Paquitas
Paquitas | |
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A segunda geração em 1991. | |
Informações gerais | |
Origem | Rio de Janeiro |
País | Brasil |
Gênero(s) | |
Período em atividade | 1984–2002 |
Gravadora(s) | RGE (1989–94) Som Livre (1995–02) |
Afiliação(ões) | |
Integrantes | Primeira Geração: Manchete Primeira Geração: Xou da Xuxa Segunda Geração New Generation Geração 2000 |
As Paquitas foram um grupo de assistentes de palco e conjunto musical brasileiro formado em 1984, pela empresária Marlene Mattos. Elas tornaram-se conhecidas por acompanharem a apresentadora e cantora Xuxa Meneghel em diversos programas de televisão, destacando-se principalmente no Xou da Xuxa (1986–1992), transmitido pela TV Globo[1]. Identificadas por seus uniformes icônicos inspirados em trajes de balizas — com jaquetas azuis ou vermelhas, franjas douradas nos ombros, chapéus decorados, shorts e botas brancas —, as Paquitas se tornaram símbolos da cultura pop brasileira nas décadas de 1980 e 1990[2]. Mais do que assistentes de palco, elas representaram um fenômeno cultural e tornaram-se referências de moda e comportamento para o público jovem da época[3][4].
Além de suas atividades no palco, onde animavam a plateia e auxiliavam Xuxa nas dinâmicas do programa, o grupo alcançou grande popularidade e expandiu-se para o cenário musical em 1989, lançando álbuns que deram origem a turnês de sucesso pelo Brasil[5]. Ao longo dos anos, o grupo passou por diferentes formações, com novas integrantes assumindo os papéis e recebendo apelidos carinhosos dados pela própria Xuxa, como Pituxa, Catuxa e Xiquita. Entre as ex-integrantes que seguiram carreira artística destacam-se Letícia Spiller, Bianca Rinaldi e Juliana Baroni, que consolidaram-se na televisão e no teatro brasileiro[6][7]. O grupo foi encerrado em 2002, após o rompimento da parceria profissional entre Xuxa e Mattos[8]. Apesar disso, o legado das Paquitas permanece vivo na memória cultural brasileira, sendo reconhecido como um marco na história da televisão infantojuvenil no Brasil[6][9].
História
[editar | editar código-fonte]Origens (1984–1986)
[editar | editar código-fonte]A formação das Paquitas teve início em 1984, durante o período em que Xuxa Meneghel apresentava o programa Clube da Criança, exibido pela Rede Manchete[10]. Nesse ano, durante uma viagem a Nova Iorque, Xuxa visitou um consultório dentário onde conheceu um papagaio chamado Paquito, que era mantido no banheiro, pois a esposa do dentista não permitia que ele circulasse pela casa. E encantada com o papagaio, Xuxa inspirou a equipe do programa a criar um fantoche com as características de Paquito, que passou a ser usado no programa como uma espécie de mascote e recebeu o mesmo nome, em homenagem ao papagaio nova-iorquino[11].
Com o crescente sucesso do Clube da Criança e o aumento do público infantil presente nas gravações, a diretora do programa, Marlene Mattos, identificou a necessidade de uma assistente de palco para organizar a plateia e auxiliar nas interações com as crianças. A primeira escolhida foi Andréa Veiga[12][13][14], uma jovem de 14 anos, que tinha uma aparência jovial e além do mais tinha bastante semelhança física com a Xuxa e autoridade necessária para lidar com o público infantil. No contexto do programa, o fantoche Paquito “interpretava” uma paixão por Andréa, e dessa interação surgiu o apelido “Paquita”, que Xuxa passou a usar para se referir a Andréa[11]. Rapidamente, o apelido se popularizou, e com o tempo, passou a designar todas as assistentes de palco de Xuxa.
À medida que a demanda do programa aumentava, Marlene Mattos decidiu expandir o grupo de assistentes. No final de 1984, foi contratada uma segunda "Paquita" e assistente de palco, Heloísa Morgado[15], conhecida no programa como "Paquita 2"[13][16]. Em 1985, com a introdução de um novo cenário e uma plateia ainda maior, Marlene contratou uma terceira "Paquita" e assistente de palco, Andréa Rosa, apelidada de "Xiquita"[17]. No entanto, sua passagem pelo programa foi breve, encerrando-se no final do mesmo ano.
Primeira Geração (1986–1990)
[editar | editar código-fonte]Início no Xou da Xuxa
[editar | editar código-fonte]Em 1986, após ser contratada pela TV Globo, Xuxa Meneghel estreou no programa Xou da Xuxa[18], o que trouxe mudanças significativas para o grupo de assistentes de palco. A assistente Heloísa Morgado, que atuara no Clube da Criança, não foi contratada pela nova emissora e foi substituída por Andréa Faria, que recebeu o apelido de "Xiquita Sorvetão"[13]. O apelido "Sorvetão" foi dado por Xuxa em referência ao gosto de Andréa por sorvete e sua personalidade distraída. "Sorvetão surgiu porque, além de atrapalhada, eu tomava muito sorvete. E o apelido pegou porque a minha ficha demorava para cair, eu não entendia de primeira. A Xu falava que eu era muito 'sorvetão'", relembrou Andréa em entrevista à revista Quem em 2013[19].
Outra integrante marcante da primeira geração foi Luise Wischermann, conhecida como "Pituxa Alemã"[20], devido à sua ascendência germânica e seu visual loiro característico. Luise se destacou como a primeira Paquita a usar o uniforme vermelho[21], diferenciado das tradicionais jaquetas azuis do grupo. Sua entrada para o time aconteceu de forma curiosa e inesperada: em relato ao jornal O Globo, Luise contou que conheceu Xuxa após o papagaio de estimação da apresentadora voar para dentro de sua cozinha no primeiro andar do prédio onde ambas moravam. Ao retornar da escola, Luise foi informada de que o papagaio havia fugido, mas Xuxa não estava em casa. Naquela noite, enquanto se preparava para dormir, sua mãe disse: “O Pelé está na sala”, explicando que Xuxa estava no apartamento brincando com o papagaio na cozinha. Esse encontro levou ao convite para que Luise fosse Paquita, feito alguns dias depois por Marlene Mattos, diretora do programa, quando a encontrou no elevador. “Comecei a rir e perguntei: ‘O que é Paquita?’”, relembrou Luise. Marlene explicou que Xuxa estava saindo da TV Manchete e indo para a Globo, e que as Paquitas seriam suas assistentes de palco[22]. Luise aceitou o convite e estreou oficialmente em 30 de junho de 1986, na estreia do Xou da Xuxa, tornando-se uma das integrantes mais lembradas do programa, onde permaneceu por três anos e meio[23].
Expansão do Grupo
[editar | editar código-fonte]Com o enorme sucesso do programa, Marlene Mattos organizou, em 1987, o primeiro concurso para selecionar novas Paquitas. A vencedora foi Ana Paula Guimarães, que recebeu o apelido de "Catuxa"[24] e usava o uniforme vermelho, assim como a Pituxa. A competição foi acirrada e gerou polêmica, especialmente devido à participação de Luciana Vendramini, uma concorrente popular entre o público[15][25]. Robeto Bettini, que interpretava o personagem Dengue, chegou a afirmar que não acreditava que uma "caipirinha de Macaé" como Ana Paula pudesse ser escolhida, mas, para a surpresa de muitos, ela o foi[26]. A vitória de Ana Paula consolidou seu lugar em um grupo que já era um fenômeno nacional. Luciana, que frequentemente se mostrava dispersa durante as gravações e não seguia as orientações dadas durante o período de testes, aproveitou a oportunidade do concurso para buscar notoriedade. Ela alegou ser uma ex-Paquita e posou nua com o famoso uniforme de soldadinho, mesmo sem ter sido selecionada para o grupo. Essa atitude provocou revolta entre as outras concorrentes e também irritou Xuxa, que desaprovava a sexualização do grupo[26].
Ainda em 1987, Monique Siqueira, conhecida como "Miúxa", integrou o grupo informalmente, vestindo o uniforme vermelho, e participou de ensaios, campanhas publicitárias e da turnê do Xegundo Xou da Xuxa[27]. Monique, por ser mais jovem que as demais Paquitas, fazia dupla com Amanda Elwis, apelidada de "Picurruxa", que vestia a farda azul[28]. Ambas participaram de apresentações, mas não possuíam contratos formais com a emissora, e suas atividades foram encerradas após um incidente durante a gravação de um especial de Natal, em que Monique pegou um brinquedo destinado ao público infantil, levando à sua dispensa e à de Amanda[27].
A popularidade das Paquitas crescia rapidamente, e o grupo foi expandido em 1987 com a inclusão de assistentes mais jovens, que atuariam como substitutas em caso de afastamento das integrantes principais. Roberta Cipriani, conhecida como "Xiquitita Surfista", entrou para o grupo nesse ano e recebeu seu apelido em referência ao seu amor pelo sol e pela praia[29]. Roberta chegou ao programa de forma inesperada: frequentadora assídua das gravações, ela ia ao Xou da Xuxa apenas para se divertir, sem qualquer pretensão de integrar o grupo. Ao mencionar para Xuxa que estava prestes a se mudar para Curitiba devido à transferência de seu pai, foi surpreendida com um convite para ser Paquita, algo que nunca havia imaginado, considerando-se "pequena demais" para o papel. Após uma conversa entre Xuxa, Marlene Mattos e seu pai, a mudança foi cancelada e Roberta iniciou sua trajetória como Paquita[30]. Embora enfrentasse desafios iniciais e, por vezes, sentisse a diferença de idade em relação às colegas mais experientes[31], Roberta superou as dificuldades e firmou-se como uma das integrantes mais duradouras do grupo[32].
