana e latina cria um sentimento de angústia e medo por parte da suposta "raça branca". Os jovens brancos estadunidenses convivem com organizações que culpem essas minorias étnicas (latinos não brancos e afro-americanos) por tais problemas, e algumas dessas são movimentos neonazistas. Assim, explorando a vulnerabilidade juvenil, os movimentos neonazistas reúnem e trazem para a sua organização grande parte desses jovens. A própria proibição de propagação do nazismo na maioria dos países estimula os jovens que inicialmente não conheciam o nazismo a interessar-se nos movimentos, visto que é característica marcante dos jovens a busca da expressão de rebeldia e contestação.

Essa busca por culpados para os problemas rotineiros obviamente não levam o jovem extremista ao caminho do neonazismo. Enquanto os neonazistas culpam minorias étnicas e religiosas, outros grupos culpam, por exemplo, o grupo político que está no poder, podendo ingressar em grupos de radicais políticos.

Recrutamento

Um grupo neonazista levanta os braços para saudar a faixa neonazista.

O recrutamento de novos membros ocorre principalmente pela ferramenta mais popular atualmente, a internet. Apesar de inúmeros países terem leis que proíbam a divulgação da ideologia nazista, os sites se hospedam em países que permitem tal divulgação, dificultando a punição destes envolvidos.

Nestes sites encontram-se materiais para divulgação dos movimentos neonazistas, informações de reuniões, artigos e textos de apoio à causa neonazista.

Mesmo assim esses sites registram inúmeros acessos diariamente, estando principalmente em inglês, alemão e português, respectivamente, existem muitas propagandas deles em outros sites alemães, aumentando mais ainda a divulgação do movimento neo-nazi.

Grupos racistas não correlatos

Existem diversos grupos raciais não correlatos ao neonazismo, sendo em sua maioria grupos de minoria religiosa ou étnica. Dentre eles existem:

[3] [4] [5]

Influência musical

Atualmente existem inúmeras bandas de rock, pertencentes ao estilo "RAC" (Rock Against Communism). Algumas delas explicitamente apoiam o nazismo e fazem saudações nazistas em suas músicas, cantando em inglês e alemão. Também existe o subgênero de hardcore punk chamado Hatecore, que faz apologia ao nazismo. No Black Metal existe o subgênero chamado NSBM (National Socialist Black Metal, traduzido black metal nacional socialista) na qual o seus principais ideais são a segregação racial e a supremacia da raça ariana.

Referências

  1. a b c Assis, Ítalo. "Neonazismo". Brasil Escola. Página visitada em 14 de abril de 2013.
  2. a b Frutuoso, Suzane; Loes, João. "Os nazistas brasileiros". Istoé. 20 de maio de 2006. Página visitada em 14 de abril de 2013.
  3. a b Terroristas neonazistas tinham ligação com Caxias do Sul. 31/05/2009 http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/plantao/10,2529348,Terroristas-neonazistas-tinham-ligacao-com-Caxias-do-Sul.html
  4. a b Neonazistas de 4 estados planejavam articular candidaturas e explodir sinagogas http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2009/05/20/neonazistas-de-4-estados-planejavam-articular-candidaturas-explodir-sinagogas-755949077.asp
  5. a b Duplo homicídio revela a existência de nazistas no Brasil http://www.meionorte.com/noticias,duplo-homicidio-revela-a-existencia-de-nazistas-no-brasil,72983.html
  6. Dawidowicz, Lucy. The War Against The Jews, 1933–1945. Nova York: Holt, Rinehart and Winston, 1975.
  7. Wolfgang Benz in Dimension des Volksmords: Die Zahl der Jüdischen Opfer des Nationalsozialismus. Munique: Deutscher Taschebuch Verlag, 1991. Israel Gutman. Encyclopedia of the Holocaust. Macmillan Reference Books; Edição de referência (1 de outubro de 1995)
  8. Hilberg, Raul. The destruction of the European Jews. Yale Univ. Press, 2003, c.1961.
  9. Yisrael Gutman, Michael Berenbaum, Raul Hilberg, Franciszek Piper, Yehuda Bauer, Anatomy of the Auschwitz Death Camp. Indiana University Press, 1998, p.71.
  10. Gilbert, Martin. Atlas of the Holocaust. Nova York: William Morrow and Company, Inc, 1993.

