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Olaria (Rio de Janeiro)

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Olaria
Bairro
Vista aérea de Olaria
Vista aérea de Olaria
Vista aérea de Olaria
Localização
História
Criado em 23 de julho de 1981
Características geográficas
Área total 368,98 ha (em 2003)
População total 51 222 (em 2 022)[1] hab.
 • IDH 0,853[2](em 2000)
Outras informações
Domicílios 20.253 (em 2022)[3]
Limites Penha, Complexo do Alemão e Ramos[4]

Olaria é um bairro da Zona da Leopoldina, região histórica e mais antiga da Zona Norte do município do Rio de Janeiro, no Brasil.

Com sua origem populacional basicamente de imigrantes portugueses, e em menor quantidade italianos,[4] suas ruas possuem, em geral, caráter estritamente residencial e possui ruas arborizadas, casas e prédios de bom padrão. O bairro é margeado ao litoral pela Baía de Guanabara e já teve uma praia chamada Maria Angu, cuja grande parte foi aterrada com a inauguração da Avenida Brasil em 1947.[5] Atualmente o acesso é restrito aos clubes da Marinha do Brasil e Carioca Iate Clube.

No bairro estão localizados o Estádio da Rua Bariri (do Olaria Atlético Clube), o Fórum Regional da Leopoldina,[6] o Polo Gastronômico do Largo das Cinco Bocas,[7] o Cacique de Ramos,[8] a escola de samba Independentes de Olaria, a clínica da família Klebel Oliveira Rocha[9], a CMS José Paranhos Fontenelle - Posto XI, o Hospital Balbino[10] e o 16° Batalhão da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.[11]

Olaria é um importante reduto para preservação do choro e da cultura do Rio de Janeiro, tendo sido declarado Patrimônio Imaterial do Estado. Pixinguinha, que já morou no bairro,[12][13] teve em sua homenagem uma estátua inaugurada em 2016, na rua João Silva.[14] No bairro já nasceram e moraram outras pessoas ilustres, como Nora Ney,[15][16] Joel Santana,[17] Perfeito Fortuna, Elymar Santos, Luizinho Drummond, Agatha Moreira e Iza.[18][19] Também se destacam Nelinho (que jogou na base do Olaria Atlético Clube) e Elton Medeiros (torcedor do Olaria Atlético Clube).[20][21]

Nos últimos anos o bairro tem sido alvo de investimento imobiliário, com a construção de condomínios residenciais que atendem à demanda crescente por moradias na região, situada a 6 quilômetros do Aeroporto Internacional do Galeão, a 11 quilômetros do Estádio do Maracanã e a 13 quilômetros do Aquário Marinho do Rio de Janeiro no Centro. Com um valor médio do metro quadrado em torno de R$ 4 mil, que pode variar para mais dependendo da localização do imóvel, tem custo de vida mais baixo do que outros da Zona Norte, como a Tijuca e o Grajaú, segundo dados da plataforma Loft.[22]

Nome e História

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Século XIX

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O bairro tem esse nome porque, na primeira metade do século XIX, Francisco José Pereira Rego comprou terras – entre o Caminho da Matriz, e o Morro da Penha – que pertenciam ao Engenho da Pedra. Ali instalou várias fábricas de tijolos para aproveitar o barro vermelho do solo, tornando o lugar conhecido como Região das Olarias. No final dos anos 1800, outras manufatureiras de cerâmica ali se fixaram. Em 1886, a localidade já era conhecida como Olaria, pois a estação de trem foi inaugurada com este nome.[23]

Outra figura importante na ocupação da região é Custódio Nunes que, em 1892, ganhou da Prefeitura uma permissão temporária para abater seis cabeças de gado, semanalmente, para abastecer seu açougue. Alugou uma parte das terras da Fazendinha da Penha para instalar um matadouro e uma área onde os bois pastavam, antes de irem para o abate.[24]

Século XX

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Em 1902, Custódio Nunes convidou para sócio Quincas Leandro, um dos chefes do maior frigorífico da cidade: o São Diogo, que ficava na Praça da Bandeira. Isso facilitou a renovação da permissão temporária do matadouro e a aprovação do aumento do número de animais para abate. Com a expansão dos negócios, Custódio Nunes comprou terras da Fazenda Grande da Penha. Loteou uma parte e abriu várias ruas com o nome de familiares, como a Doutor Nunes, Filomena Nunes e Dona Carlina, entre outros logradouros. Na mesma época a família Rego fez o mesmo com suas terras, loteando terrenos e criando ruas como a Leopoldina Rego, Antônio Rego e João Rego.

A outra parte das terras compradas por Custódio Nunes foi destinada ao matadouro e ao campo de pasto, área que passou a ser chamada de Invernada de Olaria (ou Campo da Boiada). Tratava-se de uma faixa localizada entre o conjunto IAPI da Penha (que só viria a ser contruído no fim da década de 1940) e as imediações da Rua Bariri, estendendo-se da linha de trem até a orla da Baía de Guanabara. A maior parte da região da Invernada só foi loteada na década de 1960, quando o matadouro, já decadente, foi finalmente desativado. É nesse loteamento que fica a sede da 4ª Coordenadoria Regional de Educação da SME.

No auge dos cinemas de rua na cidade do Rio de Janeiro, o bairro contava com diversas salas, como o Cinema Santa Helena, Cinema Rosário, Cinema Oriente, Cinema São Geraldo, e outros.

