Noites Brancas

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 Nota: Este artigo é sobre o conto de Dostoiévski. Para a adaptação cinematográfica de Lucchino Visconti, veja Noites Brancas (filme).
Noites Brancas
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Autor Fiódor Dostoiévski
Gênero novela
Data de publicação 1848

Noites Brancas (em russo: Белые ночи) é uma obra do escritor russo Fiódor Dostoiévski. O livro que mais aproxima Dostoiévski do romantismo, foi publicado em 1848, antes de sua prisão.

Enredo[editar | editar código-fonte]

Como personagem central se tem o Sonhador, que em uma das noites brancas da capital São Petersburgo apaixona-se por Nástienka. Nesta obra, diferentemente de outras, em que a preocupação social é a diretriz para o enredo, desta vez encontramos um Dostoiévski romântico, lúdico. O personagem principal, que ao contrário das versões teatrais e cinematográficas, não tem nome, vaga errante pela "noite branca" de São Petersburgo.[1]

"Noite branca" refere-se a um fenômeno comum na Europa em que, mesmo com o Sol se pondo ele permanece um pouco abaixo da linha do horizonte, deixando a noite clara, causando uma atmosfera onírica.[2] O encontro casual muda completamente a vida do até então solitário protagonista: conhece a ingênua e também sonhadora Nástienka, que aos prantos, espera aquele a quem um ano antes tivera prometido o seu amor.

Ao longo das quatro noites seguintes, o protagonista se apaixona pela moça e conhece a sua inusitada história: Nástienka vive atada com um alfinete à saia da avó cega e ao lado da criada surda. Quando um novo inquilino chega a sua casa, ela vê a possibilidade de escapar de sua solidão. O misterioso homem um dia deixa a casa, prometendo que voltaria depois de um ano, quando tivesse condições de casar-se com ela. Quando o protagonista encontra Nástienka na ponte sobre o rio Nieva, estamos exatamente no dia marcado para o reencontro. Mas nenhum dos três personagens pode prever o que o destino preparou para eles.

Adaptações[editar | editar código-fonte]

No cinema, a obra de Dostoiévski recebeu em 1957 a adaptação do diretor italiano Luchino Visconti, com Marcello Mastroianni e Maria Schell, em Le Notti Bianche (br: Um rosto na noite), que ganhou o Leão de Prata no Festival de Cinema de Veneza, tendo trilha sonora assinada por Nino Rota, compositor preferido de Federico Fellini.[3] A São Petersburgo do século 19 é transportada para uma Livorno construída no Teatro 5 da Cinecittá. O roteiro é assinado por Suso Cecchi d'Amico.[4]

A TV brasileira também assistiu a uma adaptação da obra de Dostoiévski: Noites Brancas foi exibida como um especial em 1973 na Rede Globo, com Francisco Cuoco e Dina Sfat nos papéis principais, sob a direção de Oduvaldo Viana Filho.[5]

Diversas adaptações foram feitas para o teatro, entre elas uma em 2004 protagonizada por Débora Falabella e Luís Arthur, dirigidos por Yara de Novaes.[6]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Noites brancas». Editora 34. Consultado em 25 de agosto de 2022 
  2. Schultz, Adriane (21 de junho de 2018). «Noites Brancas: conheça o fenômeno que causa longos dias claros em São Petersburgo, onde o Brasil joga na sexta». G1. Consultado em 25 de agosto de 2022 
  3. «Federico Fellini e Nino Rota: o genial encontro de irmãos». Metropolitana. Consultado em 25 de agosto de 2022 
  4. de Almeida, Paulo Ricardo (2004). «Noites Brancas». Contracampo - Revista de Cinema. Consultado em 25 de agosto de 2022 
  5. Carneiro, Ana Luiza Cavalcanti (2009). Uma tradução cinematográfica: "Noites Brancas" de Luchino Visconti. (Dissertação de mestrado). Belo Horizonte: [s.n.] p. 14. 127 páginas 
  6. «Noites Brancas». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 18 de dezembro de 2023 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

DOSTOIEVSKI, Fiodor Mikhailovitch. Noites brancas. Editora 34, 2005.