A primeira geração das Paquitas, composta por Andréa Veiga (Paquita), Andréa Faria (Xiquita Sorvetão), Luise Wischermann (Pituxa Alemã), Ana Paula Guimarães (Catuxa) e Roberta Cipriani (Xiquitita Surfista), firmou-se como o grupo principal do Xou da Xuxa. Com figurinos icônicos e ampla presença na mídia, essa geração estabeleceu o grupo como parte essencial do programa e um marco no entretenimento infantil brasileiro.
Segunda Geração (1987–1995)
[editar | editar código-fonte]Renovação do Grupo e Novas Integrantes
[editar | editar código-fonte]Com o sucesso crescente do Xou da Xuxa e o fortalecimento das Paquitas como ícones culturais no Brasil, uma renovação no grupo tornou-se essencial para acompanhar o entusiasmo do público e manter o programa dinâmico. Em dezembro de 1987, Tatiana Maranhão, conhecida como "Paquitita Loura", foi a primeira integrante a fazer parte dessa nova fase[33]. Tatiana foi convidada por Marlene Mattos após acompanhar sua irmã, Patrícia Maranhão — vocalista do trio Afrodite Se Quiser — em uma visita ao programa[34]. Após dois meses de testes, Tatiana foi oficialmente coroada no especial de Ano Novo, consolidando seu lugar no grupo. Originalmente morena, ela clareou os cabelos gradualmente[35] para alinhar-se ao visual tradicional das Paquitas e destacou-se por sua habilidade vocal, sendo uma das mais notáveis durante as apresentações musicais[34].
Outro nome de destaque nessa fase foi Priscilla Couto, apelidada de "Catuxita Top Model". Priscilla chamou a atenção de Xuxa e Marlene Mattos ao se destacar em competições de desfile promovidas pelo programa, cativando o público com sua elegância e postura[36]. Após dois meses de seletivas, Priscilla foi oficialmente coroada ao lado de Tatiana. Inicialmente, recebeu o título de "Pituxita" em homenagem à Paquita Luise Wischermann, que a coroou pessoalmente. Mais tarde, adotou o apelido definitivo "Catuxita Top Model", refletindo sua experiência como modelo da loja O Bicho Comeu[37]. Priscilla tornou-se uma das integrantes mais duradouras do grupo, participando de projetos como discos, filmes, shows e campanhas publicitárias.
Primeiras Saídas e Mudanças
[editar | editar código-fonte]Em março de 1988, com o grupo já consolidado, Andréa Veiga, a primeira Paquita, decidiu deixar o Xou da Xuxa para seguir carreira solo como apresentadora. Ela assumiu o programa infantil Pintando o Sete, transmitido pela TV Record de São Paulo[38]. A saída de Andréa encerrou uma fase importante na história das Paquitas, abrindo espaço para novas integrantes e dando continuidade ao legado que o grupo já havia construído.
Logo após essa mudança, em abril do mesmo ano, Ana Paula Almeida foi escolhida para integrar o grupo das Paquitas[39]. Sua trajetória começou de forma inesperada: aos nove anos, enquanto se preparava para ir à escola, recebeu uma ligação da produção do programa da Xuxa, convidando-a para os testes. Sem saber, sua irmã mais velha havia enviado uma carta à Globo, e entre mais de duas mil candidatas, Ana Paula foi selecionada. Vinda de uma família modesta do bairro de Vista Alegre, no subúrbio do Rio, Ana Paula nutria o simples sonho de ver Xuxa passando de carro por sua rua, mas acabou vivendo algo muito maior ao ser coroada Paquita. Durante a cerimônia de coroação, emocionada, recebeu o carinhoso apelido de "Pituxita Bonequinha" da própria Xuxa, que ao observá-la comentou: “Olha só como ela é linda até chorando, parece uma bonequinha”[40].
Em 1989, com o grupo das Paquitas em plena atividade e prestes a gravar seu primeiro álbum, duas integrantes decidiram seguir novos rumos: Ana Paula Guimarães, a "Catuxa", e Luise Wischermann, a "Pituxa Alemã". Ambas receberam um convite para apresentar o programa de variedades Clip Shop na TV Rio, uma oportunidade que as levou a deixar o Xou da Xuxa, mesmo contra a vontade de Marlene Mattos e Xuxa. Embora o Clip Shop não tenha alcançado o sucesso esperado, essa experiência marcou a primeira tentativa de ambas em construir uma carreira fora do universo das Paquitas.
Nova Expansão do Grupo
[editar | editar código-fonte]Para preencher as vagas deixadas por Ana Paula Guimarães e Luise Wischermann, a produção do Xou da Xuxa organizou o concurso "Paquitonas 89", onde candidatas competiram por um lugar no renomado grupo das Paquitas[41]. Entre as participantes, Letícia Spiller destacou-se, sendo coroada como a nova "Pituxa" após indicação de Andréa Faria, a "Xiquita Sorvetão", e passando por um processo seletivo que durou um mês. Durante a seleção, Letícia competiu com Cátia Paganote, que mais tarde se tornaria a "Miúxa". Letícia, desde o anúncio das inscrições, revelou sua confiança em ser escolhida, comentando: “Sou eu”[42].
Com seu comportamento estabanado[43], Letícia logo conquistou o apelido de "Pituxa Pastel" e protagonizou momentos marcantes no programa, como a famosa queda do queijo do Paradão dos Baixinhos[44] e o dia em que, distraída, esqueceu a colega Paquitita Tatiana Maranhão no colégio no dia da gravação do programa. Letícia se tornaria uma das ex-Paquitas mais bem-sucedidas, construindo uma carreira sólida como atriz[43], permanecendo na memória dos fãs como uma das integrantes mais queridas dessa geração.
Outra adição marcante à segunda geração das Paquitas foi Cátia Paganote, apelidada de "Miúxa Bruxa". Ela foi a segunda integrante a assumir o apelido "Miúxa" e passou por quase dez meses de testes até ser oficialmente coroada Paquita em 27 de abril de 1989, durante a comemoração do aniversário da produtora Marlene Mattos na boate carioca Zoom[36]. Cátia destacou-se por sua determinação, criatividade e características únicas: seus cabelos cacheados fugiam do padrão liso e loiro predominante no grupo, e sua habilidade em imitar a risada de uma bruxa lhe rendeu o carinhoso apelido "Miúxa Bruxa"[45]. Antes de ingressar nas Paquitas, Cátia participou de testes para se tornar Angelicat no Clube da Criança e de quadros no programa Os Trapalhões e no Domingão do Faustão, no segmento Rala e Rola. Sua dedicação e personalização dos figurinos durante o processo seletivo foram diferenciais decisivos para sua entrada no grupo[46].
Transição Musical e Novas Adições
[editar | editar código-fonte]Com essa nova formação, as Paquitas lançaram seu primeiro álbum, Paquitas, em setembro de 1989. O disco trouxe sucessos como Fada Madrinha (É Tão Bom), Alegres Paquitas e Playback, consolidando o grupo também no cenário musical[47]. Após assinarem contrato com a gravadora RGE, as Paquitas embarcaram em uma série de shows por todo o Brasil, o que impulsionou ainda mais sua popularidade e garantiu sua presença no mercado fonográfico infantil.
Em fevereiro de 1990, Juliana Baroni, apelidada de "Catuxa Jujuba", foi selecionada como a oitava Paquita através do concurso "Paquita Paulista", criado exclusivamente para meninas de São Paulo. Natural de Limeira, Juliana concorreu com cerca de 1.200 candidatas para preencher a vaga deixada quase um ano antes por Ana Paula Guimarães, a "Catu", que saiu do grupo em março de 1989. O concurso, um dos mais disputados na história das Paquitas, contou com três programas dedicados aos testes, culminando com a coroação de Juliana como a nova Catuxa, marcando sua entrada no grupo[48].
No mesmo ano, Andréia Faria, conhecida como "Xiquita Sorvetão", deixou o grupo das Paquitas em circunstâncias conturbadas. Durante uma pausa nas gravações do Xou da Xuxa, enquanto as Paquitas seguiam com compromissos e shows, Andréia foi impedida de participar de um evento em Juiz de Fora devido a problemas de saúde. Em meio a uma ligação direta dos Estados Unidos, Marlene Mattos, então diretora e empresária de Xuxa, teria criticado Andréia duramente por sua ausência, levando-a, aos 16 anos, a decidir encerrar sua trajetória como Paquita. Embora Marlene alegasse que Andréia desejava uma carreira solo, a saída ocorreu de forma abrupta e sem despedidas, com Xuxa recebendo uma versão diferente dos acontecimentos[49][50]. Na época, o passe de Andréia foi disputado por outras emissoras, sendo inclusive convidada para o Domingão do Faustão, mas acabou aceitando integrar o elenco de Os Trapalhões, onde permaneceu de 1991 a 1994.
