Parque Histórico Nacional dos Guararapes
Parque Histórico Nacional dos Guararapes | |||||||||||||||
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Vista aérea da Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres dos Montes Guararapes, no Morro dos Guararapes. | |||||||||||||||
Localização | Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, Brasil | ||||||||||||||
Dados | |||||||||||||||
Área | 363 hectares (3,6 km2) | ||||||||||||||
Criação | 19 de abril de 1971 (53 anos) | ||||||||||||||
Gestão | FunCEB | ||||||||||||||
Coordenadas | |||||||||||||||
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O Parque Histórico Nacional dos Guararapes (PHNG) é um parque histórico localizado no município de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco, Brasil.[1]
No seu interior se encontra o Morro dos Guararapes, palco de um dos mais importantes episódios da História do Brasil: as Batalhas dos Guararapes — decisivas na Insurreição Pernambucana (expulsão dos holandeses do Nordeste do Brasil) e consideradas a origem do Exército Brasileiro.[1]
A Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres dos Montes Guararapes, templo barroco situado no topo do morro, guarda os restos mortais de André Vidal de Negreiros e João Fernandes Vieira, dois dos heróis das batalhas ali travadas.[2]
História
[editar | editar código-fonte]A área onde foram travadas as célebres Batalhas dos Guararapes foi tombada no ano de 1955 pela antiga Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (DPHAN). Em 1965, depois que o Governo Federal pagou uma indenização aos monges beneditinos de Olinda, deu-se início a um processo de desapropriação do Morro dos Guararapes.[2][3] A ordem de desapropriação foi feita através do Decreto nº 57.273, de 16 de Novembro de 1965, assinado pelo Presidente Humberto Castelo Branco e o Ministro da Educação Flávio Suplicy. Os únicos terrenos não desapropriados foi o Santuário de Nossa Senhora dos Prazeres do Montes Guararapes e os 10 hectares ao redor. O local é propriedade do Mosteiro de São Bento de Olinda, que foi doado em escritura de 8 de novembro de 1956 por Francisco Barreto de Menezes.[4]
Em 10 de maio de 1970, em ocasião da inauguração do Parque Histórico Marechal Manoel Luiz Osório, o Presidente Emílio Médici declara sua vontade de inaugurar em breve o Parque Histórico Nacional dos Guararapes como "um ato de civismo."[5] O General do Exército Arthur Duarte Candal incumbiu o Comando do IV Exército de agilizar a criação do primeiro Parque Histórico Nacional dos Guararapes. O time de pesquisa da Batalha de Guararapes contou ainda com três cadetes da AMAN e universitários integrandes do Projeto Rondon de Guararapes. Os estudos foram feitos com a colaboração do Ministério da Agricultura, Ministério da Educação e Cultura, Ministério do Interior, Ministério dos Transportes, do Governo de Pernambuco e do Governo de Recife.[6]
Em Decreto nº 68.527, de 19 de abril de 1971, assinado pelo Presidente Emílio Médici, Ministro da Educação Jarbas Passarinho e o Ministro das Minas e Energia José Costa Cavalcanti, foi criado o Parque Histórico Nacional dos Guararapes, subordinado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Departamento de Assuntos Culturais do Ministério da Educação e Cultura. O Banco Nacional de Habitação ficou responsável pela construção de um núcleo residencial para as famílias que moravam previamente nos terrenos.[7][2] O orador na ocasião foi Gilberto Freyre.[8] Na inauguração, foram trazidas bandeiras dos estados de todos os participantes, que foram hasteadas juntas com as bandeiras do Brasil e Portugal. Também foram lançados os livros As Batalhas dos Guararapes, descrição e análise militar e A Grande festa dos lanceiros, escrito por Cláudio Moreira Bento, então major de Engenharia formado pela ECEME e estagiário no Comando do IV exército. Os 2000 exemplares da Batalha de Guararapes foram distribuidos entre as autoridades presentes no evento e bibliotecas e universidades brasileiras e estrangeiras da listagem da UFPE. O autor acredita que a ação tenha inspirado a restauração dos sítios históricos ligados à Insurreição Pernanbucana. Já A Festa dos Lanceiros relaciona os Parques Marechal Manoel Luís Osório, no Rio Grande do Sul, com o Nacional dos Guararapes.[6]
Por meio do decreto de 24 de março de 1974, em ocasião do aniversário da primeira Batalha de Guararapes e da criação do Parque Histórico Nacional dos Guararapes, o Presidente Itamar Franco e o Ministro do Exército Zenildo de Lucena instituem o Dia do Exército Brasileiro.[9] A gestão de Zenildo foi marcada pela preservação e divulgação da história do exército.[8]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Centro Histórico do Recife
- Centro Histórico de Olinda
- Centro Histórico de Igarassu
- Parque Nacional do Catimbau
- Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha
Referências
- ↑ a b «Projetos na área de reforma e restauro - Parque Histórico Nacional dos Guararapes». FunCEB. Consultado em 31 de maio de 2016
- ↑ a b c «Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres Dos Montes Guararapes». Fundaj. Consultado em 31 de maio de 2016
- ↑ «Boletim - SPHAN 8» (PDF). IPHAN. p. 15. Consultado em 31 de maio de 2016
- ↑ CASTELLO BRANCO, Humberto; LACERDA, Flávio (16 de novembro de 1965). «Decreto nº 57.273, de 16 de Novembro de 1965». www2.camara.leg.br. Consultado em 17 de janeiro de 2022
- ↑ BENTO, Cláudio Moreira (2004) [1971]. «Introdução à primeira edição». As batalhas dos Guararapes: descrição e análise militar 2ª ed. Porto Alegre: Academia de História Militar Terrestre do Brasil. ISBN 978-8587578136
- ↑ a b BENTO, Cláudio Moreira (2004) [1971]. «Introdução à presente edição». As batalhas dos Guararapes: descrição e análise militar 2ª ed. Porto Alegre: Academia de História Militar Terrestre do Brasil. ISBN 978-8587578136
- ↑ MÉDICI, Emílio G.; PASSARINHO, Jarbas G.; CAVALCANTI, José Costa (19 de abril de 1971). «DECRETO Nº 68.527, DE 19 DE ABRIL DE 1971». www2.camara.leg.br. Consultado em 17 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 18 de janeiro de 2022
- ↑ a b BENTO, Cláudio Moreira (2004) [1971]. «Comentários: Alguns comentários à 1ª edição das batalhas dos guararapes». As batalhas dos Guararapes: descrição e análise militar 2ª ed. Porto Alegre: Academia de História Militar Terrestre do Brasil. ISBN 978-8587578136
- ↑ FRANCO, Itamar; LUCENA, Zenildo de (25 de março de 1994). «DECRETO DE 24 DE MARÇO DE 1994». www2.camara.leg.br. Consultado em 17 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 17 de janeiro de 2022