Palácio do Supremo Tribunal Federal
Palácio do Supremo Tribunal Federal | |
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Tipo | Sede do Supremo Tribunal Federal |
Estilo dominante | Arquitetura modernista brasileira |
Arquiteto | Oscar Niemeyer |
Engenheiro | Joaquim Cardozo |
Geografia | |
País | ![]() |
Cidade | ![]() |
Endereço | Praça dos Três Poderes |
Coordenadas |
O Palácio do Supremo Tribunal Federal, também referido como Palácio do STF, é o edifício construído para abrigar o Supremo Tribunal Federal, órgão máximo de apelação e corte constitucional do Brasil. Foi concebido pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com projeto estrutural do engenheiro Joaquim Cardozo.[1][2][3][4][5]
Faz parte do conjunto da Praça dos Três Poderes,[6] cujos outros edifícios são o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. O Edifício foi tombado pelo IPHAN em 2007, ano em que Niemeyer completou 100 anos.[7]
A Têmis de Ceschiatti[editar | editar código-fonte]
Em frente ao Supremo Tribunal Federal fica a obra A Justiça. A estátua fou esculpida em 1961 por Alfredo Ceschiatti.[8][9][10]
Características arquitetônicas[editar | editar código-fonte]
O prédio é apoiado pelos pilares laterais e está levemente afastado do solo, conferindo leveza ao conjunto. Os cálculos estruturais de Joaquim Cardozo permitiram que as bases do edifício-sede do STF e de outros palácios[quais?], bem como da catedral de Brasília ficassem delgadas, apenas tocando o chão.[1]
“ | A singeleza do projeto e as proporções relativamente reduzidas deste edifício não impediram que o partido adotado lhes conferisse as características de dignidade e nobreza reclamadas, características essas que as galerias externas acentuavam convenientemente. | ” |
Invasão[editar | editar código-fonte]
Os ataques às sedes dos Três Poderes foram uma série de crimes que ocorreram na tarde de 8 de janeiro de 2023, quando uma multidão de bolsonaristas extremistas[11] invadiu o Palácio do Planalto, o Palácio do Congresso Nacional e o Palácio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília,[12] com o objetivo de instigar um golpe militar contra o governo Lula, que iniciou em 1.º de janeiro, e restabelecer Jair Bolsonaro como presidente do Brasil.
Por volta das 13h, no horário de Brasília, cerca de 4 mil bolsonaristas radicais[13] saíram do Quartel-General do Exército e marcharam em direção à Praça dos Três Poderes,[14] entrando em conflito com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) na Esplanada dos Ministérios. Antes das 15h, a multidão rompeu a barreira de segurança estabelecida por forças da ordem e ocuparam a rampa e a laje de cobertura do Palácio do Congresso Nacional, enquanto parte do grupo conseguiu invadir e vandalizar o Congresso, o Palácio do Planalto e o Palácio do Supremo Tribunal Federal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Bolsonaro não estavam em Brasília no momento das invasões. O Supremo Tribunal Federal considerou que os acontecimentos foram atos de terrorismo.[15]
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, informou que mais de 400 pessoas foram detidas até às 21h. No dia seguinte, cerca de 1 200 pessoas que estavam acampadas em frente ao QG do Exército também foram detidas e levadas de ônibus para a sede da Polícia Federal. Até março de 2023, 2 182 pessoas foram presas por participarem ou terem envolvimento nos ataques.[16]
Logo após os eventos, Ibaneis Rocha exonerou o secretário de segurança pública e ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, Anderson Torres, que estava em Orlando no dia das invasões.[17] Posteriormente, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou o afastamento de Ibaneis pelo prazo inicial de 90 dias, decisão revogada em 15 de março.[18] Após os ataques, o presidente Lula assinou um decreto autorizando uma intervenção federal no Distrito Federal que durou até o dia 31 de janeiro.
