Palazzo Baldassini

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Vista do palácio.

Palazzo Baldassini ou Palazzo Baldassini Palma é um palácio renascentista localizado no número 44 da Via delle Coppelle, no rione Sant'Eustachio de Roma[1].

História[editar | editar código-fonte]

O palácio é uma residência nobre construído por ordem do jurista Melchiorre Baldassini, um alto funcionário da chancelaria apostólica na época do papa Leão X, que contratou para o projeto o arquiteto Antonio da Sangallo, o Jovem, que havia trabalhado nas obras da Basílica de São Pedro[2]. Por isso, é uma das primeiras obras autônomas de Sangallo, provavelmente contemporânea com o projeto do Palazzo Farnese, mas, ao contrário deste, construída rapidamente. Já em 1522 o edifício estava construído, o que lhe valeu um enorme sucesso.

Logo depois de Baldassini, viveu ali até 1544 o cardeal Pietro Bembo, que definiu a residência como "a mais bela e melhor construída que há em Roma"[2]. Além dele, viveram ali o monsenhor Giovanni della Casa, autor do célebre "Galateo" e, em 1875, Giuseppe Garibaldi[3].

Desde 1956 fica ali um instituto dedicado a Luigi Sturzo, um sacerdote a quem se deve uma importante restauração que devolveu ao palácio, pelo menos em parte, seu aspecto original, com a demolição de divisórias construídas no interior do edifício para demarcar apartamentos para alugar e a demolição de um galpão e de uma galeria no pátio, que deturpavam sua beleza[3].

Descrição[editar | editar código-fonte]

Detalhe do portal.

Apesar de ter sido citado na obra que é considerada a primeira descrição detalhada da Roma renascentista e barroca, "Studio di Pittura, Scoltura et Architettura", de Filippo Titi (1674), o Palazzo Baldassini foi esquecido na maioria dos guias arquitetônicos seguintes. De fato, a rua estreita em frente atrapalha a visão adequada da fachada, uma obra-prima de Antonio da Sangallo, o Jovem[4]. As soluções adotadas, que, na implementação planimétrico repetem em tamanho reduzido o modelo bramantesco do Palazzo Castellesi, fizeram com que o palácio fosse considerado um dos primeiros protótipos de uma tipologia persistente que influenciou a arquitetura civil não apenas no século XVI, mas em obras até o século XVIII.

A entrada do edifício é por um portal que se destaca numa fachada severa e está flanqueado por semicolunas dóricas sobre as quais se assenta um entablamento. Um átrio com abóbada de berço leva a um pátio interno de forma quadrilátera à volta do qual se ergue todo edifício e que se apresenta, na altura, através de uma lógia de dois pisos com pilastras toscanas no primeiro nível e jônicas no segundo[3].

A fachada, originalmente decorada por Polidoro da Caravaggio e Maturino da Firenze[1], não está articulada através de ordens sobrepostas. No piso térreo, as janelas com mísulas e grades substituem atualmente as lojas que ali se abriam de acordo com o plano de Bramante. O piso nobre aparece, na fachada, com uma cornija marcapiano sob o qual corre um friso dórico de imitação clássica: na métopas estão representados objetos litúrgicos intercalados com o brasão dos Baldassini[3].

O interior era decorado com afrescos atribuídos a alunos de Rafael. Em particular, o piso térreo conserva uma abóbada afrescada com grotescos de Giovanni da Udine (1517-1519) e no piso nobre sobreviveram fragmentos de um grande ciclo de afrescos de Perin del Vaga: "Filósofos", "Figuras Alegóricas" e um friso com "episódios de história antiga, animais fantásticos e putti". Uma parte deste friso foi destacada e exportada: por exemplo, a cena de "Tarquínio Prisco funda o templo de Júpiter no Capitólio" e da "Justiça de Selêuco" estão atualmente na Galleria Uffizi em Florença. No piso nobre está também uma série de cenas mitológicas pintadas em afresco por Giovanni da Udine[3].

Entre os muitos elementos decorativos do palácio está a figura de um elefante, que acredita-se ser uma referência a Hanno, um raro elefante indiano branco presenteado ao papa Leão X pelo rei Manuel I de Portugal em 1514. Adorado pelo papa, o animal era levado em procissões e cerimônias da corte papal[3][4].

Referências

  1. a b «Palazzo Baldassini Palma» (em italiano). InfoRoma 
  2. a b M. Cogotti, L. Gigli, Palazzo Baldassini, L'erma di Bretschneider, 1995
  3. a b c d e f «Via delle Coppelle» (em italiano) 
  4. a b «Collegio Germanico» (em inglês). Rome Art Lover 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Vários (2008). Roma (em italiano). Milano: Touring Editore. ISBN 978-88-365-4134-8 
  • Cogotti, M.; Gigli, L. (1995). Palazzo Baldassini, L'erma di Bretschneider (em italiano). [S.l.: s.n.]