Para preencher a vaga deixada por Andréia Faria, foi realizado o concurso "Xiquita 1990", do qual Bianca Rinaldi, apelidada de "Xiquita Bibi", saiu vitoriosa[51]. Apesar de ter perdido o concurso "Paquita Paulista" para Juliana Baroni, Bianca persistiu e foi coroada em uma edição especial do Xou da Xuxa, que comemorava o aniversário da apresentadora. Sua entrada no grupo foi amplamente divulgada, com aparições em capas de revistas e matérias em jornais, além de uma participação especial no Domingão do Faustão, ainda sem a tradicional farda de Paquita.
Consolidação e Participação no Cinema
[editar | editar código-fonte]Ainda em 1990, o grupo foi convidado a participar de dois filmes que marcariam a cultura pop brasileira. O primeiro, Lua de Cristal, estrelado por Xuxa, foi um grande sucesso de bilheteria, com as Paquitas desempenhando papéis de apoio[52]. Já o segundo, Sonho de Verão, foi produzido especialmente para destacar as Paquitas, contando com Sérgio Mallandro e Andréa Veiga como parte do elenco. O filme se tornou um clássico entre os fãs da época, consolidando o status das Paquitas como estrelas também no cinema e ampliando sua presença no cenário cultural brasileiro[53].
Pressões e Nova Integrante
[editar | editar código-fonte]Em novembro de 1990, Tatiana Maranhão, conhecida como "Paquitita Loura", deixou o grupo das Paquitas após enfrentar meses de suspensões e intensa pressão para atingir o padrão físico exigido pela diretora Marlene Mattos. Embora tenha participado das gravações do filme Sonho de Verão e até tivesse duas músicas solo na trilha sonora, Tatiana foi excluída do cartaz promocional e das atividades de divulgação devido a uma suspensão[54]. As cobranças persistentes para que ela perdesse peso culminaram em um transtorno alimentar e em episódios de humilhação pública, levando-a a sair definitivamente do grupo[55][56][57]. Tatiana foi a primeira Paquita de sua geração a ter uma despedida pública no palco do programa[58]. Chegou a gravar faixas para um disco solo, produzido por Sullivan e Massadas, mas optou por não lançá-lo.
Após a saída de Tatiana Maranhão, Flávia Fernandes foi selecionada para integrar o grupo, recebendo o apelido de "Paquitita Pluft"[59] — uma referência ao fantasma Pluft, da peça Pluft, O Fantasminha de Maria Clara Machado — em alusão à sua pele muito clara. Flávia já havia passado por uma série de testes anteriores sem sucesso. Em 1989, tentou a vaga de "Catuxa" em março, antes de o concurso ser substituído pelo "Paquita Paulista", e mais tarde concorreu à posição de "Xiquita", também sem êxito. Contudo, com a saída de Tatiana em novembro de 1990, Flávia foi finalmente convidada a se juntar às Paquitas, desta vez sem necessidade de novos testes. Após anos frequentando o Teatro Fênix e acompanhando de perto a rotina das Paquitas, Flávia já estava mais do que preparada para assumir o posto. Relatos indicam que Marlene Mattos havia prometido a ela que, de um jeito ou de outro, se tornaria uma Paquita, e Flávia acabou, de fato, se tornando a última integrante da geração Xou da Xuxa.
Expansão Musical e Internacional
[editar | editar código-fonte]Em 1991, o grupo lançou seu segundo álbum de estúdio, Paquitas[47], que incluiu sucessos como Sonho de Verão, Trocando Energia, Batatinha Frits e Mangas de Fora. Esse álbum consolidou ainda mais o status das Paquitas como ícones da música pop infantil e manteve o grupo no auge do sucesso. Nesse mesmo ano, Ana Paula Guimarães retornou ao grupo, participando exclusivamente das produções internacionais de Xuxa[60].
Em 1992, Letícia Spiller deixou o grupo das Paquitas para seguir carreira como atriz, após uma suspensão resultante de uma discussão com Marlene Mattos sobre questões de peso[61][62][63]. Logo em seguida, Letícia foi escalada para a novela Despedida de Solteiro[64]. Sua saída abriu espaço para o retorno definitivo de Ana Paula Guimarães ao grupo no Brasil. Agora como a líder do grupo, Ana Paula participou de todas as produções da apresentadora, tanto no Brasil quanto no exterior, tornando-se a única Paquita brasileira a integrar o programa de Xuxa nos Estados Unidos. Ainda em 1992, Andréa Veiga também voltou a colaborar brevemente com Xuxa, atuando exclusivamente como Paquita no programa Xuxa Park na Espanha[65] e acompanhando as apresentações de Xuxa pela América Latina. Porém antes de retornar ao posto de Paquita na Espanha, Andréa Veiga assumiu a apresentação de quadros no Xou da Xuxa.
Em 1993, as Paquitas foram intérpretes da música Eu Não Largo o Osso, tema de abertura do programa infantil TV Colosso[66]. Além disso, participaram da Turnê Sexto Sentido de Xuxa, alternando apresentações ao lado da apresentadora com shows próprios, reforçando a presença das Paquitas nos palcos de todo o Brasil.
A segunda geração das Paquitas, caracterizada por várias mudanças e novas integrantes, demonstrou a capacidade do grupo de se reinventar sem perder a admiração do público. Essa geração consolidou ainda mais o legado das Paquitas e garantiu seu lugar como figuras centrais na história do entretenimento brasileiro.
Integrantes das duas primeiras gerações por apelidos, cores das fardas, nomes e períodos de atividade | |||||
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Apelido | Cor da farda | Nome | Período | Outro(s) apelido(s) | Observações |
Paquita | Azul | Andréa Veiga | 1984–1988 | Paquita Mor, Paquitona, Paca | Primeira Paquita. |
N/A | Heloísa Morgado | 1984–1986 | Paquita 2 | Participou apenas no Clube da Criança (Rede Manchete). | |
Paquitita | Azul | Tatiana Maranhão | 1987–1990 | Loura | |
Flávia Fernandes | 1990–1995 | Pluft | |||
Xiquita | N/A | Andréa Rosa | 1985 | Participou apenas no Clube da Criança (Rede Manchete). | |
Azul | Andréa Faria | 1986–1990 | Sorvetão, Peso-pesado, Xica | Primeira Xiquita do Xou da Xuxa (TV Globo). | |
Azul | Bianca Rinaldi | 1990–1995 | Bibi | ||
Xiquitita | Azul | Roberta Cipriani | 1987–1995 | Surfista | |
Pituxa | Vermelha | Luise Wischermann | 1986–1989 | Alemã, Oinc Oinc, Pitú | |
Letícia Spiller | 1989–1992 | Pastel | |||
Pituxita | Vermelha | Ana Paula Almeida | 1988–1995 | Bonequinha | |
Catuxa | Vermelha | Ana Paula Guimarães | 1987–1989, 1992–1995 | Catú | |
Juliana Baroni | 1990–1995 | Jujuba | |||
Catuxita | Vermelha | Priscilla Couto | 1987–1995 | Top Model | |
Miúxa | Azul | Cátia Paganote | 1989–1995 | Bruxa |
Internacionalização
[editar | editar código-fonte]Com o sucesso estrondoso de Xuxa no Brasil, a marca "Xuxa" começou a expandir para outros países, levando as Paquitas para uma fase internacional. Como parte dessa estratégia, foram criadas as Paquitas Internacionais, que acompanhavam a apresentadora nas versões dos seus programas fora do Brasil, principalmente na América Latina e nos Estados Unidos[67]. Essas Paquitas desempenhavam funções semelhantes às das versões brasileiras: animar a plateia, participar de coreografias e auxiliar Xuxa na condução das brincadeiras e números musicais. Assim como no Brasil, cada Paquita internacional recebia um apelido carinhoso e mantinha o visual icônico de uniformes e coreografias sincronizadas.
Na América Latina, as Paquitas Internacionais rapidamente se tornaram extremamente populares. Cada país onde Xuxa tinha uma presença televisiva, como Argentina, Chile, Uruguai e Equador, contava com sua própria versão das Paquitas, adaptada ao público local. Os programas como El Show de Xuxa seguiram o sucesso do Xou da Xuxa brasileiro, com as Paquitas como uma das partes mais adoradas do formato e favorecendo a identificação do público com a marca Xuxa[68].
Em 1991, Xuxa estreou na televisão espanhola com o programa Xuxa Park, transmitido pela Telecinco, e as Paquitas desempenharam um papel central nessa versão. Elas acompanhavam a apresentadora em quadros adaptados para o formato espanhol e também participaram das apresentações de Xuxa em outros países da América Latina, fortalecendo a presença do grupo fora do Brasil. Durante esse período, Ana Paula Guimarães teve um papel de destaque ao ser a única integrante a participar de todos os programas internacionais, incluindo a versão norte-americana.
