Nisha

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Nisha
Nisha
Nisha Ayub à la remise du prix international Femme de courage
Nascimento 5 de abril de 1979
Malaca
Cidadania Malásia
Ocupação ativista pelos direitos das mulheres, ativista trans, transgender sex workers
Prêmios

Nisha (nascida em 1979, em Malaca, na Malásia) é uma ativista dos direitos dos transgêneros da Malásia. Nisha é co-fundadora da SEED Foundation, administrada pela comunidade, e da campanha de base transgênero "Justiça para as Irmãs"[1] e recebeu o prestigioso prêmio Prêmio Internacional às Mulheres de Coragem, em 2016.[2]

Vida pregressa[editar | editar código-fonte]

Nisha nasceu em Malaca, na Malásia, em 5 de abril de 1979. Ela é descendente de indianos (por parte de mãe) e de ceiloneses e malaios (por parte de pais).[3] Nisha tem lembranças de quando era criança e costumava usar um “selendang” (xale) enquanto dançava músicas da Bollywood. Nisha foi criada por sua mãe, em uma família cristã, após a morte de seu pai, quando ela tinha seis anos. Sua mãe é uma muçulmana convertida. Aos nove anos, Nisha participou de um concurso de fantasias, fantasiada como bailarina, usando vestido preto e peruca. Na época, ela percebeu que era a verdadeira Nisha.[3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Como uma mulher transgênero, Nisha enfrentou a aplicação das leis islâmicas da xaria, que indica que um homem é proibido de se vestir ou se comportar como uma mulher e aparecer em público dessa maneira. A violação disso é punível com multa de 1.000 ringuites (aproximadamente 257 dólares) e prisão por um período de seis meses a um ano. A lei da Xaria é aplicada pelos departamentos religiosos islâmicos do estado. Sob esta lei, Nisha foi presa por três meses em 2000.[4][5][6][7] Enquanto Nisha estava presa em uma prisão masculina, o diretor e outros prisioneiros a agrediram sexualmente.[5] Nisha disse sobre seu tempo na prisão: "Eles me pediram para me despir na frente de todos. Eles zombaram de mim, porque meu corpo não está de acordo com o que homens e mulheres deveriam ser”.[8]

Legado[editar | editar código-fonte]

Nisha foi homenageada com o Prêmio Alison Des Forges da Human Rights Watch por Ativismo Extraordinário, em 2015, por sua ação ousada se opondo às leis malaias que eram prejudiciais ao interesse das pessoas de viver em paz sem serem prejudicadas e oprimidas.[5] Ela também recebeu o Prêmio Internacional Mulheres de Coragem, em 2016, tornando-se a primeira mulher abertamente transgênero a receber esse prêmio.[2]

Em 2016, a cidade de San Diego (na Califórnia, nos Estados Unidos) declarou 5 de abril como o Dia de Nisha. Na proclamação, o prefeito de San Diego, Kevin L. Faulconer, disse: "Nisha continua a lutar pela igualdade e proteção de todas as pessoas em seu país e além de suas fronteiras."[9]

Em 2018, uma professora sênior da Faculdade de Agricultura da Universidade Putra Malaysia, Leena Wong, ao lado do principal autor do estudo, Patrick Krug, da California State University, de Los Angeles, descobriu uma nova espécie de lesma marinha que se camufla como algas marinhas e, após a confirmação de que era de fato uma nova espécie, a batizaram de Sacoproteus nishae em homenagem a Nisha.[10] A lesma-do-mar recebeu esse nome devido à sua capacidade de se camuflar com algas marinhas,[11] chamando-a de "o melhor exemplo de um animal disfarçado de planta".

Em 2019, Nisha se tornou a única malaia na lista das 100 mulheres, da British Broadcasting Corporation (BBC). Ela foi reconhecida pela BBC por seu trabalho junto à comunidade transgênero local.[12]

Prêmios e reconhecimentos[editar | editar código-fonte]

2015 - Prêmio Alison Des Forges de Ativismo Extraordinário, do Human Rights Watch.[5]

2016 - Prêmio Internacional Mulheres de Coragem, Departamento de Estado dos Estados Unidos.[2]

2019 - Lista das 100 mulheres mais inspiradoras do ano, da BBC.[12]

Veja também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Nisha Ayub's tough fight for transgender rights is ongoing». The Star Online 
  2. a b c «Malaysian activist Nisha Ayub is first man to win US Women of Courage award». Asian Correspondent. 22 de abril de 2016 
  3. a b «10 things about: Nisha Ayub, transgender activist». Malay Mail Online. 24 de abril de 2016. Arquivado do original em 24 de abril de 2016 
  4. «Malaysian court overturns law that banned cross-dressing». The Guardian. 7 de novembro de 2014. Consultado em 21 de março de 2016 
  5. a b c d «Nisha Ayub, Malaysia». Human Rights Watch. 10 de agosto de 2015. Consultado em 21 de março de 2016 
  6. «Nisha Ayub from Justice for Sisters». ABC News. 15 de março de 2015. Consultado em 21 de março de 2016 
  7. «Malaysian transgender women take their fight to court» (PDF). Gender Identitywatch. Maio de 2015. Consultado em 21 de março de 2016. Arquivado do original (PDF) em 21 de dezembro de 2014 
  8. Stewart, Colin (29 de janeiro de 2015). «Video: Malaysian prison turned her into a trans activist». 76 Crimes. Consultado em 21 de março de 2016 
  9. «April 5 is 'Nisha Ayub Day' in San Diego». The Malay Mail. 6 de abril de 2016 
  10. «Malaysian discovers sea slug species, names it after Nisha Ayub (VIDEO) | Malay Mail» (em inglês). Consultado em 4 de dezembro de 2018 
  11. «Stunning new sea slug species look just like seaweed». 16 de outubro de 2018. Consultado em 4 de dezembro de 2018 
  12. a b «Win for trans community: Malaysian activist Nisha Ayub on BBC 100 Women of 2019 list». 16 de outubro de 2019. Consultado em 23 de outubro de 2019