Ver também

Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Neonazismo

Leituras complementares

  • ALMEIDA, Fábio Chang de. Neofascismo: uma abordagem histórica. In: Giselda Brito Silva; Leandro Pereira Gonçalves; Mauricio B. Alvarez Parada (Orgs.). Histórias da Política Autoritária: Integralismos, Nacional-Sindicalismo, Nazismo e Fascismos. Recife: Editora da UFRPE, 2010.
  • CALDEIRA NETO, Odilon. “Memória e justiça: o negacionismo e a falsificação da história”. In: Revista Antíteses, vol. 2 (4), dezembro de 2009.
  • DAYAN-HERZBRUN, Sonia. "Thomas Mann: um escritor contra o nazismo". Trans/Form/Ação, 1997, vol.20, no.1, p. 71-86.
  • DIAS, Adriana Abreu Magalhães. Os anacronautas do teutonismo virtual: uma etnografia no neonazismo na internet. Dissertação de mestrado. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp. Programa de Pós Graduação em Antropologia Social. Campinas, 2007.
  • DIAS, Adriana Abreu Magalhães. "Links de ódio: o racismo, o revisionismo e o neonazismo na Internet" In.: Os Urbanistas: Revista de Antropologia Urbana. Campinas, Ano 3, vol. 3, no. 4, julho de 2006.[1]
  • FANGEN, Katrine. “Right-wing skinheads- Nostalgia and binary oppositions”. In: Young - Nordic Journal of Youth Research, v. 6, n. 9, 1998.
  • FUKS, Betty Bernardo. "O pensamento freudiano sobre a intolerância". Psicol. clin., 2007, vol.19, no.1, p. 59-73.
  • GIARDINA, Andrea. O mito fascista da romanidade. Estudos Avançados, Abr 2008, vol.22, no.62, p. 55-76.
  • GOODRICK-CLARKE, Nicholas. Sol Negro: cultos arianos, nazismo esotérico e políticas de identidade. São Paulo: Madras, 2004.
  • KRAUSE-VILMAR, Dietfrid. "A negação dos assassinatos em massa do nacional-socialismo: desafios para a ciência e para a educação política" In.: MILMAN, Luís, VIZENTINI, Paulo (org.) Neonazismo, negacionismo e extremismo político. Porto Alegre, Editora da Universidade, 2000.p. 97 a 114. [2]
  • JESUS, Carlos G. N. "Neonazismo: nova roupagem para um velho problema". Revista Akropolis, Vol. 11, No 2, 2003.
  • MILMAN, Luis; VIZENTINI, Paulo Fagundes (orgs.) Neonazismo, Negacionismo e Extremismo Político. Porto Alegre: Editora da Universidade - UFRGS, 2000.
  • SALEM, Helena. As tribos do mal: o neonazismo no Brasil e no mundo. 11 ed. São Paulo, Atual, 1995.
  • PAXTON, Robert. A anatomia do fascismo. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2007.
  • SALAS, Antonio. Diário de um skinhead: um infiltrado no movimento neonazista. São Paulo, Planeta, 2006.
  • VIDAL-NAQUET, Pierre. Os assassinos da memória: o revisionismo na história. Campinas, Papirus, 1988.
  • TEIXEIRA, Cristiane R. O pós-Guerra Fria e o ressurgimento do pensamento totalitário: a tendência neonazista no Brasil a partir dos anos 1990. Monographia. n.2, FAPA: Porto Alegre, 2006.

Ligações externas