Nos Estados Unidos, o programa Xuxa foi transmitido pela CBS, e as Paquitas foram rebatizadas como Pixies. Com uma estética adaptada ao público norte-americano, as Pixies mantiveram as mesmas funções de assistentes de palco e ajudaram a ampliar o apelo multicultural de Xuxa, especialmente entre crianças latinas que viviam nos EUA. Essa adaptação cultural das Paquitas refletiu a ambição de Xuxa de se tornar um ícone internacional, e as Pixies se tornaram uma parte fundamental dessa expansão[69].
A internacionalização das Paquitas consolidou o grupo como um fenômeno cultural, que não apenas representava a cultura pop infantojuvenil brasileira, mas também expandia esse legado para novas audiências ao redor do mundo.
Paquitas Internacionais | |||
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Ano de Atividade | Nome | País | Apelido/Título |
1990–1991 | María José Llaneza | Chile | Paquita Chilena |
1991–1992 | María Royo | Espanha | Paquita Espanhola |
1991–1993 | Maricielo Effio | Peru | Paquita Peruana |
1991–1993 | Julieta Cardinali | Argentina | Paquita Argentina |
Karina Rivero | |||
1993 | Natalia Oreiro | Uruguai | Súper Paquita / Paquita Uruguaia |
1993–1994 | Pamela Cortés | Equador | Paquita Equatoriana |
1993 | Larae McCarran | Estados Unidos | Paquita Americana / US Pixies |
Natasha Pearce | |||
Shannon Garcia | |||
María José Domínguez | Chile | Paquita Chilena | |
1995–1996 | Gabriela Naht | Equador | Paquita Equatoriana |
Paquitas New Generation (1995–1999)
[editar | editar código-fonte]Em 1995, após relatos de desabafos das Paquitas sobre assédio moral nos bastidores, o editor do programa, João Henrique Schiller, sugeriu transformar essas confissões em um livro, Sonhos de Paquitas — Nos bastidores do Xou, ideia que as integrantes ingenuamente aceitaram[70]. Quando Marlene Mattos foi informada sobre o projeto por uma das próprias Paquitas, tomou a decisão de demitir todas as envolvidas[71][72][73][74]. Em uma edição do Xuxa Park, exibida em 29 de abril de 1995, as integrantes da segunda geração se despediram oficialmente do público. Nesse mesmo programa, foi apresentada a nova formação, intitulada Paquitas New Generation, marcando o início de uma nova fase para o grupo[75].
As sete novas integrantes foram selecionadas para agradar a diferentes gerações de fãs de Xuxa e receberam apelidos que refletiam suas características únicas: Caren Lima, a menor do grupo, foi chamada de Chaveirinho; Graziella Schmitt, com seu porte de modelo, tornou-se Grazi Modelão; Diane Dantas, pela elegância, foi apelidada de Lady Di em homenagem à princesa britânica; Gisele Delaia, natural de Queimados, foi chamada de Miss Queimados; Andrezza Cruz, com um apelido moderno, ficou como Dezza; Bárbara Borges, conhecida pelo carisma e beleza, foi chamada de Babubonitona ou apenas Paquita Babu; e Vanessa Melo, com sua habilidade para dança, recebeu o nome de Flashdance[75].
A chegada da Paquitas New Generation trouxe uma estética renovada e uma equipe mais jovem, acompanhando Xuxa em programas como Xuxa Park e Xuxa Hits, ambos na Rede Globo. A nova formação adotou visuais modernizados: em Xuxa Park, mantiveram o tradicional uniforme de "soldadinhas de chumbo", enquanto em Xuxa Hits, voltado para adolescentes, usaram um estilo colegial descontraído e atual. Mais tarde, com o Planeta Xuxa, os figurinos evoluíram, refletindo as tendências da moda jovem dos anos 90.
Ainda em 1995, o grupo lançou o álbum Paquitas New Generation, com singles como Nova Geração, Ah, O Amor, Telefone Toca, e Suor e Sorriso. O disco também trouxe uma regravação de Fada Madrinha, um dos maiores sucessos da formação original. Em 1997, lançaram seu segundo álbum, com hits como Planeta Dance, Não Se Reprima (uma regravação do grupo Menudo), e Vem Dançar Comigo (regravação de Xuxa).
Durante esse período, o grupo Paquitas New Generation manteve uma intensa agenda de shows e apresentações, tanto ao lado de Xuxa quanto em eventos próprios. Em 1998, Diane Dantas (Lady Di) foi a primeira a deixar o grupo, seguida por Bárbara Borges (Babubonitona) em abril de 1999, que decidiu seguir a carreira de atriz[75]. No final de 1999, com a aproximação da maioridade das integrantes, a Paquitas New Generation foi oficialmente encerrada, abrindo espaço para a seleção de uma nova geração de Paquitas.
Geração 2000 (1999–2002)
[editar | editar código-fonte]Em 1999, após a dissolução das Paquitas New Generation, uma nova fase teve início com a abertura de inscrições para a formação da Geração 2000, apresentada oficialmente ao público no Planeta Xuxa[76]. Selecionadas por meio de um processo rigoroso de testes, as novas integrantes foram treinadas para preservar a essência do grupo enquanto buscavam conexão com um público cada vez mais adolescente.
Essa formação, composta por jovens como Letícia Barros, Thalita Ribeiro, Gabriella Ferreira, Monique Alfradique, Lana Rhodes, Stephanie Lourenço, Joana Mineiro e Daiane Amêndola[77], manteve o papel tradicional das Paquitas de animar a plateia e apoiar Xuxa nos programas. Além disso, essa geração participou ativamente de projetos voltados ao público infantil, como Xuxa Só Para Baixinhos, um dos maiores sucessos da apresentadora nessa época.
Visualmente, a Geração 2000 adotou figurinos mais variados e individualizados, refletindo as tendências dos anos 2000 e a evolução na moda jovem. Elas continuaram presentes em programas como Xuxa Park e Planeta Xuxa, além de participarem de especiais e eventos ao vivo.
Em 2001, um incêndio nos estúdios onde o Xuxa Park era gravado encerrou o programa de forma abrupta, impactando profundamente a trajetória das Paquitas[78]. As integrantes foram então realocadas para o Planeta Xuxa, onde permaneceram em atividade até 2002. Com o rompimento da parceria entre Xuxa e Marlene Mattos no mesmo ano, as Paquitas da Geração 2000 encerraram definitivamente suas atividades, marcando o fim de um ciclo histórico[79].
Integrantes
[editar | editar código-fonte]Integrantes das Paquitas | ||||
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Ano de Atividade | Nome | Apelido | Geração | Foto |
1984–1988 | Andréa Veiga | Paquita / Paquita Mor / Paquitona / Paca | Primeira Geração | |
1984–1986 | Heloísa Morgado | Paquita 2 | ||
1985 | Andréa Rosa | Xiquita | ||
1986–1990 | Andréa Faria | Xiquita Sorvetão / Peso-pesado / Xica | ||
1986–1989 | Luise Wischermann | Pituxa Alemã / Oinc Oinc / Pitú | ||
1987–1989, 1992–1995 | Ana Paula Guimarães | Catuxa / Catú | ||
1987–1995 | Roberta Cipriani | Xiquitita Surfista | ||
Priscilla Couto | Catuxita Top Model | Segunda Geração | ||
1987–1990 | Tatiana Maranhão | Paquitita Loura | ||
1988–1995 | Ana Paula Almeida | Pituxita Bonequinha | ||
1989–1992 | Letícia Spiller | Pituxa Pastel | ||
1989–1995 | Cátia Paganote | Miúxa Bruxa | ||
1990–1995 | Juliana Baroni | Catuxa Jujuba | ||
Bianca Rinaldi | Xiquita Bibi | |||
Flávia Fernandes | Paquitita Pluft | |||
1995–1999 | Caren Lima | Chaveirinho | New Generation | |
Graziella Schmitt | Grazy Modelão | |||
1995–1998 | Diane Dantas | Lady Di / Di | ||
1995–1999 | Gisele Delaia | Gi / Gigi / Miss Queimados / Cinturinha de Pilão | ||
Andrezza Cruz | Dezza / Bocão / Paquita Exemplar | |||
Bárbara Borges | Babu / Babunitona / Babi | |||
Vanessa Melo | Flashdance | |||
1999–2002 | Daiane Amêndola | Dai / Docinho | Geração 2000 | |
Gabriella Ferreira | Paquita Perua / Gables | |||
Joana Mineiro | Jô | |||
Lana Rhodes | Cabritinha / Rouxinol | |||
Letícia Barros | Lê / Lelé / Paquita Caçulinha | |||
Monique Alfradique | Pastelzinho | |||
Stephanie Lourenço | Ste / Tété | |||
Thalita Ribeiro | Thatá / Bonequinha |
Música
[editar | editar código-fonte]As Paquitas tiveram um papel essencial na música infantojuvenil brasileira, destacando-se não apenas como assistentes de palco, mas também como artistas reconhecidas. Suas produções musicais incluíram álbuns de sucesso, trilhas sonoras de filmes e temas para programas de televisão, o que ampliou sua presença e influência no entretenimento brasileiro[80].
Álbuns e singles
[editar | editar código-fonte]A trajetória musical das Paquitas teve início com sua participação como coristas nos álbuns de Xuxa Meneghel[81], experiência que serviu como base para o lançamento de suas próprias produções e as preparou para o sucesso no cenário infantojuvenil brasileiro. A presença do grupo nos discos de Xuxa introduziu as integrantes ao universo da música e estabeleceu uma fundação sólida para seu sucesso como artistas independentes.
