Palacete Conde do Pinhal

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Palacete Conde do Pinhal
Apresentação
Tipo
Estatuto patrimonial
bem tombado pelo CONDEPHAAT ()
bem de interesse histórico em São Carlos (d)
bem tombado pela Prefeitura Municipal de São Carlos (d)Visualizar e editar dados no Wikidata
Localização
Localização
Rua Conde do Pinhal (d)
São Carlos
 Brasil
Coordenadas
Mapa

Palacete Conde do Pinhal é um prédio histórico localizado na cidade de São Carlos, Brasil. Tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, atualmente é sede de departamentos da Secretaria Municipal de Educação[1][2].

História[editar | editar código-fonte]

O terreno foi adquirido em 1867, conforme ano gravado em portão de ferro da propriedade.[3]

No dia 27 de dezembro de 1890, o Conde do Pinhal contratou o engenheiro Pietro David Cassinelli, que iniciou a construção da edificação em 1893, e foi inaugurada em 1895.

Com a morte do conde, em 1901, a família deixou de morar no local e o palacete foi utilizado pelas Irmãs do Santíssimo Sacramento, mantenedoras do Colégio São Carlos, de 1906 a 1913. Em 1918, o município tomou posse do imóvel.[4][5]

Entre 1921 e 1952, o edifício foi sede do paço municipal e da câmara dos vereadores. De 1952 a 2008, abrigou apenas a prefeitura.[6] De 2008 a 2016, o prédio foi sede da Secretaria de Educação – que em seguida se mudaria para o Palacete Bento Carlos (2016-17), e para a Casa da Cultura (2017). Atualmente, o Palacete Conde do Pinhal encontra-se fechado, à espera de reforma.[7]

A edificação está localizada na Poligonal Histórica, no trecho B, na quadra 41, com fachada principal voltada a Sul. Tem largura de 20,40 m e comprimento de 24,60 m. Encontra-se em bom Estado de Conservação e bem preservada (Condição de Preservação).[8]

O prédio foi tombado pelo Condephaat em outubro de 1978.[9][10]

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

[11] O imóvel apresenta uma arquitetura em estilo eclético, neo-renascentista em seus dois pavimentos, uma solicitação do próprio conde, que desejava uma residência similar ao Casarão do Marquês de Três Rios. A edificação possui sete sacadas na fachada principal e duas na fachada voltada para o jardim, onde se localizava um “chalé de hóspedes” que possibilitava separar pessoas estranhas do cotidiano particular da família e dar mais liberdade para os hóspedes. O restante do terreno ainda preservava uma grande área arborizada, que era cercada por muros de taipa; e o acesso ao terreno das carruagens e dos demais serviço de manutenção ocorria pela atual Rua Major José Inácio.[3]

[10] O Ecletismo chegou à cidade de São Carlos por conta da riqueza advinda do período cafeeiro e pela construção da ferrovia, a partir de 1884. Foi um período de expansão urbana do município. Além disso, grande número de trabalhadores imigrantes traziam consigo conhecimento de métodos construtivos europeus, que foram sendo incorporados às práticas construtivas locais. Construções em estilo Eclético eram símbolo de status social.[12]

O construtor[editar | editar código-fonte]

David Pedro Cassinelli (1853-1898).

Pietro David Cassinelli (Gênova, 1854 – São Carlos, 1898), construtor do palacete, veio para o Brasil aos 28 anos, chegando em São Carlos em 1882. Teve uma fábrica de móveis, uma fábrica de gelo, e foi um dos fundadores da Societá Ginástica Educativa Cristóforo Colombo. Faleceu de febre amarela, aos 43 anos. Foi responsável pela construção dos seguintes edifícios:[13]

Patrimônio cultural[editar | editar código-fonte]

Entre 2002 e 2003, a Fundação Pró-Memória de São Carlos (FPMSC), órgão da prefeitura, fez um primeiro levantamento (não-publicado) dos "imóveis de interesse histórico" (IDIH) da cidade de São Carlos, abrangendo cerca de 160 quarteirões, tendo sido analisados mais de 3 mil imóveis. Destes, 1.410 possuíam arquitetura original do final do século XIX. Entre estes, 150 conservavam suas características originais, 479 tinham alterações significativas, e 817 estavam bastante descaracterizados.[17] O nome das categorias das edificações constantes na lista alterou-se ao longo dos anos.

A edificação de que trata este verbete consta como "Edifícios Tombados" (categoria 1) no inventário de bens patrimoniais do município de São Carlos, publicado em 2021[18] pela Fundação Pró-Memória de São Carlos (FPMSC), órgão público municipal responsável por "preservar e difundir o patrimônio histórico e cultural do Município de São Carlos".[19] A referida designação de patrimônio foi publicada no Diário Oficial do Município de São Carlos nº 1722, de 09 de março de 2021, nas páginas 10 e 11.[20] De modo que consta da poligonal histórica delimitada pela referida Fundação, que "compreende a malha urbana de São Carlos da década de 40".[21] A poligonal é apresentada em mapa publicado em seu site, onde há a indicação de bens em processo de tombamento ou já tombados pelo Condephaat (órgão estadual), bens tombados na esfera municipal e imóveis protegidos pela municipalidade (FPMSC).[22][23]

Tombado por:[24][editar | editar código-fonte]

  • CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico
    • Número do Processo: 00466/74
    • Resolução de Tombamento: Resolução 23/10/1978
    • Publicação do Diário Oficial: Poder Executivo, Seção I, 25/10/1978, p. 54
    • Livro do Tombo Histórico: Nº inscr. 116, p. 17, 26/06/1979
  • FPMSC – Fundação Pró-Memória de São Carlos / CONDEPHAASC – Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Ambiental de São Carlos
    • Número do Processo: 116/2010
    • Tombamento Municipal ex-officio: Resolução n° 09, de 19 de setembro de 2012
    • Publicação do Diário Oficial: 21 de setembro de 2012

Veja também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Site Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência Notícias SBPC - Memória ultimo acesso em junho de 2015
  2. Site Fórum Patrimônio São Carlos: café, ferrovia e urbanização ultimo acesso em junho de 2015
  3. a b Massarão, Leila Maria. Histórico: Palacete Conde do Pinhal. São Carlos: FPMSC, s.d. Disponível em: https://www.promemoria.saocarlos.sp.gov.br/acervo-files/historias-sc/palacete_conde_pinhal.pdf Acesso em: 02-11-2022.
  4. Site do Município de São Carlos - Portal da Educação Nossa casa tem história ultimo acesso em junho de 2015
  5. Massarão, Leila Maria. Edificações históricas do município de São Carlos. São Carlos: FPMSC, s.d. Disponível em: https://www.promemoria.saocarlos.sp.gov.br/acervo-files/historias-sc/edificacoes-historicas.pdf Acesso em: 02-11-2022.
  6. SÃO CARLOS. Fundação Pró-Memória. Edificações históricas do município de São Carlos. s.d. link.
  7. SÃO CARLOS. Secretaria de Educação já atende em novo endereço. 02/09/08. link.
  8. Fundação Pró-Memória de São Carlos. Descrição Arquitetônica de Edifícios de valor histórico-cultural de São Carlos. São Carlos: FPMSC, 2022.
  9. http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.bb3205c597b9e36c3664eb10e2308ca0/?vgnextoid=91b6ffbae7ac1210VgnVCM1000002e03c80aRCRD&Id=a7470a5455bac010VgnVCM2000000301a8c0____
  10. a b Prefeitura Municipal de São Carlos. Atrativos histórico-culturais. Disponível em: https://186.233.80.56/wp-sc/cidade/turismo-cidade/atrativos-historico-culturais/ Acesso em: 02-11-2022. Cópia de segurança em: https://web.archive.org/web/20221102201430/https://186.233.80.56/wp-sc/cidade/turismo-cidade/atrativos-historico-culturais/
  11. Fundação Pró-Memória de São Carlos. Percursos. volume 1. São Carlos: FPMSC, 2009. (Série de cartões postais)
  12. Divisão de Pesquisa e Divulgação, Fundação Pró-Memória de São Carlos (2006). «RAMOS DE AZEVEDO, ECLETISMO E A POLIGONAL HISTÓRICA» (PDF). Fundação Pró-Memória de São Carlos. Consultado em 27 de outubro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 27 de outubro de 2022 
  13. MASSARÃO, L. M. Histórico: Palacete Conde do Pinhal. FPMSC, São Carlos, s.d. link
  14. SÃO CARLOS, 1940, Cadastro imobiliário, p. 144.
  15. FPMSC. "Theodoro Fehr" [1906, filho de Germano Fehr]. In: Pesquisa de Fundos. s.d. link.
  16. FPMSC. "1017. Coleção Museu de São Carlos. 2005-1108F". In: Acervo Digital Fotográfico FPMSC [Online]. link.
  17. ZAMAI, 2008, p. 53.
  18. Fundação Pró-Memória de São Carlos (2021). «Inventário de Bens Patrimoniais do Município de São Carlos» (PDF). Fundação Pró-Memória de São Carlos. Consultado em 27 de outubro de 2022  |arquivourl= é mal formado: timestamp (ajuda)
  19. Fundação Pró-Memória de São Carlos. «A Fundação». Fundação Pró-Memória de São Carlos. Consultado em 27 de outubro de 2022  |arquivourl= é mal formado: timestamp (ajuda)
  20. Prefeitura Municipal de São Carlos (9 de março de 2021). «Diário Oficial de São Carlos, ano 13, n° 1722» (PDF). Prefeitura Municipal de São Carlos. Consultado em 27 de outubro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 27 de outubro de 2022 
  21. Divisão de Pesquisa e Divulgação, Fundação Pró-Memória de São Carlos (2006). «RAMOS DE AZEVEDO, ECLETISMO E A POLIGONAL HISTÓRICA» (PDF). Fundação Pró-Memória de São Carlos. Consultado em 27 de outubro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 27 de outubro de 2022 
  22. Fundação Pró-Memória de São Carlos (2016). Fundação Pró-Memória de São Carlos (PDF) https://promemoria.saocarlos.sp.gov.br/acervo-files/historias-sc/mapa_poligonal_2016_imoveis_protegidos.pdf. Consultado em 27 de outubro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 27 de outubro de 2022  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  23. Fundação Pró-Memória de São Carlos. «Notícias». promemoria.saocarlos.sp.gov.br. Consultado em 4 de dezembro de 2022 
  24. «São Carlos – Casa do Conde do Pinhal | ipatrimônio». Consultado em 3 de novembro de 2022