Edu Lobo

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Edu Lobo
Edu Lobo
Edu Lobo em 2014, no 25º Prêmio da Música Brasileira.
Informação geral
Nome completo Eduardo de Góes Lobo
Nascimento 29 de agosto de 1943 (80 anos)
Local de nascimento Rio de Janeiro, DF
Brasil
Nacionalidade brasileiro
Ocupação(ões) cantor, compositor, arranjador e multi-instrumentista
Progenitores Pai: Fernando Lobo
Cônjuge Wanda Sá (c. 1969–82)
Instrumento(s) voz, violão, piano
Período em atividade 1960-presente
Afiliação(ões) Os Imbatíveis, Chico Buarque, Francis Hime

Eduardo de Góes Lobo OMC (Rio de Janeiro, 29 de agosto de 1943), conhecido como Edu Lobo, é um cantor, compositor, arranjador e multi-instrumentista brasileiro.

Música[editar | editar código-fonte]

Edu Lobo em 1963

Filho do compositor pernambucano Fernando Lobo, começou na música tocando sanfona, mas acabou se interessando pelo violão, contra a vontade do pai. Iniciou a carreira nos anos 1960 fortemente influenciado pela bossa nova, quando então numa parceria com Vinicius de Moraes, compôs Só Me Fez Bem. Porém, com o decorrer do tempo adotou uma postura mais político-social, refletindo os anseios da geração reprimida pela ditadura militar brasileira. Nesta fase surgiu uma parceria com Ruy Guerra e as composições engajadas Reza e Aleluia.

Ao mesmo tempo em que participava de vários festivais de música popular, obtendo o primeiro prêmio no 1.º Festival de Música Popular Brasileira em 1965, com Arrastão. A canção, composta em parceria com Vinicius de Moraes, foi interpretada por Elis Regina, impulsionando a carreira da cantora.[1] Décadas depois, a performance de Elis receberia elogios do cantor norte-americano Bob Dylan em seu programa de rádio.[2] Em 1967 com Ponteio (parceria com José Carlos Capinan; e interpretação do próprio Edu ao lado de Marília Medalha), e que venceu o Terceiro Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, Edu dedica-se a compor trilhas para espetáculos teatrais, entre eles o histórico Arena Conta Zumbi, ao lado de Gianfrancesco Guarnieri. Depois de uma temporada nos Estados Unidos, Edu volta ao Brasil e retoma várias parcerias, entre elas a com Chico Buarque, e compõem a música de novas peças e balés.

ola
Edu Lobo em 1967
O Grande Circo Místico

Pensado originalmente para o ballet teatro do Balé Teatro Guaíra, e inspirado no poema homônimo do parnasianista/ modernista Jorge de Lima (da obra A Túnica Inconsútil, 1938), o espetáculo estreou em 17 de março de 1983,[3] mesclando música, balé, ópera, circo, teatro e poesia. Tamanho o sucesso, originou uma turnê de dois anos pelo país, assistida por mais de duzentas mil pessoas, em quase duzentas apresentações. Consagrou umas das mais completas obras já apresentadas no país, lotando o Maracanãzinho e o Coliseu dos Recreios, em Lisboa. As canções foram interpretadas por Milton Nascimento, Jane Duboc, Gal Costa, Simone, Gilberto Gil, Zizi Possi, entre outros. O disco coletivo foi lançado pela Som Livre.

Nordeste já

Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou no coro da uma versão brasileira de We Are the World, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África, ou USA for Africa. O projeto Nordeste já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d'água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Foi o primeiro namorado de Elis Regina, tendo se relacionado com ela por três meses, em 1964. Após outros relacionamentos, em 1969 casou-se com a musicista Wanda Sá, com quem teve três filhos: Mariana, Bena Lobo e Isabel. Separou-se dela 13 anos depois, em 1982. Não se casou novamente após a separação e eventualmente é visto acompanhado.