Primeiro Álbum (1989): Paquitas
[editar | editar código-fonte]O primeiro álbum do grupo, intitulado Paquitas, foi lançado em 1989 pela gravadora RGE e rapidamente conquistou popularidade com músicas como Alegres Paquitas, Playback, Sorvetão, e o sucesso Fada Madrinha (É Tão Bom)[82]. Esse lançamento marcou um ponto de transição importante, consolidando as Paquitas como estrelas infantojuvenis e ampliando sua base de fãs. O sucesso do álbum gerou uma série de shows e turnês pelo Brasil, estabelecendo o grupo no cenário musical da época.
Segundo Álbum (1991): Paquitas
[editar | editar código-fonte]Em 1991, as Paquitas lançaram seu segundo álbum, também intitulado Paquitas, agora pela Som Livre. Com faixas como Trocando Energia, Amor Adolescente, Auê e Sonho de Verão[83], o grupo reforçou sua presença na música pop brasileira. Esse álbum foi lançado pouco depois da participação das Paquitas nas trilhas sonoras dos filmes Lua de Cristal e Sonho de Verão — dois sucessos estrelados por Xuxa e Sérgio Mallandro[84][85]. As canções complementaram o sucesso dos filmes e ampliaram a influência das Paquitas no entretenimento brasileiro.
Paquitas New Generation (1995)
[editar | editar código-fonte]Com a renovação do grupo em 1995, a Paquitas New Generation trouxe um estilo atualizado, voltado para o público adolescente. O álbum Paquitas New Generation, lançado pela Som Livre, refletiu essa mudança com um som mais contemporâneo e voltado para os jovens da época. Sucessos como Nova Geração, Telefone Toca, Ah! O Amor e uma regravação de Fada Madrinha (É Tão Bom) reforçaram a relevância do grupo, mantendo o vínculo com o público e mostrando uma nova identidade musical[86].
Último Álbum (1997): Paquitas
[editar | editar código-fonte]Em 1997, a New Generation lançou seu último álbum, também intitulado Paquitas, pela Som Livre. Este álbum trouxe faixas como Não Se Reprima (regravação do grupo Menudo), Planeta Dance, Maria Fumaça e Vem Dançar Comigo (reinterpretação de um sucesso de Xuxa)[87]. Essa fase mais madura do grupo adaptava o estilo pop dançante às tendências do final dos anos 90, mostrando a evolução das Paquitas e sua capacidade de acompanhar o mercado musical em constante mudança.
Discografia completa
[editar | editar código-fonte]Discografia das Paquitas (álbuns próprios) | |||
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Ano | Álbum | Gravadora | Singles de Destaque |
1989 | Paquitas | RGE | Alegres Paquitas, Playback, Sorvetão, Fada Madrinha (É Tão Bom) |
1991 | Paquitas | Som Livre | Trocando Energia, Amor Adolescente, Auê, Sonho de Verão |
1995 | New Generation | Som Livre | Nova Geração, Telefone Toca, Ah! O Amor, Fada Madrinha (É Tão Bom) (regravação) |
1997 | Paquitas | Som Livre | Não Se Reprima, Planeta Dance, Maria Fumaça, Vem Dançar Comigo |
Outras contribuições musicais
[editar | editar código-fonte]Além dos álbuns próprios, as Paquitas continuaram a participar de gravações nos álbuns de Xuxa e em projetos como Xuxa Só Para Baixinhos. Elas também gravaram o tema de abertura do programa TV Colosso, com a música Eu Não Largo o Osso[66], ampliando ainda mais sua presença na televisão e no mercado fonográfico.
Shows e turnês
[editar | editar código-fonte]Desde o surgimento do programa Xou da Xuxa em 1986, as Paquitas, grupo de assistentes de palco e dançarinas da apresentadora Xuxa Meneghel, desempenharam um papel essencial não apenas como apoio, mas também como um grande atrativo para o público[88]. Com coreografias marcantes e uma presença energética, as Paquitas conquistaram o público infantil e adolescente, sendo parte central das turnês e apresentações ao vivo de Xuxa.
Turnês Nacionais: Xou da Xuxa
[editar | editar código-fonte]As turnês do Xou da Xuxa ocorreram principalmente entre o final dos anos 80 e o início dos anos 90, período em que o programa alcançou enorme popularidade. Com apresentações em capitais e cidades do interior de diversas regiões do Brasil, Xuxa e as Paquitas arrastaram multidões, quebrando recordes de público em várias ocasiões[89]. As Paquitas estavam ao lado de Xuxa não apenas em palco, mas também na divulgação de shows e eventos, cativando o público com suas danças coreografadas e interações que reforçavam o vínculo com os fãs.
Shows Independentes
[editar | editar código-fonte]Com o lançamento de seus próprios álbuns, as Paquitas começaram a realizar shows solo, interpretando sucessos e se conectando com o público. Com a chegada da Paquitas New Generation, os shows e turnês se adaptaram às novas tendências adolescentes. Os shows traziam figurinos mais modernos, com performances e repertórios que refletiam o final dos anos 90, e o grupo realizou turnês independentes ao longo desse período.
Expansão Internacional
[editar | editar código-fonte]O sucesso das Paquitas não se restringiu ao Brasil. Em meio à expansão da popularidade de Xuxa na América Latina, as Paquitas acompanharam a apresentadora em eventos e especiais televisivos internacionais, conquistando fãs em países como Argentina, Chile e México. Elas participaram de apresentações em programas locais, eventos de caridade e festivais, o que contribuiu para aumentar o reconhecimento do grupo além das fronteiras brasileiras.
Cinema e Televisão
[editar | editar código-fonte]Filmes
[editar | editar código-fonte]As Paquitas tiveram uma presença significativa no cinema brasileiro, participando de alguns dos principais filmes da carreira de Xuxa Meneghel. Com seu apelo entre o público infantil e juvenil, a participação das Paquitas nas telonas ajudou a ampliar sua popularidade. Além de acompanharem Xuxa na televisão, elas também integraram o universo dos filmes estrelados pela apresentadora, contribuindo para o sucesso dessas produções[90].
Lua de Cristal (1990)
[editar | editar código-fonte]O primeiro grande sucesso no qual as Paquitas participaram foi Lua de Cristal (1990). Este filme, estrelado por Xuxa, contava com as Paquitas em papéis de apoio, reforçando o ambiente familiar e a identidade visual associada ao Xou da Xuxa. Lua de Cristal se tornou um dos maiores fenômenos de bilheteria da época e é considerado um clássico do cinema infantil brasileiro. A música-tema, Lua de Cristal, foi um grande sucesso, e, embora as Paquitas não tivessem papéis principais, sua presença manteve a conexão com o público fiel de Xuxa[91].
Sonho de Verão (1990)
[editar | editar código-fonte]Ainda em 1990, as Paquitas estrelaram Sonho de Verão, uma comédia musical criada especialmente para elas. O filme, dirigido por Paulo Sérgio de Almeida, também contou com a participação de Sérgio Mallandro e Andréa Veiga, e trouxe as Paquitas como figuras centrais da trama[92], refletindo seu grande apelo junto ao público jovem.
Na história, um casal dono de uma enorme mansão resolve viajar para a Europa após perder sua filha. Ao saber disso, o taxista que os leva ao aeroporto aproveita a oportunidade para ocupar a casa desocupada. Léo (Sérgio Mallandro) então se instala na mansão, fingindo ser sobrinho do casal, e convida a namorada e alguns amigos para uma temporada cheia de diversão. Logo, um ônibus cheio de jovens se junta ao grupo, transformando a mansão em um cenário de festa e aventuras.
Além de reforçar a popularidade das Paquitas, o filme celebrou o sucesso delas na cultura pop, onde, como Paquitas e Paquitos, já eram queridos por fãs e tinham destaque no programa infantil de Xuxa[93]. Sonho de Verão se tornou um clássico do cinema infantojuvenil brasileiro.
Xuxa Requebra (1999)
[editar | editar código-fonte]Xuxa Requebra é uma comédia romântica lançada em 1999 e dirigida por Tizuka Yamasaki, com Xuxa Meneghel, Daniel e Elke Maravilha no elenco. O filme marcou o retorno de Xuxa ao cinema após quase uma década e conta a história de Nena (Xuxa), uma jornalista que tenta salvar a Academia de Dança Dois Corações, onde estudou, ameaçada pela vilã Macedão (Elke Maravilha), uma empresária inescrupulosa.
A esperança da academia é vencer o torneio de dança "Requebra 2000", que oferece um prêmio em dinheiro suficiente para salvá-la. Macedão, no entanto, tenta sabotar a equipe de Nena enviando seu enteado Felipe (Daniel) com dançarinos profissionais para competir contra eles. O filme inclui a participação especial de Paquitas e ex-Paquitas, como Andréa Veiga, Andreia Faria e Ana Paula Almeida, além das Paquitas New Generation e 2000, que aparecem como alunas da academia[94].
