O Bêbado e a Equilibrista

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"O Bêbado e a Equilibrista"
Canção de Elis Regina
do álbum Essa Mulher
Lançamento 1979
Formato(s)
Gênero(s) MPB
Duração 3:47
Gravadora(s) WEA
Composição João Bosco
Aldir Blanc
Produção Marco Mazzola
César Camargo Mariano

"O Bêbado e a Equilibrista" é uma canção composta por João Bosco e Aldir Blanc, e interpretada por Elis Regina em seu álbum Essa Mulher, de 1979. Tornou-se um hino informal sobre o período da anistia e do declínio da Ditadura Militar no Brasil, sendo mesmo chamada de Hino da Anistia, ainda que tenha sido composta antes da aprovação da Lei da Anistia, de 1979.[1]

História[editar | editar código-fonte]

A canção começou a ser composta no período entre as festas de Natal de 1977 e Ano Novo, João Bosco queria homenagear Charles Chaplin, morto em 25 de dezembro daquele ano,[2] e seus primeiros versos, que citam metaforicamente a queda do Elevado Paulo de Frontin, falam exatamente do personagem Carlitos, de Chaplin ("Caía a tarde feito um viaduto, e um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos...").[3]

A letra possui diversas referências de eventos e personalidades ligadas ao período em questão, ou seja, à Ditadura Militar e a anistia concedida para opositores e para os próprios militares, de acordo com a Lei nº 6.683, de 28 de agosto de 1979.[4] Nos versos "Choram Marias e Clarisses", Bosco cita Maria, filha de Manuel Fiel Filho, e Clarisse Herzog, esposa de Vladimir Herzog, pois ambos morreram nos porões do DOI-CODI por fazerem parte da oposição.[5][3] O trecho "Meu Brasil... Que sonha com a volta do irmão do Henfil", a letra faz referência a Herbert José de Sousa, o Betinho, irmão de Henfil, que esteve exilado de 1971 até 1979, no Chile, Canadá e México.[6][3]

A música foi executada pela primeira vez num programa de TV em São Paulo por Elis Regina, e fez grande sucesso mesmo antes de ser lançada oficialmente.[3]

Aldir Blanc considera a canção um registro da união e amizade entre ele, João Bosco, Henfil e Elis Regina.[3]

Referências

  1. «O bêbado e a equilibrista: em 1979, Elis Regina deu voz ao Hino da Anistia». EBC. Consultado em 15 de julho de 2019 
  2. «40 anos depois da morte de Chaplin, obra do ator e cineasta permanece atual». Correio Braziliense. Consultado em 15 de julho de 2019 
  3. a b c d e «Conheça a história de 'O Bêbado e a Equilibrista'». Jornal GGN. Consultado em 15 de julho de 2019 
  4. Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos. «LEI No 6.683, DE 28 DE AGOSTO DE 1979». Planalto. Consultado em 15 de julho de 2019 
  5. «Qual o real significado das músicas de protesto lançadas na ditadura?». Superinteressante. Consultado em 15 de julho de 2019 
  6. «Herbert José de Sousa». Uol Educação. Consultado em 15 de julho de 2019