Onda de tornados na Argentina e no Brasil em 2009

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Onda de Tornados na Argentina e no Brasil em 2009 foi uma onda de mais de 20 tornados confirmados que ocorreram em 7-8 de setembro e afetaram violentamente o nordeste de Misiones e os três estados da Região Sul do Brasil.[1] O evento atingiu e destruiu várias localidades de ambos os lugares, sendo San Pedro (Misiones) e Guaraciaba (Santa Catarina) as mais afetadas. Estima-se 17 fatalidades e o número de feridos foi superior a 250 pessoas. Muitas outras localizações foram destruídas e/ou danificadas pela passagem de tornados.

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Dias antes do evento, toda a região norte da Argentina e do oeste do Brasil era dominada por uma massa de ar quente e altamente instável. Em 5 de setembro começou a avançar uma massa de ar fria intensa do sul da Patagônia, fazendo nevar em vários locais da região. Já no meio da tarde do dia 6, a frente chegou ao litoral argentino produzindo tempestades e inundações severas que causaram estragos e danos consideráveis. No dia 7 da manhã, a presença de muita instabilidade no ar, adicionado a um intenso cisalhamento no nível de 850 Hpa e perto do CAPE ou tocando os 5000 J/kg. A chegada da massa de ar produziu um alto nível de divergência e o desenvolvimento de supercélulas em toda a área. Na madrugada do outro dia, o severo sistema convectivo de tempestades moveu-se em forma de um derecho progressivo para os outros estados brasileiros, resultando em vendavais (downbursts úmidos) extremos com velocidades acima de 160 km/h e danos por granizo que chegavam a medir em mais de 12 cm, em centenas de municípios da Região Sul do Brasil, bem como no Uruguai e província de Misiones na Argentina.

Tornado de San Pedro[editar | editar código-fonte]

Por volta das 20h30 do dia 7 de setembro, uma supercélula gerou um tornado F4 que destruiu a cidade de San Pedro. O evento foi acompanhado por uma violenta tempestade de chuva e granizo. O tornado durou aproximadamente 5 minutos e teve uma largura de 1 km e sua rota excedeu 10 km. Pelo menos 11 pessoas faleceram nesta cidade e outras 100 pessoas ficaram feridas. A única coisa que restava em grande parte da cidade eram as bases das casas e parte das árvores que foram arrancadas.[2]

Locais Afetados[editar | editar código-fonte]

Guaraciaba (Santa Catarina)[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Tornado em Guaraciaba (2009)

Um outro tornado F4 foi gerado a partir da mesma supercélula e se dirigiu para Guaraciaba onde a passagem do tornado destruiu muitas localidades deixando apenas as bases das casas. Foram confirmados 6 fatalidades e 68 feridos. De acordo com um estudo, houve mais 3 rastros de tornados em Guaraciaba e localizações próximas (todos classificados como F3) que ocorreram no mesmo período, afetando vilas e provocando severa destruição em áreas florestais.[3] Foram confirmadas 9100 pessoas desabrigadas. Outras localizações próximas a Guaraciaba também foram severamente devastadas.[4]

Outros locais[editar | editar código-fonte]

Também houve registro de tornados sem classificação (possíveis F2) em outros municípios de Santa Catarina, um deles incluindo Santa Cecília e Salto Veloso. Outros tornados (todos intensos) também ocorreram em Victor Graeff (RS), Aceguá (RS), Macieira (SC), Passos Maia (SC), Abelardo Luz (SC), Lebon Régis (SC), Caçador (SC), Concórdia (SC), Primeiro de Maio (PR) e Platina (SP).

Em Macieira, o plausível tornado deixou um rastro visível de destruição em plantações e destruiu parcialmente cerca de 18 estruturas, em uma comunidade da zona rural.[5]

Consequências[editar | editar código-fonte]

No total, mais de 40 municípios entre os dois estados foram danificados. A quantidade de tornados que afetou a área é comparável ao tamanho da província de Tucumán, na Argentina. Estima-se um total de 17 pessoas mortas e pouco mais de 250 feridos. Independentemente dos tornados, outros fenômenos adversos das tempestades também produziram danos em uma grande área. A reconstrução das aldeias, aldeias, vilas e cidades levou vários anos e foi notado que alguns nunca poderiam ser recuperados.[6]

Referências