Olimpíada Brasileira de Linguística

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A Olimpíada Brasileira de Linguística (OBL) é uma das Olimpíadas de Conhecimento no Brasil. Entre outros, a Olimpíada tem por objetivos promover o interesse pela linguística e por outras ciências; fomentar o espírito olímpico; difundir a consciência da diversidade linguística e selecionar estudantes brasileiros para participar da Olimpíada Internacional de Linguística.[1] Os problemas são autossuficientes: não exigem do participante nenhum conhecimento prévio específico para resolvê-los, o estudante precisa contar apenas com seu raciocínio lógico, sua intuição linguística e seu conhecimento de mundo.[2][3][4] Em vez de receber um número, cada edição recebe um nome, que reflete a nova ênfase da edição. A primeira ocorreu em 2011 e recebeu o nome Kytã, que em tupi significa "nó".[5]

Ao lado da Olimpíada Brasileira de Economia, da Sapientia - Olimpíada do Futuro e da Vitalis - Olimpíada Brasileira de Medicina, a Olimpíada Brasileira de Linguística participa da Liga Olimpíca.[6]

Participação[editar | editar código-fonte]

A participação na OBL é individual e gratuita. Isso significa que cada estudante pode se inscrever por conta própria, sem depender da sua escola. Porém, professores podem, também, se cadastrar e assim acompanhar o desempenho de seus alunos.

A OBL possui duas categorias de participação:[7]

  • Categoria Ensino Médio: para estudantes regularmente matriculados no Ensino Médio ou no Ensino Fundamental.
  • Categoria Aberta: qualquer pessoa, de qualquer idade, desde que não seja elegível para a Categoria Ensino Médio. Ou seja, desde que não esteja matriculada no Ensino Fundamental ou Ensino Médio, podendo ou não tê-los concluído.

Participantes da Categoria Aberta apenas participam das primeiras duas etapas da OBL. As provas são idênticas a ambas categorias.

Etapas[editar | editar código-fonte]

A partir da edição Ñanduti (2016) a OBL é estruturada desta forma, com quatro etapas:[7] a cada etapa o número de participantes diminui, enquanto aumentam a dificuldade e o aprofundamento dos problemas. Porém, cada etapa possui sua peculiaridade única.

Primeira Fase (online)[editar | editar código-fonte]

Para a primeira fase, todos podem participar, basta se inscrever. A prova contém 24 questões de múltipla escolha, com uma duração de 4 horas. Geralmente, o estudante possui 5 dias disponíveis para escolher quando realizará a prova da primeira fase. A prova é realizada de forma online, podendo ser acessada tanto pelo computador – no site da OBL, quanto pelo celular – no aplicativo da OBL disponível para Android[8] e iOS.[9] Ocorre, geralmente, em Agosto ou Setembro.

A nota da primeira fase serve apenas como eliminatória para participação da segunda fase, não sendo levada em conta na pontuação final.[1]

Devido ao formato online, alguns problemas também contêm vídeos, músicas e imagens diversas.

Segunda Fase (em papel)[editar | editar código-fonte]

A segunda fase atual corresponde à primeira fase das edições Kytã (2011) até Òkun (2015).[5]

Participam da segunda fase todos participantes que acertaram 16 ou mais questões da primeira fase.[1] A prova contém 6 questões discursivas, com uma duração de 4 horas. A prova é realizada presencialmente, em diversos pólos regionais designados pela OBL. Ocorre, geralmente, em Outubro ou Novembro.

Ao final da segunda fase é realizada a premiação de todos participantes, com as categorias Aberta e Ensino Médio avaliadas separadamente, levando em conta apenas a nota da segunda fase. Ao contrário da maioria das olimpíadas de conhecimento, a OBL não premia com medalhas de ouro, prata ou bronze, mas sim com insígnias, representando os materiais utilizados tradicionalmente para os textos escritos:

  1. Insígnia de Papel (Prêmio I);
  2. Insígnia de Pergaminho (Prêmio II);
  3. Insígnia de Papiro (Prêmio III);
  4. Insígnia de Palma (Prêmio IV).

A proporção aproximada entre os ganhadores dos prêmios acima é, respectivamente, 1:2:3:4. Ou seja, aproximadamente há o triplo de ganhadores da Insígnia de Papiro do que ganhadores da Insígnia de Papel. Os prêmios são dados em certificado digital, sendo assim, simbólicos. Contudo, a OBL incentiva as escolas a realizar cerimônias de premiação e entregar prêmios físicos correspondentes, se desejarem.[1]

Escola de Linguística de Outono (presencial)[editar | editar código-fonte]

Após a premiação realizada na segunda fase, são convidados à Escola de Linguística de Outono cerca de 60 estudantes da categoria Ensino Médio com as melhores notas na segunda fase. Também são convidados aqueles com a maior nota em cada estado, caso não estejam entre os estudantes selecionados pelo critério anterior.[1]

A Escola de Linguística de Outono (ELO) dura cerca de uma semana, em uma universidade, por volta de Março ou Abril. Os estudantes se encontram presencialmente na ELO para participar. A ELO é composta por atividades acadêmicas e atividades olímpicas:[10]

Atividades Acadêmicas[editar | editar código-fonte]

  • Palestras, geralmente por linguistas da universidade ou convidados, introduzindo os estudantes a temas atuais da linguística;
  • e Oficinas de línguas pertinentes à ênfase e a o contexto da edição.

