Occitânia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Este artigo é sobre a região histórica e cultural. Para a região administrativa francesa, veja Occitânia (região francesa).
Occitânia

Òccitania/Óucitanio

Horizonte de Occitânia
Horizonte de Occitânia
Símbolos
Bandeira de Occitânia
Bandeira
Brasão de armas de Occitânia
Brasão de armas
Localização
Localização de Occitânia
Localização de Occitânia
País Espanha
França
Mónaco
Itália

A Occitânia (em occitano: Occitània, AFI: [uksiˈtanjɔ], [ukʃiˈtanjɔ], [usiˈtanjɔ], [uksiˈtanja] ou [utsiˈtanjɔ],[1][2]) é uma região histórica[3][4] que corresponde aos territórios de predomínio histórico do diassistema linguístico-cultural do Occitano. O território uniu-se pela primeira vez na época romana, quando recebe os nomes de Diocese Vienense e, posteriormente, Sete Províncias (Septem Provinciæ) e Aquitânia, este último popularizado na Idade Média. Inclui grande parte do Midi francês (regiões da Provença, Limusino, Auvérnia, Gasconha, Languedoque e Delfinado), o Vale de Arão na Catalunha, os Vales Occitanos e a Guarda Piemontesa em Itália.

Designação[editar | editar código-fonte]

Occitânia provém do latim medieval Occitania. O prefixo Occ-, surge do occitano òc (sim) e da expressão francesa langue d'oc, em italiano lingua d'oc. A designação foi popularizada por Dante em De Vulgari Eloquentia, onde escreve

"alguns dizem òc, outros sì, outros ainda dizem oïl"
Original {{{{{língua}}}}}: "nam alii oc, alii si, alii vero dicunt oil"

Quando do domínio romano (após 355), a maioria da Occitânia era conhecida por Aquitânia, uma parte das Sete Províncias que, por sua vez, se inseria na Província Romana (atual Provença), enquanto que as províncias setentrionais daquilo que é hoje a França eram conhecidas por Gália. Gália Aquitânia (ou Aquitanica) foi também usado desde a Idade Média para fazer referência à Occitânia (Limusino, Auvérnia, Línguadoc e Gasconha), e mais tarde (a partir do século VI) também à Provença. Assim, deve ser notada a diferença entre o histórico Ducado da Aquitânia e a região administrativa moderna. Os nomes "Occitania" e "Língua Occitana" (Occitana Lingua) aparecem em textos latinos a partir de 1242-1254[5] até 1290[6] e durante os anos subsequentes do início do século XIV. Existem também textos que designam o território indiretamente através do termo Patria Linguæ Occitanæ ("pátria da língua occitana").[7]

Cultura[editar | editar código-fonte]

Língua[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Língua occitana

Embora a língua natural do país seja o occitano (fragmentado em meia dúzia de dialetos diferentes), estima-se que apenas 4 milhões de occitanos (16% da população) tenham este idioma como materno.

A progressiva substituição do occitano pelo francês começou no século XVIII e continua na actualidade, já que as crianças da Occitânia não podem ser escolarizadas nesta língua. Contudo, existe uma rede de escolas associativas, as calandretas, que seguem um modelo similar ao das ikastolak bascas e dos divan bretões.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. A variante Occitania* = [utsitanˈi(j)ɔ] é considerada incorreta, já que foi influenciada pelo francês, de acordo com a gramática prescritiva de Alibert (p. viii) e as recomendações do Conselho da Língua Occitana (p. 101 Arquivado em 30 de julho de 2018, no Wayback Machine.).
  2. Os falantes de occitano referem-se normalmente ao território como lo país (d'Òc), "o país". «Lenga e païs d'oc n°52-53 - Réseau Canopé» 
  3. Todd, Emmanuel (2011). L'Origine des systèmes familiaux. Col: NRF Essais. 1. L'Eurasie. [S.l.]: Gallimard. ISBN 9782070758425 
  4. Zimmermann, Michel (1992). Les sociétés méridionales autour de l'an mil , répertoire des sources et documents commentés. Paris: CNRS éditions. ISBN 2222047153 
  5. Frederic Mistral, Lo Tresor dóu Felibrige (1878–1886), vol. II, p. 1171: «Les textes abondent qui montrent l'origine française ou ecclésiastique des expressions lingua occitana et Occitania. Le pape Innocent IV (1242–1254), un des premiers parle de Occitania dans ses lettres; les commissaires de Philippe le Bel qui rédigèrent l'arrêt sanè des coûtumes de Toulouse se déclarent Ad partes linguae occitanae pro reformatione patriae designati et stipulent que leur règlement est valable in tota lingua occitaniae
  6. Robèrt LAFONT (1986) "La nominacion indirècta dels païses", Revue des langues romanes nº2, tome XC, pp. 161–171
  7. Claude Devic, Lucas. Histoire générale de Languedoc avec des notes et les pièces justificatives. [S.l.: s.n.] 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]