Nilza Campos Ruschel

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Nilza Campos Ruschel
Nilza Campos Ruschel
Nascimento 1911
Cidadania Brasil
Ocupação piloto

Nilza Campos Ruschel (Venâncio Aires, 16 de outubro de 1911[onde?], [quando?]) foi uma piloto de automóveis brasileira.[1]

Foi a primeira mulher gaúcha a tornar-se piloto de automóvel e, durante duas décadas, a única a marcar presença no automobilismo de rua em Porto Alegre.[1]

Foi contemporânea e adversária dos maiores nomes do automobilismo gaúcho, como Norberto Jung, Júlio e Catarino Andreatta, Diogo Ellwanger, Dirceu Oliveira e Adalberto Moraes.[2]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Seu nome de solteira era Nilza Pinto de Campos. Era filha de Amélia Pinto de Campos (nascida Ferreira Pinto - 1891-1958) e de Manoel Mariante de Campos (1872-1958). Em 28 de dezembro de 1924 casou-se com o médico Armando Ruschel.[3]

Trajetória no automobilismo[editar | editar código-fonte]

No início do século XX, o Rio Grande do Sul transformou-se em um pólo do automobilismo nacional. Na capital do estado, Porto Alegre, surgiram muitos pilotos do automobilismo de rua, na segunda metade dos anos 1920. Nesta época, destacou-se a presença de Nilza Campos Ruschel, que iniciou sua carreira em 1938, e teve boa presença nas competições automobilísticas de 1938 até 1941.[4]

É possível que Nilza Ruschel tenha sido influenciada por uma mulher de nome Hellé Nice, piloto francesa que esteve no Brasil em 1936 para participar de competições automobilísticas. Hellé Nice é apontada como a pioneira entre as mulheres no automobilismo mundial de elite, tendo disputado mais de 70 corridas.[4]

Nilza disputou, em março de 1941, o Circuito da Charqueada, em Cachoeira do Sul, com uma barata Ford Modelo A conversível, número 20, de quatro cilindros. Enfrentou carros mais potentes, como Ford V8, Mercury, La Salle e Oldsmobile. Depois de percorrer os 150 quilômetros da prova, conquistou um honroso quinto lugar, atrás de João Figueiredo, Iracy Freire, Mario Dornelles e do vencedor Norberto Jung.[2]

Três meses depois, no Circuito do Cristal, em Porto Alegre, Nilza disputou a prova na categoria standard organizada pelo Touring Club, pela Associação Rio-grandense de Volantes (Arvo) e pela Folha da Tarde. O resultado financeiro da competição seria distribuído às vítimas da grande enchente que tinha inundado Porto Alegre meses antes. Depois de 75 quilômetros (cinco voltas), a piloto voltou a conquistar o quinto lugar com seu Ford.[2]

Referências

  1. a b Paula A. Maduro, Janice Z. Mazo, Cecília E. Kilpp (22 de maio de 2009). «A participação das mulheres no automobilismo de rua em Porto Alegre: de coadjuvantes a protagonistas». Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Consultado em 21 de março de 2016 
  2. a b c Ricardo Chaves (8 de junho de 2012). «Uma pioneira ao volante». Zero Hora. Consultado em 22 de março de 2016 
  3. Olgário Paulo Vogt (2004). Abrindo o baú de memórias: o Museu de Venâncio Aires conta a história do município. [S.l.]: EDUNISC. p. 306, 335. 461 páginas. ISBN 8575780700 
  4. a b Janice Zarpellon Mazo, Carolina Fernandes da Silva, Vanessa Bellani Lyra (17 de março de 2010). «AS MULHERES NO CENÁRIO DO ASSOCIATIVISMO ESPORTIVO EM PORTO ALEGRE/RS NA TRANSIÇÃO DO SÉCULO XIX PARA O XX: ALTERNATIVAS DE SOCIABILIDADE E LAZER PARA ELAS» (PDF). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Consultado em 21 de março de 2016