Hosana de Mântua

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Hosana de Mântua
Hosana de Mântua
L'Assunta con la Beata Osanna Andreasi.
c. 1575. Por Ippolito Andreasi.
Virgem; Estigmatizada
Nascimento 17 de janeiro de 1449
Carbonarola, Lombardia
Morte 18 de junho de 1505 (56 anos)
Mântua, Lombardia
Veneração por Igreja Católica
Beatificação 24 de novembro de 1694
por Papa Inocêncio XII
Principal templo Catedral de Mântua, na Itália
Festa litúrgica 18 de junho
Atribuições Dominicana com uma coroa de espinhos e rodeada por uma auréola; dominicana com o demônio sob os pés; coração partido com um crucifixo saindo dele; lírio; dois anjos, um com um lírio e outro, com uma cruz.
Padroeiro garotas estudantes
Portal dos Santos

Hosana de Mântua, nascida Osanna Andreasi (Carbonarola, 17 de janeiro de 1449Mântua, 18 de junho de 1505), foi uma santa católica italiana no século XV.

Vida e obras[editar | editar código-fonte]

Hosana nasceu numa família nobre da Lombardia, filha de Nicolau (Niccolò) Andreasi e Inês (Agnese) Mazzoni. Profundamente religiosa, teve experiência místicas ainda na sua infância, guardando no entanto segredo das mesmas. Aos seis anos de idade terá visto Cristo na Cruz com a coroa de espinhos, tendo na altura prometido viver apenas e só para Deus.

Por forma a poder rezar o Ofício Divino, Hosana pediu ao seu pai para aprender a ler, mas sem poder revelar a sua verdadeira motivação. Foi-lhe recusada tal pretensão, pois os seus pais entendiam que tal era um desperdício, uma vez que ela, como mulher, estaria destinada a ser esposa e a criar uma família.

Quando tinha 14 anos e soube que se estava a preparar a combinação sobre o seu casamento, foi em segredo até à Igreja dos dominicanos e recebeu o hábito dos membros da Ordem Terceira de São Domingos. Apresentou-se em casa envergando o hábito e explicou que tinha efectuado uma promessa e que o teria de usar até ao seu cumprimento. O seu pai, como cristão piedoso aceitou tal explicação, embora passados alguns meses começasse a suspeitar das reais intenções da sua filha. Avisou-a de que não a autorizaria a entrar num convento nem a levar uma vida religiosa em casa. No entanto, gradualmente veio a aceitar que Hosana prosseguisse uma vida de penitência e prática da caridade para com os mais necessitados. Porque Hosana teve de cuidar dos seus irmãos e irmãs após a morte prematura dos seus pais, apenas passados 34 anos e somente alguns meses antes de falecer, pode cumprir finalmente os seus votos religiosos.

Uma lenda afirma que tal como sucedeu com Santa Catarina de Siena, terá aprendido a ler de forma miraculosa, ao ver escrito num as palavras "Jesus" e "Maria". Alegadamente, desde esse dia era capaz de ler todos os escritos espirituais.

Quando Hosana tinha 28 anos de idade, recebeu estigmas na sua cabeça, no lado e nos pés, embora fossem visíveis para terceiros apenas em certos dias da semana especialmente às sextas-feiras e durante a Semana Santa.

Hosana relatou a sua vida espiritual e experiências místicas ao seu biógrafo e orientador espiritual, o beneditino Jerónimo de Monte Oliveto. Hosana era uma mística que com frequência caía em êxtases quando falava de Deus e via imagens de Cristo crucificado na cruz, para além de, durante anos, subsistir sem tomar praticamente nenhum alimento.

Ajudava os pobres e serviu como directora espiritual de muita gente, gastando grande parte da fortuna da sua família para auxiliar os mais necessitados. Manifestava frequentemente a sua repulsa pela decadência e criticava a aristocracia pela ausência de moralidade. Foi amiga da beata Columba de Rieti e recebeu apoio espiritual da beata Estefânia Quinzani.

A sua casa era um autêntico centro de acção social e caritativa em benefício dos mais necessitados, bem como um local habitual de reunião e discussão sobre temas espirituais e vida da Igreja. Uma das principais causas de sofrimento de Hosana no seu tempo foi a degradação da Igreja sob o pontificado do papa Alexandre VI.

A Vida da Beata Hosana foi escrita em 1507, pouco depois da sua morte. A biografia tem um carácter de relatório detalhado das suas conversas com Hosana. Fr. Jerónimo juntou traduções em latim das 24 cartas recebidas de Hosana, acompanhadas de documentos certificando a sua autenticidade. Uma outra biografia, publicada em 1505, é da autoria do fr. Francesco Ferrari, um dos mais relevantes teólogos tomistas e que veio a ser Mestre-Geral da Ordem dos Pregadores.

Hosana morreu a 18 de junho de 1505. O seu corpo incorrupto encontra-se em exposição sob o altar de Nossa Senhora do Rosário na Catedral de Mântua, Itália. O seu culto foi confirmado pelos papas Leão X e Inocêncio XII. Foi beatificada de facto a 24 de novembro de 1694.

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