Nevado Tres Cruces

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Tres Cruces
Nevado Tres Cruces
Da esquerda para a direita: Tres Cruzes Norte, 6030m, Tres Cruces Central, 6629m e Tres Cruces Sul,6748m .
Tres Cruces está localizado em: Argentina
Tres Cruces
Localização do Tres Cruces na fronteira do Chile com a Argentina
Coordenadas 25° 5' 52" S 68° 46' 44" O
Altitude 6 748 m (22 139 pés)
Proeminência 1 424 m
Isolamento 23,12 km
Localização Província de Catamarca  Argentina, Região do Atacama,  Chile
Cordilheira Andes
Primeira ascensão 1937 por Stefan Osiecki e Witold Paryski,  Polónia
Rota mais fácil Oeste

O Nevado Tres Cruces é um maciço de origem vulcânica localizado na Cordilheira dos Andes, e compõe-se de três cumes:

  • Nevado Tres Cruces Sul (6748m)
  • Nevado Tres Cruces Central (6629m)
  • Nevado Tres Cruces Norte (6030m)[nota 1]

O cume mais alto ao sul encontra-se na fronteira do Chile com a Argentina e é a sexta[1] montanha mais alta dos Andes. Os dois outros cumes (11º[1] e 104º[2] montanhas mais altas dos Andes) ficam integralmente em território chileno, onde a área é protegida pelo Parque nacional Nevado Tres Cruces criado em 1994 na III Região do Atacama.

Geografia e Geomorfologia[editar | editar código-fonte]

O maciço se encontra na Zona Vulcânica Central (ZVC) do Cinturão vulcânico dos Andes, cerca de 160 km a leste da cidade de Copiapó e se estende por cerca de 10 km[3] de norte a sul, ocupando uma área total de mais de 1.000km2[4]. A estrada internacional do Passo de São Francisco circula pelo lado oeste e norte do maciço. Uma estrada não asfaltada sobe pelo vale do Barrancas, mais próximo aos vulcões. A oeste ainda temos o Salar de Maricunga e a Laguna de Santa Rosa. A leste ficam os demais vulcões do grupo: mais próximo o Cerro Solo e mais distante o Ojos del Salado.

Atividade Vulcânica[editar | editar código-fonte]

Os vulcões do maciço Tres Cruces têm uma extensa história de atividade, datando de pelo menos 1,5 milhão de anos[5]. Vários domos de lava circulam o complexo, existindo também várias crateras nas cumeiras[6]. A última erupção do vulcão sul foi a 28 mil anos, mas considera-se o Tres Cruces como possível candidato a uma erupção Holocênica de forma que ele poderia voltar a ser ativo no futuro[3].

Clima e vegetação[editar | editar código-fonte]

O Tres Cruces encontra-se na região da Puna do Atacama, que se caracteriza pela ocorrência de ventos fortes, alta insolação e grandes variações diárias e sazonais de temperatura. Nas partes mais altas, ocorrem precipitações no inverno, normalmente em forma de neve e granizo. A falta de vida nessa região super árida traz normalmente a citação de tratar-se de uma paisagem lunar[7]. A vida animal aparece em maior número ao redor de banhados formados pelo Rio Lamas.

Montanhismo[editar | editar código-fonte]

Uma expedição polonesa em 1937 conseguiu alcançar os cumes sul e central com os escaladores Stefan Osiecki and Witold Paryski[8]. O cume norte somente foi conquistado por Wiesław Maczek (Polônia) y Agustin Ubilla (Chile) em 1972. O acesso é normalmente feito pelo leste, a partir de Copiapó, e o melhor período é de dezembro a março[9]. O último acampamento pode ser utilizado tanto para a ascensão do cume sul como do cume central.

Muitas fontes citam somente os cumes central e sul como montanhas independentes, tendo em vista que o cume sul possui uma proeminência de 390m, e no trabalho de John Biggar, a proeminência mínima utilizada é de 400m[2].

Galeria[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. Dado o isolamento do maciço, existem outras altitudes também citadas na literatura. Estas aqui utilizadas são as baseadas nos dados da NASA ASTER E SRTM (Shuttle Radar Topography Mission), complementados com dados de GPS por medições feitas entre 2010 e 2020.

Referências

  1. a b Biggar, John (2020). The Andes a guide for climbers 5th edition ed. Castle Douglas, Scotland: [s.n.] OCLC 1260820889 
  2. a b Delvaux, Marcelo (27 de julho de 2017). «Uma lista revisada para os 6 mil da Cordilheira dos Andes». Revista Blog de Escalada. Consultado em 24 de abril de 2023 
  3. a b Gardeweg, M.;Clavero, Jorge; Mpodozis, Constantino; Arce, C.;Villeneuve, M. (1 de janeiro de 2000). «El Macizo Tres Cruces: un complejo volcánico longevo y potencialmente activo en la Alta Cordillera de Copiapó, Chile». Puerto Varas - Chile. IX Congreso Geológico Chileno (2000) Actas. 2: 291-295 
  4. «Global Volcanism Program | Tres Cruces». Smithsonian Institution | Global Volcanism Program (em inglês). Consultado em 24 de abril de 2023 
  5. The geology of Chile. Teresa Moreno, Wes Gibbons, Geological Society of London. London: Geological Society. 2007. OCLC 154659931 
  6. Rubiolo, Daniel; Pereyra, Fernando Xavier; Martínez, Liliana del Valle; Seggiaro, Raúl E.; Hongn, Fernando D.; Fernández Seveso, Fernando; Velasco, María S.; Sruoga, Patricia; Prieri, Ana (2003). «Hoja Geológica 2769- IV Fiambalá». ISSN 0328-2333. Consultado em 24 de abril de 2023 
  7. Nüsser, Markus; Dame, Juliane (2015). «Der Ojos del Salado in der Atacama: Forschungsgeschichte und aktuelle Probleme im trockensten Hochgebirge der Erde» (PDF). Universität Heidelberg 
  8. Nika, Jósef. «Note on the history of Polish Alpinism (A contribution on the centenary of mountaineering organisations in Poland)» (PDF). Alpine Journal: 107-115 
  9. «Nevado Tres Cruces - Wikiexplora». www.wikiexplora.com. Consultado em 24 de abril de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]