Xuxa Pop Star (2000)
[editar | editar código-fonte]Em Xuxa Popstar, Xuxa interpreta Nicky, uma top model internacional que, após uma carreira de sucesso no exterior, retorna ao Brasil para reencontrar seu "príncipe encantado", com quem conversou pela internet. Ao retornar, Nicky torna-se uma empresária bem-sucedida na agência de moda Popstar. Contudo, seu concorrente e admirador, JP, fará de tudo para atrapalhar sua vida e carreira[95].
O filme também traz participações especiais de ex-Paquitas, incluindo Andréa Veiga, que atua como uma repórter[96], e Ana Paula Almeida, no papel de maquiadora. As Paquitas 2000 aparecem como modelos da agência Popstar[76].
Xuxa e os Duendes (2001) e Xuxa e os Duendes 2: No Caminho das Fadas (2002)
[editar | editar código-fonte]Em Xuxa e os Duendes, a trama ocorre no reino dos duendes, que celebra a passagem da responsabilidade de proteger a natureza ao príncipe Damiz. No entanto, o vilão Gorgon captura um pequeno duende no quarto de Nanda e, junto com seu cúmplice Rico, tenta comprar a casa da menina, propondo "progresso" para a floresta, com o intuito de destruí-la. A protagonista, Kira, precisa resgatar os duendes aprisionados e preservar a natureza. No filme, as Paquitas 2000, juntamente com a ex-Paquita Ana Paula Almeida, interpretam fadas que auxiliam Kira em sua missão[97]. Na sequência, Xuxa e os Duendes 2: No Caminho das Fadas, Kira, agora revelada como uma botânica e filha de duendes, enfrenta a bruxa malvada Algaz, que, junto a outras bruxas, ameaça o equilíbrio natural. As Paquitas 2000 retornam como fadas, e, além de Ana Paula Almeida, Juliana Baroni também aparece no papel de fada, ampliando o elenco de apoio à protagonista em sua nova aventura[98].
Filmografia das Paquitas (cinema)
[editar | editar código-fonte]Filmografia das Paquitas (grupo completo) no cinema | |||
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Ano | Título | Tipo | Descrição/Participação |
1990 | Lua de Cristal | Filme | Este filme foi um enorme sucesso de bilheteria no Brasil, com mais de 4 milhões de espectadores, consolidando Xuxa como estrela de cinema. As Paquitas aparecem em uma participação especial. |
1990 | Sonho de Verão | Filme | Produzido para as Paquitas, este filme estrelado por elas e por Sérgio Mallandro teve grande aceitação e alcançou mais de 1,7 milhão de espectadores. |
1999 | Xuxa Requebra | Filme | Comédia romântica dirigida por Tizuka Yamasaki, marcando o retorno de Xuxa ao cinema. As Paquitas e ex-Paquitas, incluindo Andréa Veiga e Ana Paula Almeida, atuam como alunas de uma academia de dança. |
2000 | Xuxa Pop Star | Filme | Xuxa interpreta Nicky, uma modelo internacional que volta ao Brasil. As Paquitas 2000 e ex-Paquitas aparecem como modelos e repórteres na agência de moda Popstar. |
2001 | Xuxa e os Duendes | Filme | Fantasia infantil onde Xuxa atua como Kira, protetora da natureza. As Paquitas 2000, junto com a ex-Paquita Ana Paula Almeida, atuam como fadas auxiliando Kira. |
2002 | Xuxa e os Duendes 2: No Caminho das Fadas | Filme | Continuação de Xuxa e os Duendes. Kira enfrenta a bruxa Algaz. As Paquitas 2000 retornam como fadas, com participações de Ana Paula Almeida e Juliana Baroni. |
Outras contribuições
[editar | editar código-fonte]Letícia Spiller e Juliana Baroni participaram, em 1991, do filme Gaúcho Negro[99]. A trama se passa no Rio Grande do Sul, onde fazendeiros são atormentados por roubos de gado e queimadas criminosas. Surge então o Gaúcho Negro, um misterioso cavaleiro mascarado que se torna uma figura lendária e age como justiceiro, trazendo esperança à população local[100].
Programas de TV
[editar | editar código-fonte]Clube da Criança (1984-1986)
[editar | editar código-fonte]As Paquitas foram introduzidas inicialmente como assistentes de palco no programa Clube da Criança (1984–1986), exibido pela Rede Manchete, onde Xuxa começou sua carreira como apresentadora de programas infantis. No entanto, foi com a estreia do Xou da Xuxa, em 1986, na TV Globo, que as Paquitas realmente ganharam notoriedade.
Xou da Xuxa (1986-1992)
[editar | editar código-fonte]No Xou da Xuxa, as Paquitas eram responsáveis por ajudar na condução das brincadeiras, organizar as crianças da plateia, e participar das coreografias e números musicais. O programa se tornou um fenômeno de audiência, e as Paquitas passaram a ser vistas como modelos de comportamento para o público infantil e adolescente.
Durante o período em que o Xou da Xuxa esteve no ar (1986–1992), as Paquitas se consolidaram como uma presença fixa no formato. Cada uma delas recebia um apelido característico, dado por Xuxa, que ajudava na identificação do público e criava um laço emocional com as crianças que assistiam ao programa. O sucesso foi tanto que as Paquitas não eram mais apenas assistentes de palco, mas figuras centrais na cultura pop da época, influenciando até a moda infantil e juvenil.
Xuxa Park (1994-2001)
[editar | editar código-fonte]Após o fim do Xou da Xuxa, as Paquitas continuaram participando ativamente dos programas que Xuxa passou a comandar na TV Globo. No Xuxa Park (1994–2001), um programa voltado para o público infantil exibido aos sábados. Além de auxiliarem nas brincadeiras e nos números musicais, elas também atuavam em quadros e interações com as crianças, reforçando a continuidade do grupo, mesmo após a mudança de formato do programa.
Xuxa Hits (1995-1996)
[editar | editar código-fonte]Com a estreia do Xuxa Hits (1995–1996), voltado para o público adolescente, o figurino também foi atualizado, refletindo a transição para um público mais jovem e urbano. Esta fase, marcada pela formação das Paquitas New Generation, ajudou a manter a relevância do grupo junto ao público que havia crescido com o Xou da Xuxa.
Planeta Xuxa (1997-2002)
[editar | editar código-fonte]Em 1997, com o lançamento do Planeta Xuxa (1997–2002), as Paquitas participaram de quadros voltados para o público adolescente, mas também foram integradas em performances de dança, entrevistas e atividades interativas no palco. O Planeta Xuxa era um programa voltado para um público jovem, onde música, dança e entretenimento tinham destaque. As Paquitas, que já estavam mais maduras, ganharam uma nova roupagem e continuaram a ser parte essencial da identidade do programa.
Documentário "Pra Sempre Paquitas" (2024)
[editar | editar código-fonte]Em 2024, a história das Paquitas foi revisitada no documentário Pra Sempre Paquitas, uma produção original da Globoplay. O documentário, composto por cinco episódios, mergulha na trajetória do grupo desde sua criação em 1984, no Clube da Criança, até o fim oficial em 2002, após o rompimento da parceria entre Xuxa e sua diretora e empresária Marlene Mattos.
A série documental, dirigida por Ana Paula Guimarães (ex-Paquita) e Ivo Filho, reúne depoimentos emocionantes de ex-integrantes, como Letícia Spiller, Bianca Rinaldi, Juliana Baroni, Ana Paula Almeida, entre outras. O documentário explora as diversas gerações do grupo e reflete sobre o impacto cultural das Paquitas na televisão brasileira e na vida de milhões de fãs.
Pra Sempre Paquitas aborda temas que vão além do glamour da fama. O documentário revela os desafios que as integrantes enfrentaram, como a pressão estética, a competição interna e a dificuldade de conciliar a infância e adolescência com a vida sob os holofotes. Um dos pontos mais discutidos é o assédio midiático e a tentativa de sequestro de uma das Paquitas, temas que mostram o lado menos conhecido dessa trajetória de sucesso.
Um dos episódios mais marcantes, Pra Quem Sonha e Quem Procura – Fama e Dores, aprofunda-se nas consequências da fama precoce, mostrando como o sonho de ser Paquita se tornou um verdadeiro fenômeno no Brasil, enquanto, nos bastidores, as meninas enfrentavam problemas que poucas pessoas sabiam na época. Depoimentos revelam o peso da cobrança estética, assédios e dificuldades emocionais que algumas das meninas viveram durante os anos no grupo.
Outro tema forte abordado no documentário é a diversidade e representatividade. O episódio Do Mundo a Gente Toma Conta – Sucesso Internacional e Representatividade destaca a falta de diversidade no grupo, uma crítica que ecoa em tempos mais recentes, e a inclusão das Paquitas Internacionais, que acompanharam Xuxa em suas aventuras fora do Brasil.
O último episódio, A Gente se Multiplicou – Renovação e Maturidade, celebra o legado duradouro das Paquitas. A série documental encerra com um emocionante reencontro de todas as gerações do grupo, reunindo ex-integrantes de diferentes épocas para celebrar e refletir sobre o impacto de suas experiências no grupo e como isso moldou suas vidas.
Pra Sempre Paquitas não só reavivou o interesse no grupo, mas também trouxe à tona temas que antes não eram amplamente discutidos, gerando uma nova conversa sobre o que significava ser uma Paquita e como o legado delas ultrapassou gerações. O documentário foi bem recebido tanto pelo público quanto pela crítica, elogiado pela sua abordagem humana e sensível, e pela profundidade com que tratou a trajetória de um dos maiores ícones da televisão brasileira.
