Omphalotus olearius
Omphalotus olearius | |||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Omphalotus olearius (DC.) Sing. (1948) | |||||||||||||||||
Sinónimos[1] | |||||||||||||||||

Omphalotus olearius | |
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Himêmio laminado |
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Píleo é infundibuliforme |
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Estipe é nua |
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A cor do esporo é amarelo |
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A relação ecológica é saprófita |
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Comestibilidade: venenoso |
Omphalotus olearius[2] é um cogumelo venenoso de lamelas laranjas que, para olhos menos treinados, pode ser confundido com algumas espécies de Cantharellus. Este fungo se destaca por suas propriedades bioluminescentes. Ele é encontrado em áreas florestais da Europa, crescendo sobre tocos em decomposição, raízes enterradas ou na base de árvores de madeira dura. Uma espécie semelhante, mas filogeneticamente distinta,[3] encontrada no leste da América do Norte, é o Omphalotus illudens [en].[4][5]
Diferentemente dos Cantharellus, o Omphalotus olearius e outras espécies do gênero Omphalotus contêm a toxina iludina S, sendo venenosos para humanos. Embora não sejam geralmente letais, o consumo deste cogumelo provoca cãibras intensas, vômitos e diarreia.
Descrição
[editar | editar código-fonte]O Omphalotus olearius apresenta a mesma tonalidade laranja tanto interna quanto externamente. Ele não muda de cor quando machucado ou cortado, uma característica que ajuda a diferenciá-lo de espécies visualmente semelhantes.[6] Sua bioluminescência, de cor azul-esverdeada, pode ser observada em exemplares frescos sob condições de pouca luz, após os olhos se adaptarem à escuridão. Apenas as lamelas emitem luz, e não o cogumelo inteiro. Esse fenômeno ocorre devido à ação da enzima luciferase sobre o composto luciferina, resultando na emissão de luz, semelhante ao que acontece com vaga-lumes.[7] A bioluminescência auxilia na reprodução de fungos ao atrair insetos para dispersar esporos.[8] No entanto, no caso do O. olearius, a bioluminescência não parece ter a função de atrair insetos, e estudos ainda não determinaram seu propósito exato nesta espécie.[9]
Entre as características identificáveis do cogumelo lanterna de abóbora estão suas lamelas verdadeiras, afiadas, decurrentes e sem bifurcações.[10] O odor desses cogumelos não é marcante. O píleo pode variar de 4 a 12 cm de diâmetro. O caule tem espessura entre 1 e 2 cm e comprimento total de 3,5 a 9 cm, da base ao píleo.[6]
Distribuição e habitat
[editar | editar código-fonte]O Omphalotus olearius é uma espécie incomum, geralmente observada durante o verão e o outono (julho a outubro) em regiões do sul da Europa, incluindo o sul da França, a Península Ibérica e outros países mediterrâneos.[11] Há registros dessa espécie também na província do Cabo Ocidental, na África do Sul.[2] Grupos desse cogumelo são encontrados em florestas de árvores decíduas, preferindo raízes em decomposição, tocos apodrecidos e a base de árvores de madeira dura, especialmente oliveiras.[11][6]
Espécies semelhantes
[editar | editar código-fonte]Diversas espécies de Cantharellus podem ser confundidas com o Omphalotus olearius. Uma diferença notável está na aparência das lamelas: o Omphalotus olearius possui lamelas afiadas, flexíveis e semelhantes a papel, enquanto os Cantharellus têm lamelas falsas que se assemelham a cristas arredondadas.[10] Além disso, ao descascar o caule do O. olearius, a cor interna permanece laranja como a externa, enquanto o interior do caule dos Cantharellus é mais claro.
Outras espécies bioluminescentes comuns na América do Norte incluem o Omphalotus illudens e o Omphalotus olivascens [en]. O O. olivascens é encontrado do sul ao centro da Califórnia, enquanto o O. illudens ocorre no leste da América do Norte. Ambas são venenosas. Já o cogumelo Tsukiyotake (Omphalotus japonicus [en], anteriormente chamado Lampteromyces japonicus), encontrado no Japão e no leste da Ásia, também é bioluminescente, venenoso e contém a mesma toxina, iludina [en].[3]
Galeria
[editar | editar código-fonte]-
Lamelas bioluminescentes
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Detalhe das lamelas
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ «Synonymy: Omphalotus olearius (DC.) Singer». Species Fungorum. CAB International. Consultado em 24 de setembro de 2015
- ↑ a b «Omphalotus olearius (DC.) Sing., 1948». www.gbif.org (em inglês). Consultado em 26 de novembro de 2024
- ↑ a b Kirchmair M, Morandell S, Stolz D, Pöder R, Sturmbauer C (2004). «Phylogeny of the genus Omphalotus based on nuclear ribosomal DNA-sequences» (PDF). Mycologia. 96 (6): 1253–60. JSTOR 3762142. PMID 21148949. doi:10.2307/3762142. Consultado em 26 de maio de 2010
- ↑ Vanden Hoek, T. L.; Erickson, T.; Hryhorczuk, D.; Narasimhan, K. (Maio de 1991). «Jack o'lantern mushroom poisoning». Annals of Emergency Medicine. 20 (5): 559–561. ISSN 0196-0644. PMID 2024797. doi:10.1016/s0196-0644(05)81617-8
- ↑ French, A. L.; Garrettson, L. K. (1988). «Poisoning with the North American Jack O'Lantern mushroom, Omphalotus illudens». Journal of Toxicology. Clinical Toxicology. 26 (1-2): 81–88. ISSN 0731-3810. PMID 3290510. doi:10.3109/15563658808995399
- ↑ a b c Kuo, Michael (8 de setembro de 2023). «Omphalotus olearius (MushroomExpert.Com)». www.mushroomexpert.com. Consultado em 6 de novembro de 2024
- ↑ Oliveira AG, Desjardin DE, Perry BA, Stevani CV (2012). «Evidence that a single bioluminescent system is shared by all known bioluminescent fungal lineages». Photochemical and Photobiological Sciences. 11 (5): 848–852. PMID 22495263. doi:10.1039/c2pp25032b
- ↑ Michelson, Molly (26 de março de 2015). «Why Mushrooms Glow - California Academy of Sciences». www.calacademy.org (em inglês). Consultado em 15 de novembro de 2024
- ↑ «The Jack-O'-Lantern Mushroom». Yard and Garden (em inglês). Consultado em 6 de novembro de 2024
- ↑ a b «Jack-o'-Lantern». Missouri Department of Conservation (em inglês). Consultado em 6 de novembro de 2024
- ↑ a b «Omphalotus olearius, Mushroom identification». www.first-nature.com. Consultado em 12 de novembro de 2024