Discografia[editar | editar código-fonte]

  • Eduardo Lobo (compacto duplo, 1962)
  • A música de Edu Lobo por Edu Lobo (1964) / Arranjos: Edu Lobo e Luis Eça
  • Edu canta Zumbi (1965) / Arranjos: Guerra Peixe
  • Edu e Bethânia - com Maria Bethânia (1966)
  • Reencontro - Sylvia Telles / Edu Lobo / Trio Tamba / Quinteto Villa-Lobos (1966)
  • Edu (1967)
  • From the hot afternoon - Paul Desmond (1969) / Arranjos: Don Sebesky
  • Sérgio Mendes presents Lobo (1970) / Arranjos: Edu Lobo e Sérgio Mendes
  • Cantiga de longe (1970) / Arranjos: Hermeto Pascoal e Edu Lobo
  • Missa Breve - com Milton Nascimento (1972) / Arranjos: Edu Lobo
  • Deus lhe pague - Vários (1976) / Arranjos: Lindolfo Gaya
  • Limite das águas (1976) / Arranjos: Edu Lobo e Maurício Maestro
  • Camaleão (1978) / Arranjos: Edu Lobo, Maurício Maestro e Dori Caymmi
  • Tempo presente (1980) / Arranjos: Edu Lobo e Dori Caymmi
  • Edu & Tom - com Tom Jobim (1981) / Arranjos: Edu Lobo e Tom Jobim
  • Jogos de Dança (1981) / Arranjos: Edu Lobo
  • O Grande Circo Místico - com Chico Buarque (1983) / Arranjos: Chiquinho de Moraes e Edu Lobo
  • Dança da Meia Lua - com Chico Buarque (1985)
  • O Corsário do Rei - com Chico Buarque (1985) / Arranjos: Chico de Moraes e Eduardo Souto Neto / Arranjos vocais: Maurício Maestro
  • Rá-Tim-Bum (1989) / Arranjos: Cristóvão Bastos e Chico de Moraes
  • Corrupião (1993) / Arranjos: Edu Lobo
  • Meia-Noite - com Dori Caymmi (1995) / Arranjos: Cristóvão Bastos
  • Songbook Edu Lobo - Vários/Various (1995)
  • Álbum de Teatro (1997) / Arranjos: Chico de Moraes, Cristovão Bastos, Eduardo Souto Neto, Nelson Ayres e Paulo Bellinati
  • Cambaio - com Chico Buarque (2002)
  • Tantas Marés (2010)
  • Edu Lobo e The Metropole Orkest (2013)
  • Dos Navegantes - com Romero Lubambo e Mauro Senise (2017)
  • Edu, Dori e Marcos - com Dori Caymmi e Marcos Valle (2018)

Algumas canções[editar | editar código-fonte]

  • Ponteio
  • Cirandeiro
  • Upa, neguinho
  • A bela e a fera
  • Arrastão
  • Vento bravo

Prêmios e indicações[editar | editar código-fonte]

O disco Meia-noite recebeu o Prêmio Sharp de melhor disco de música popular brasileira do ano de 1995. O disco Cambaio, gravado com Chico Buarque, recebeu o Grammy Latino de melhor álbum de MPB (2002).[4]

Em 2017, o álbum Dos Navegantes, em parceria com Romero Lubambo e Mauro Senise, venceu o Grammy Latino de 2017 de Melhor Álbum de MPB.[5]

Referências

  1. Há 50 anos, "Arrastão" consagrava Elis Regina e abria a era de ouro dos festivais musicais no Brasil
  2. Bob Dylan rasga elogios a Elis Regina
  3. Aramis Millarch (9 de maio de 1989). «O circo místico (e mágico) na maturidade de um ballet». Estado do Paraná. Consultado em 4 de fevereiro de 2015 
  4. Jornal do Brasil (18 de outubro de 2011). «Edu Lobo participa de debate no Museu da Imagem e do Som, no Rio». Jornal do Brasil. Consultado em 4 de fevereiro de 2015 
  5. Ceccarini, Viola Manuela (20 de novembro de 2017). «The 18th Latin GRAMMY Awards in Las Vegas». Livein Style. Consultado em 28 de dezembro de 2017 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]