Filmografia das Paquitas (televisão)
[editar | editar código-fonte]Filmografia das Paquitas (grupo completo) na televisão | |||
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Ano | Título | Tipo | Descrição/Participação |
Televisão | |||
1984 | Clube da Criança | Programa de TV | Este foi o primeiro programa de Xuxa na Rede Manchete e marcou a origem das Paquitas, assistentes de palco que ajudavam a apresentadora em diversas interações com o público infantil. |
1986–1992 | Xou da Xuxa | Programa de TV | No programa infantil diário da TV Globo, Xuxa consolidou sua imagem como "Rainha dos Baixinhos" e as Paquitas desempenharam papéis fundamentais, assistindo-a em brincadeiras, coreografias e organização das crianças da plateia. |
1994–2001 | Xuxa Park | Programa de TV | Com foco em um público infantil e exibido aos sábados, o Xuxa Park era outro programa popular onde as Paquitas tinham uma presença ativa, participando em brincadeiras e quadros semanais ao lado de Xuxa. |
1995–1996 | Xuxa Hits | Programa de TV | Voltado ao público adolescente, o Xuxa Hits foi inicialmente um bloco musical dentro do Xuxa Park e, posteriormente, ganhou um horário independente aos domingos. As Paquitas participaram desse programa, que apresentava videoclipes e músicas populares, adaptando o estilo do grupo para atrair adolescentes. |
1997–2002 | Planeta Xuxa | Programa de TV | No Planeta Xuxa, voltado para adolescentes e jovens adultos, as Paquitas realizaram performances e participaram de quadros variados. Esse programa focava em música e entretenimento jovem, com as Paquitas em figurinos modernos e participando de interações com artistas e convidados. |
2024 | Pra Sempre Paquitas | Documentário | A série documental lançada pelo Globoplay revisita a trajetória das Paquitas desde sua criação até o impacto cultural do grupo. Traz depoimentos e bastidores, além de discutir temas de bastidores como a influência midiática e as experiências pessoais das integrantes ao longo dos anos. |
Outras contribuições
[editar | editar código-fonte]Além dos programas regulares, as Paquitas também marcaram presença em diversos especiais de fim de ano e eventos especiais ao longo da carreira televisiva de Xuxa. Elas eram frequentemente convidadas para participar de entrevistas e outras atrações em programas da TV Globo, e mesmo de outras emissoras, fortalecendo sua imagem pública mesmo fora dos programas regulares da apresentadora.
Prêmios e indicações
[editar | editar código-fonte]Ano | Prêmio | Categoria | Resultado |
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1990 | Indicado |
Transição das Integrantes
[editar | editar código-fonte]Impacto emocional
[editar | editar código-fonte]O encerramento das Paquitas em 2002 marcou um momento de grande impacto emocional para as integrantes e para o público que acompanhava o grupo desde os anos 1980. Esse desfecho coincidiu com a ruptura profissional entre Xuxa Meneghel e sua diretora Marlene Mattos[101], que exerceu controle rígido sobre o grupo. Para muitas das ex-integrantes, o fim das Paquitas simbolizou o encerramento de uma fase marcada tanto por experiências gratificantes quanto por desafios emocionais intensos. As revelações que vieram a público após o encerramento destacaram o lado menos visível da fama, expondo as complexidades e tensões dos bastidores.
Para as integrantes, o papel de Paquita era mais do que uma posição em um programa de televisão de sucesso; era a realização de um sonho e uma plataforma de aprendizado e visibilidade. No entanto, memórias compartilhadas em entrevistas e, mais recentemente, no documentário Pra Sempre Paquitas (2024), revelam um ambiente repleto de pressões. Relatos indicam que, ao longo dos anos, as jovens enfrentaram assédio psicológico e humilhações relacionadas à aparência física e ao comportamento. Marlene Mattos, responsável pelo gerenciamento do grupo, era conhecida por impor padrões estéticos rigorosos, incluindo o controle de peso e a obrigatoriedade de um visual padronizado, como o cabelo loiro[102]. As consequências emocionais dessas exigências, segundo as ex-integrantes, foram severas e deixaram marcas profundas na autoestima e na saúde mental das jovens.
Um dos impactos mencionados foi a interferência na educação das Paquitas, uma vez que o comprometimento com as gravações e eventos dificultava a continuidade dos estudos e o desenvolvimento pessoal fora da carreira artística. Andreia Veiga relatou que a dedicação às atividades do programa era tão intensa que ela raramente conseguia estudar, situação que prejudicou sua formação escolar[103]. Esse rigor profissional, exigido desde a juventude, contribuiu para um ambiente onde as meninas, com pouca idade, se viam confrontadas com expectativas altas e pouco apoio emocional.
Diversas ex-integrantes compartilharam episódios de humilhação pública que envolviam a aparência física. Marlene, por exemplo, exigia que as Paquitas se despissem diante dela para averiguar se estavam dentro dos "padrões" exigidos[104][105]. Tatiana Maranhão relatou que essa pressão constante resultou em transtornos alimentares e problemas de autoestima. Apesar de contar com o apoio de Xuxa em momentos de grande tensão emocional, as atitudes da diretora prevaleciam, e Xuxa, conforme relatado, tinha pouca influência sobre as decisões de bastidores[55]. Este episódio reflete a discrepância entre o sonho de ser Paquita e a realidade de viver sob um padrão estético implacável, que frequentemente resultava em condições emocionais adversas.
A imposição de uma estética padronizada estendia-se também à aparência pessoal. Tatiana Maranhão, por exemplo, foi orientada a pintar os cabelos de loiro para participar de uma gravação do Domingão do Faustão[35], uma imposição que exemplifica a falta de respeito pela individualidade das integrantes. Além disso, relatos apontam que as jovens eram frequentemente tratadas com termos pejorativos criando um ambiente de trabalho desrespeitoso e hostil[105][106]. Tais comentários contribuíram para perpetuar uma relação de trabalho marcada pela desvalorização e pela constante insegurança emocional.
A gestão de Marlene também incentivava uma cultura de rivalidade e substituibilidade dentro do grupo, que, segundo os relatos, era reforçada pela famosa frase “todo mundo é substituível”[107]. Esse ambiente competitivo gerou tensões internas, incluindo conflitos físicos, como o que ocorreu entre Roberta Cipriani e Letícia Spiller[108]. A pressão constante e a falta de estabilidade criavam uma atmosfera de trabalho emocionalmente desgastante, dificultando a construção de relações harmoniosas entre as integrantes e intensificando a pressão psicológica[107].
Outro evento de grande impacto foi o "escândalo do livro". Algumas Paquitas, em um momento de insatisfação, idealizaram uma peça para compartilhar os bastidores de suas experiências, que posteriormente foi transformada em um livro pelo editor João Henrique Schiller. A notícia do projeto, ao chegar a Marlene, foi recebida como uma traição, resultando na demissão em massa das envolvidas. Esse episódio causou grande mágoa, afetando também Xuxa, que relatou ter se sentido traída pelas Paquitas. A ruptura inesperada trouxe sentimentos de frustração e desilusão para as jovens, que até então viam a carreira como um espaço seguro de realização e acabaram enfrentando uma despedida abrupta[109][110][111].
O documentário Pra Sempre Paquitas trouxe à tona essas experiências, expondo a dependência emocional que algumas ex-integrantes, como Bárbara Borges, desenvolveram em relação a Xuxa. Bárbara descreveu um vínculo de admiração e idolatria que a levou a sustentar uma relação de idealização com a apresentadora, aceitando por anos o que chamou de "migalhas" de atenção. Esse vínculo afetivo e o distanciamento emocional reforçaram sentimentos ambivalentes, onde as Paquitas viam Xuxa como uma figura quase maternal, embora o ambiente profissional limitasse a construção de um relacionamento próximo[112].
Assim, embora ser Paquita envolvesse glamour e visibilidade, a experiência revelou-se emocionalmente desafiadora, e as pressões do papel deixaram marcas profundas. Pra Sempre Paquitas trouxe um olhar minucioso sobre o impacto emocional de ser Paquita, ressaltando a importância de proteger jovens profissionais em um ambiente artístico que, muitas vezes, expõe indivíduos a situações de trabalho prejudiciais e exige apoio emocional e psicológico adequado.
Carreiras pós-Paquitas
[editar | editar código-fonte]Após o encerramento do grupo das Paquitas, muitas ex-integrantes seguiram caminhos variados e bem-sucedidos, reinventando-se em diferentes áreas profissionais. Algumas continuaram no entretenimento, consolidando-se como atrizes e apresentadoras de destaque, enquanto outras exploraram novos campos, como Direito e ativismo. A experiência como Paquita, além de ser uma porta de entrada para o mundo artístico, serviu como um marco de aprendizado e crescimento pessoal para cada uma delas, deixando um legado significativo que se estende além do palco e da televisão.