Atividades Olímpicas[editar | editar código-fonte]

São três as atividades olímpicas, cada uma demonstra uma expressão diferente de pedagogia de problemas:

  • Problemas: uma prova individual com os clássicos problemas de linguística;
  • Rolezinho: um mini projeto de pesquisa, com análise e coleta de dados;
  • Debate: discussão de temas filosóficos e polêmicos da linguística.

A nota final do participante é dada pela combinação das notas das três atividades olímpicas.

Participação na Olimpíada Internacional de Linguística[editar | editar código-fonte]

Edições[editar | editar código-fonte]

Seguindo o estilo da olimpíada internacional, as questões versam sobre vocabulário e aspectos linguísticos pouco conhecidos pela maioria dos participantes. Entre outras informações, os temas e fenômenos linguísticos abordados incluem:[5]

Edição Kytã:

Edição Noke Vana:

Edição Paraplü:

Edição Vina:

Edição Òkun:

Edição Ñanduti:

A edição 2016, Ñanduti, ocorreu entre os dias 10 e 13 de novembro de 2016 (primeira fase) e no dia 3 de dezembro de 2016 (segunda fase). Os alunos premiados com medalhas de papel e pergaminho participaram em maio de 2017 da Escola Linguística de Outono, sediada na Universidade de Brasília, onde foi selecionada a equipe que representará o Brasil na 15ª Olimpíada Internacional de Linguística, de 31 de julho a 4 de agosto de 2017 em Dublin, Irlanda.

Edição Mărgele:

Edição Yora:

A edição de 2018, Yora, teve duas fases, a primeira ocorrendo entre os dias 12 e 16 de setembro de 2018 e a segunda no dia 24 de novembro de 2018. Na primeira fase houveram cerca de 5.500 participantes, de 691 escolas diferentes e de categoria aberta. Na segunda fase houveram cerca de 1.200 participantes que fizeram a prova em 48 pólos diferentes. Os estudantes foram premiados com as insígnias de papel e pergaminho foram convidados para participar da VIII Escola de Linguística de Outono (ELO), que ocorreu entre 13 e 19 de maio de 2019, onde foi selecionada a equipe que representou o Brasil na 16ª edição da Olimpíada Internacional de Linguística, que ocorreu entre 29 de julho e 2 de agosto de 2019 na Hankuk University of Foreign Studies, em Yongin, Coreia do Sul.

O Brasil estava participando com duas equipes na Olimpíada Internacional de Linguística:

Time Nhorõwa:

Time Nhũrkwã:

Os brasileiros conquistaram duas medalhas de prata na trajetória, uma de Gustavo Palote da Silva Martins e outra de João Henrique Oliveira Fontes.

As provas da edição Yora versaram sobre

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d e «Regulamento Ye'pâ-masa» (PDF). Olimpíada Brasileira de Linguística. Consultado em 1 de julho de 2020 
  2. «Problemas | Olimpíada Brasileira de Linguística». Olimpíada Brasileira de Linguística. Consultado em 3 de julho de 2020 
  3. «Sobre | Olimpíada Brasileira de Linguística». Olimpíada Brasileira de Linguística. Consultado em 1 de julho de 2020 
  4. Lavouras, Daniel (15 de julho de 2019). «Ibrachina leva estudantes para Olimpíada Internacional de Linguística 2019» (entrevista). Ibrachina. Consultado em 3 de julho de 2020 
  5. a b c «Edições Anteriores | Olimpíada Brasileira de Linguística». Olimpíada Brasileira de Linguística. Consultado em 1 de julho de 2020 
  6. «OBL - Olimpíada Brasileira de Linguística». obling.org. Consultado em 17 de fevereiro de 2021 
  7. a b «OBL - Olimpíada Brasileira de Linguística». Olimpíada Brasileira de Linguística. Consultado em 1 de julho de 2020 
  8. «Aplicativo OBL - Olimpíada Brasileira de Linguística – Apps no Google Play». Fractal Tecnologia. Google Play. Consultado em 1 de julho de 2020 
  9. «Aplicativo OBL - Olimpíada Brasileira de Linguística na App Store». Fractal Tecnologia. App Store. Consultado em 1 de julho de 2020 
  10. L'Astorina, Bruno (16 de maio de 2019). «Olimpíada Brasileira de Linguística!» (entrevista). TV UFSCar. São Carlos, SP. Consultado em 3 de julho de 2020 
  11. «Olimpíada Brasileira de Linguística». obling.org. Consultado em 18 de janeiro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]