Século XXI

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Em 2017 foi fundado o Grêmio Recreativo Escola de Samba Independentes de Olaria, escola de samba de cores azul e branco, que fazem homenagem ao Olaria Atlético Clube. Sua quadra se localiza na Rua Alfredo Barcelos, n.º 711, próximo à estação de trem do bairro.

Transporte

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O bairro conta com a Estação Olaria, da Supervia, parte do ramal Saracuruna, inaugurada em 1886.[25]

O bairro possui duas estações do BRT do Rio de Janeiro:

Três linhas municipais de ônibus fazem ponto final no bairro:

  • 312: Olaria - Candelária;
  • 484: Olaria - Ipanema;[28]
  • 625: Olaria - Saens Peña.[29]

Referências

  1. Dados
  2. Tabela 1172 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH), por ordem de IDH, segundo os bairros ou grupo de bairros - 2000
  3. Dados
  4. a b Bairros do Rio
  5. Online, Criação. «Porto de Maria Angu foi aterrado para a construção da Av. Brasil». Agenda Bafafá. Consultado em 11 de janeiro de 2025 
  6. «TJRJ inaugura novo Fórum Regional da Leopoldina nesta terça-feira». Jusbrasil. 19 de setembro de 2011. Consultado em 2 de outubro de 2025 
  7. Wrede, Catharina (7 de agosto de 2014). «Largo das Cinco Bocas, reduto boêmio no bairro de Olaria, é agora centro gastronômico». O Globo. Consultado em 15 de outubro de 2025 
  8. Casas Novas, Betinho (15 de junho de 2025). «De luto por Bira Presidente, Cacique de Ramos recebe componentes, moradores do bairro e admiradores do músico». g1. Consultado em 15 de outubro de 2025 
  9. Albuquerque, Ricardo (25 de novembro de 2016). «Prefeitura inaugura mais duas clínicas da família na Zona Norte». Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Consultado em 15 de outubro de 2025 
  10. Leal, Arthur; Pontes, Camilla (3 de novembro de 2019). «Bombeiros combatem incêndio no Hospital Balbino, em Olaria». Extra. Consultado em 15 de outubro de 2025 
  11. «Explosivo fabricado no período da Segunda Guerra Mundial é achado pela PM na Zona Norte do Rio». g1. 2 de fevereiro de 2021. Consultado em 15 de outubro de 2025 
  12. Deister, Jaqueline (25 de abril de 2018). «Roda de choro resgata Pixinguinha na zona norte do Rio». Brasil de Fato. Consultado em 2 de outubro de 2025 
  13. «Vida». Pixinguinha. Consultado em 2 de outubro de 2025 
  14. «Reduto Pixinguinha é declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Estado». O Dia. 11 de dezembro de 2024 
  15. «Nora Ney». Consultado em 2 de outubro de 2025 
  16. «Conheça Nora Ney, uma das mais importantes cantoras do rádio». THMais. 20 de março de 2025. Consultado em 2 de outubro de 2025 
  17. Oliveira, Rafael (29 de janeiro de 2011). «Confronto com Olaria faz Joel reviver seu passado no Subúrbio». Extra online. Consultado em 2 de outubro de 2025 
  18. Andrade, Naiara (21 de junho de 2015). «Patricinha rica de 'Verdades secretas', Agatha Moreira foi criada pelo pai em Olaria, subúrbio do Rio, e sofreu bullying na escola». Extra. Consultado em 2 de outubro de 2025 
  19. Júnior, Gilberto (13 de agosto de 2019). «IZA revela idas 'secretas' a Olaria, bairro onde nasceu e foi criada na Zona Norte do Rio». O Globo. Consultado em 2 de outubro de 2025 
  20. Arruda, Rafael (26 de julho de 2025). «Nelinho faz 75 anos: um bate-papo com o grande ídolo em comum de Cruzeiro e Atlético». No Ataque. Consultado em 2 de outubro de 2025 
  21. «A História de Elton Medeiros». DOM Produções e Eventos. 18 de junho de 2022. Consultado em 2 de outubro de 2025 
  22. «Olaria - Condomínios, preços e valor do metro quadrado». Loft. Consultado em 22 de novembro de 2024 
  23. «O leopoldinense bairro de Olaria». MultiRio. Consultado em 14 de janeiro de 2025 
  24. Lucena, Felipe (12 de outubro de 2017). «Breve história do bairro de Olaria - Diário do Rio de Janeiro». Consultado em 14 de janeiro de 2025 
  25. Giesbrecht, Ralph Mennucci. «Olaria». Estações Ferroviárias do Brasil. Consultado em 15 de outubro de 2025 
  26. Ribeiro, Geraldo (1 de outubro de 2014). «Seis novas estações do BRT Transcarioca começam a funcionar neste sábado». Extra. Consultado em 2 de outubro de 2025 
  27. Barreto, Eduardo (30 de março de 2024). «BRT Transbrasil é inaugurado com participação de vereadores». Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Consultado em 2 de outubro de 2025 
  28. «Linha de ônibus 484 volta a circular entre Olaria e Copacabana». g1. 27 de dezembro de 2017. Consultado em 15 de outubro de 2025 
  29. «Atenção, passageiros! Complexo do Alemão terá linhas de ônibus com alterações, nesta quinta». Super Rádio Tupi. 21 de julho de 2022. Consultado em 15 de outubro de 2025 

Ligações externas

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  • Media relacionados com Olaria no Wikimedia Commons