Carreiras na Televisão e Teatro
[editar | editar código-fonte]Após o encerramento do grupo das Paquitas, várias ex-integrantes se reinventaram como atrizes e consolidaram suas carreiras no teatro, na televisão e até no cinema. Andréa Veiga, a primeira Paquita, iniciou sua carreira no teatro antes mesmo de ingressar no grupo de Xuxa. Apesar de não ter alcançado grandes papéis na televisão e no cinema, Andréa se manteve ativa na atuação, especialmente no teatro, onde participou de musicais e peças como Carmen, o It Brasileiro (2010) e Constellation (2014). Recentemente, atuou na novela Reis (2023), da Record, e no filme O Porteiro (2023), mas relata enfrentar dificuldades devido a preconceitos relacionados à idade no teatro musical.
Considerada uma das ex-Paquitas mais bem-sucedidas, Letícia Spiller encontrou reconhecimento nacional com a novela Quatro Por Quatro (1994), e, desde então, emendou diversos trabalhos na TV Globo. Além da televisão, onde participou de séries e novelas, Letícia também se destacou no cinema e no teatro. Em 2023, atuou no filme Um Ano Inesquecível: Inverno e na série A História Delas.
Juliana Baroni construiu uma carreira consistente e de sucesso no Brasil. Desde que protagonizou a versão brasileira de Cúmplices de um Resgate (2015) no SBT, tem desempenhado papéis significativos no cinema, como no filme Lula, o Filho do Brasil (2010), onde interpretou a esposa do ex-presidente brasileiro. Mais recentemente, esteve no filme Avassaladoras 2.0 (2024) e, paralelamente, iniciou uma nova fase como documentarista.
Com grande sucesso nas telenovelas, especialmente nas emissoras SBT e Record, Bianca Rinaldi foi protagonista de diversas produções, como Pícara Sonhadora (2001), Pequena Travessa (2002) e A Escrava Isaura (2004). Em 2023-2024, interpretou Vera na novela A Infância de Romeu e Julieta, demonstrando sua versatilidade e permanecendo como uma figura relevante no teatro e na televisão brasileiros.
Bárbara Borges, vencedora do reality show A Fazenda, também consolidou sua carreira como atriz em diversas novelas. Estreou em papéis de destaque na Globo, em produções como Porto dos Milagres (2001) e Malhação (2003), e mais tarde se firmou na Record, com atuações em Bela, a Feia (2009), Jesus (2018) e, recentemente, A Rainha da Pérsia (2024). Sua carreira reflete uma trajetória bem-sucedida e de grande popularidade na televisão brasileira.
Com uma carreira diversificada, Graziella Schmitt participou de várias produções na Globo, incluindo Sandy & Junior (2002) e Malhação (2005, 2009). Posteriormente, migrou para o SBT e a Record, onde protagonizou produções como Amor e Revolução (2011) e O Rico e Lázaro (2017). Sua atuação na novela portuguesa Belmonte rendeu indicações a prêmios, incluindo o Emmy Internacional, consolidando sua trajetória como atriz internacional.
Lana Rhodes seguiu uma carreira de destaque no teatro musical, com participações em superproduções como Elis, a Musical (2014) e Ayrton Senna, o Musical (2017). Na televisão, atuou em produções da Record, incluindo a novela Alta Estação (2006) e Os Mutantes: Caminhos do Coração (2008). Em 2019, fez parte do espetáculo Macunaíma, dirigido por Bia Lessa, marcando sua relevância no cenário teatral.
Monique Alfradique, frequentemente comparada a Letícia Spiller no início da carreira, também construiu um caminho próprio, destacando-se na comédia e na televisão. Recentemente, atuou na novela Elas por Elas (2023) e participou do sitcom A Vila (2017-2020), no Multishow. Seu currículo diversificado inclui trabalhos na TV, no cinema e no teatro, demonstrando sua versatilidade e presença contínua no cenário artístico.
Após sua saída do grupo, Stephanie Lourenço optou por atuar em peças de teatro em Curitiba e em produções alternativas de cinema. Em 2022, esteve no Festival de Gramado promovendo o filme O Último Animal, e em 2023 gravou o longa Morfina. Embora ainda sem grande reconhecimento nacional, Stephanie continua investindo em sua carreira artística, especialmente em projetos independentes e autorais[113][114][115].
Carreiras no Entretenimento (fora da atuação)
[editar | editar código-fonte]Além de suas carreiras na televisão e no teatro, muitas ex-Paquitas também encontraram novos caminhos no entretenimento, assumindo papéis que vão desde direção artística até assessoria de imprensa. Essas ex-integrantes ampliaram suas habilidades e contribuíram para o setor de formas variadas, seja em papéis de destaque na mídia, seja nos bastidores.
Ana Paula Guimarães iniciou sua carreira de entretenimento com atuações esporádicas, incluindo uma participação na novela Cara & Coroa, mas foi nos bastidores que se consolidou. Trabalhou como assistente de direção e diretora, passando por equipes de importantes programas, como o Domingão do Faustão. Essa experiência a ajudou a construir uma sólida trajetória na área de direção e produção.
Após deixar o grupo das Paquitas, Tatiana Maranhão migrou para a área de comunicação, atuando como assessora de imprensa. Ela assumiu a função de assessora pessoal da própria Xuxa, continuando sua colaboração com a apresentadora. Nesse papel, Tatiana utilizou sua experiência de mídia para gerenciar a imagem pública de Xuxa, mantendo sua relevância e presença na mídia.
Cátia Paganote manteve-se em evidência após sua saída do grupo, participando de realities como A Fazenda 10, da qual foi expulsa após um episódio polêmico. Ela também colaborou com Xuxa no programa Dancing Brasil, participando de uma das temporadas. Recentemente, Cátia lançou sua biografia intitulada A Minha Vida é um Xou, onde narra experiências como Paquita e momentos da vida pessoal e profissional.
Ana Paula Almeida seguiu uma carreira diversificada, incluindo sua participação em reality shows como A Grande Conquista. Ela também formou-se em publicidade e atualmente se dedica à atuação em campanhas e eventos.
Andrezza Cruz destacou-se como diretora artística na Rede Globo, contribuindo com produções de sucesso da emissora. Hoje, ela é proprietária de uma escola de artes, onde promove aulas e workshops para jovens talentos. Sua trajetória demonstra como a experiência de Paquita serviu como base para uma carreira empreendedora e educacional, voltada para a formação de novos artistas.
Essas ex-Paquitas aproveitaram suas experiências no palco e nas câmeras para se reinventarem no entretenimento. Mesmo fora da atuação, elas continuaram a contribuir para o meio artístico, destacando-se em áreas como direção, assessoria, produção e educação[116].
Outros caminhos profissionais
[editar | editar código-fonte]Várias ex-Paquitas seguiram caminhos profissionais fora do entretenimento, construindo carreiras em áreas como psicologia, direito, vendas internacionais e jornalismo ou até mesmo se dedicando à uma vida familiar reservada. Aproveitando habilidades adquiridas em suas experiências na TV e no mundo artístico, essas ex-integrantes conseguiram destacar-se em setores diversos, demonstrando resiliência e capacidade de adaptação.
Heloísa Morgado, uma das primeiras Paquitas contratadas, trabalhou com Xuxa por um ano e alguns meses. Atualmente, Heloísa mantém uma vida profissional reservada, atuando como empresária e psicóloga, e compartilhou suas experiências no documentário Pra Sempre Paquitas, destacando seu papel na fase inicial do grupo.
Andréa Rosa, que foi a primeira Xiquita das Paquitas, trabalhou com Xuxa por menos de um ano. E após deixar o grupo das Paquitas, Andréa se casou mais ainda assim continuou trabalhando como modelo e manequim mais pouco tempo depois acabou abandonando completamente a carreira artística e atualmente mantém uma vida pessoal e profissional reservada se dedicando a uma vida familiar ao lado do marido e como mãe de três filhos e infelizmente não foi localizada a tempo para poder participar do documentário "Pra Sempre Paquitas".
Luise Wischermann, conhecida como "Pituxa Alemã", deixou o Brasil após o fim de sua participação como Paquita para estudar Artes Cênicas na Alemanha. Ela atuou em produções teatrais e filmes, como Redentor (2004), e também seguiu uma carreira corporativa como diretora internacional de vendas. Em 2005, foi diagnosticada com esclerose múltipla, o que a motivou a retornar ao Brasil para tratamento e para estar próxima da família. Luise participou do documentário Pra Sempre Paquitas, abordando sua experiência com o grupo e a nova fase de sua vida.
Priscilla Couto, apelidada de "Catuxita Top Model", ingressou no grupo ainda criança e trabalhou por oito anos no programa. Após sua saída da televisão, Priscilla construiu uma carreira no setor jurídico, graduando-se em Direito e atuando na área. Ela também participa de eventos e encontros com ex-Paquitas, mantendo um vínculo com suas antigas colegas.
Roberta Cipriani, a "Xiquitita Surfista", encerrou sua trajetória como Paquita após nove anos ao lado de Xuxa. Em seguida, formou-se em jornalismo e seguiu carreira na área, além de se dedicar à vida familiar como mãe de três filhos.
Essas histórias mostram como as ex-Paquitas encontraram novos espaços para aplicar seu talento e resiliência, tornando-se influentes e bem-sucedidas em diferentes áreas, longe dos holofotes do entretenimento[12][117].
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