Representantes do governo criticaram o ocorrido e declararam que os responsáveis pelos atos violentos, bem como seus financiadores e instigadores, serão identificados e punidos. Líderes de diversos partidos brasileiros repudiaram a invasão considerando-a um grave atentado contra a democracia e exigiram a punição dos responsáveis. Muitos líderes de países em todo o mundo também condenaram a invasão, expressando sua solidariedade para com o governo. Muitos analistas compararam o evento com a invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 2021 por apoiadores de Donald Trump, que se recusava a aceitar a sua derrota nas eleições. Diversos movimentos sociais convocaram a realização de atos de repúdio à invasão e em defesa da democracia,[19] que se realizaram no dia 9 de janeiro em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife, Curitiba, Belo Horizonte e outras cidades, reunindo milhares de pessoas.[20]Referências
- ↑ a b «Niemeyer e Joaquim Cardozo: uma parceria mágica entre arquiteto e engenheiro». EBC. Consultado em 29 de dezembro de 2018
- ↑ «Brasília 50 anos» (PDF). VEJA. Consultado em 19 de janeiro de 2014
- ↑ «PINI Web - O engenheiro da poesia». 1 de agosto de 1998. Consultado em 25 de outubro de 2008
- ↑ «Joaquim Cardozo». Museu Virtual de Brasília. Consultado em 17 de janeiro de 2016
- ↑ «Obra / Arquitetura | Niemeyer». www.niemeyer.org.br. Consultado em 28 de maio de 2018
- ↑ «A história do STF em Brasília». Migalhas. 20 de abril de 2010
- ↑ «G1 > Política - NOTÍCIAS - Iphan faz tombamento do Congresso Nacional». g1.globo.com. Consultado em 28 de maio de 2018
- ↑ «Estátua da Justiça Supremo Ttribunal Federal». Agência Brasil. 21 de novembro de 2019. Consultado em 3 de setembro de 2020
- ↑ «Há 50 anos, Ceschiatti inaugurou a Têmis do Supremo». Consultor Jurídico. Consultado em 3 de setembro de 2020
- ↑ «Símbolos da Justiça :: STF - Supremo Tribunal Federal». www.stf.jus.br. Consultado em 3 de setembro de 2020
- ↑ Ver:
- O Estado de S.Paulo, ed. (8 de janeiro de 2023). «Extremistas bolsonaristas articulavam invasão de sedes dos três Poderes nas redes desde 3 de janeiro». Consultado em 14 de janeiro de 2023
- BBC Brasil, ed. (11 de janeiro de 2023). «Bolsonaristas já ganharam autonomia em relação a Bolsonaro, aponta antropóloga». Consultado em 14 de janeiro de 2023
- >Portal Metrópoles, ed. (10 de janeiro de 2023). «Bolsonaristas extremistas deixaram rastro de 10 toneladas de resíduos na Esplanada». Consultado em 14 de janeiro de 2023
- ↑ «Bolsonaristas invadem Congresso, Planalto e STF em manifestação antidemocrática». Metrópoles. 8 de janeiro de 2023. Consultado em 8 de janeiro de 2023
- ↑ Michele Mendes (13 de janeiro de 2023). G1, ed. «Bolsonaristas radicais presos em Brasília estavam armados com estacas, estilingues e ferramentas pontiagudas». Consultado em 14 de janeiro de 2023
- ↑ Nascimento, Luciano (27 de janeiro de 2023). «Acampamento bolsonarista foi central em ataques do dia 8 de janeiro». Agência Brasil. Consultado em 21 de março de 2023
- ↑ Mori, Letícia (9 de janeiro de 2023). «Por que invasões em Brasília são consideradas atos terroristas pelo STF». BBC News Brasil. Consultado em 21 de março de 2023
- ↑ Mendes, Lucas (16 de março de 2023). «Moraes finaliza análise e mantém 294 presos por atos de 8 de janeiro». CNN Brasil. Consultado em 21 de março de 2023
- ↑ Gadelha, Igor (8 de janeiro de 2023). «Anderson Torres viajou para Orlando na véspera das invasões». Metrópoles. Consultado em 21 de março de 2023
- ↑ Marques, José; Oliveira, Thaísa (15 de março de 2023). «Moraes encurta afastamento e autoriza volta imediata de Ibaneis ao Governo do DF». Folha de S.Paulo. Consultado em 21 de março de 2023
- ↑ Poder360 (9 de janeiro de 2023). «Movimentos sociais convocam atos em favor da democracia». Poder360. Consultado em 10 de janeiro de 2023
- ↑ «"Sem anistia!": Milhares vão às ruas em defesa da democracia». DW. 10 de janeiro de 2023. Consultado em 10 de janeiro de 2023