Partido Comunista do Butão (Marxista-Leninista-Maoista)

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Partido Comunista do Butão (Marxista-Leninista-Maoista)
Partido Comunista do Butão (Marxista-Leninista-Maoista)
Fundador Camarada Umesh
Fundação 22 de abril de 2003 (20 anos)
Ideologia Marxismo-Leninismo-Maoismo, Nacionalismo butanês
Espectro político Extrema-esquerda
País Butão
Afiliação internacional Movimento Comunista Internacional
Cores Vermelho
Bandeira do partido
Forças Tigres do Butão
Participante na Conflito Civil no Butão
Ideologia Marxismo-Leninismo-Maoismo
Objetivos Instauração de um regime de Nova Democracia e República no Butão e fim da monarquia butanesa.
Organização
Parte de Partido Comunista do Butão (Marxista-Leninista-Maoista)
Líder Camarada Umesh
Efetivos entre 600 e 1000 quadros

O Partido Comunista do Butão (Marxista-Leninista-Maoísta), abreviado CPB (MLM), é um partido comunista clandestino no Butão.[1]

O CPB (MLM) visa iniciar uma Revolução de Nova Democracia e derrubar a monarquia butanesa e a Casa Wangchuck. O líder do partido usa o nom de guerre camarada Umesh.[2]

Formação do Partido[editar | editar código-fonte]

Na década de 1990, povos butaneses de língua nepalesa protestaram contra o governo do Butão exigindo democratização e reformas linguísticas. O governo desalojou à força os manifestantes, que foram colocados em campos de refugiados no leste do Nepal. Aqueles que ficaram enfrentaram discriminação generalizada. Dentro dos campos de refugiados, grupos insurgentes surgiram, incluindo o Partido Comunista do Butão (Marxista-Leninista-Maoísta).[3] O CPB (MLM) foi formado em 22 de abril de 2003, conforme anunciado no site do Partido Comunista do Nepal (Maoísta).

Um repórter butanês foi preso em janeiro de 2009 depois que as autoridades suspeitaram que ele fosse um membro do CPB (MLM).[4]

Durante a 16ª Associação de Cooperação Regional do Sul da Ásia, a segurança foi reforçada após ameaças do CPB (MLM).[5]

Forças Tigres do Butão[editar | editar código-fonte]

As Forças Tigres do Butão (FTB) são o braço armado do CPB (MLM), e possuíam, em 2009, entre 600 e 1000 quadros.[6]

O Exército Real do Butão desarmou uma bomba plantada pelas FTB na vila de Phuentsholing, perto da fronteira Butão-Índia, em 25 de abril de 2007.[7] Em 13 de Dezembro do mesmo ano, um refugiado foi ferido em um ataque das FTB no campo de refugiados Beldangi I.[1]

Durante a transição do Butão para uma monarquia constitucional em 2008, os insurgentes do CPB (MLM)/FTB abalaram o Butão com cinco explosões em todo o país, incluindo uma na capital Thimphu. Eles também declararam o início de uma "guerra popular".[8]

Em março de 2008, a polícia butanesa matou cinco homens, suspeitos de serem insurgentes do CPB (MLM), e prendeu mais dezessete em várias operações no sul. As FTB emboscaram e mataram quatro guardas florestais em Singye Dzong em 30 de dezembro de 2008.[9]

Ideologia[editar | editar código-fonte]

Logo após sua fundação, o CPB (MLM) lançou um programa de dez pontos que delineava suas demandas ao governo.[10] A ideologia do partido é orientada em torno do Marxismo-Leninismo-Maoismo, e seus quadros esperam iniciar uma "guerra popular" e uma "Revolução de Nova Democracia ".

O grupo busca repatriar os refugiados de Lhotshampa e declarar o Butão uma “Democracia Soberana”.[1] O CPB (MLM) também quer transformar o Butão em uma república.[11]

Conexões internacionais[editar | editar código-fonte]

O CPB (MLM) tem laços estreitos com os maoístas do vizinho Nepal, que o partido considera sua inspiração.[11] O CPB (MLM) também tem ligações com rebeldes naxalitas no nordeste da Índia, com insurgentes do CPB (MLM) sendo supostamente treinados por esses grupos. [12] O partido é uma das organizações membro do Movimento Comunista Internacional.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c «Bhutan Assessment 2008». South Asia Terrorist Portal (em inglês). Nova Delhi: Institute for Conflict Management. Consultado em 30 de junho de 2022. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2020 
  2. «The Bhutan Inssurgencies». The Diplomat. 7 de maio de 2009. Consultado em 30 de junho de 2022. Cópia arquivada em 24 de abril de 2019 
  3. «Bhutan tolerate democracy but not dissent». Reuters. Thomson Reuters. 15 de maio de 2007. Consultado em 30 de junho de 2022. Cópia arquivada em 29 de novembro de 2019 
  4. «Bhutanese reporter is imprisoned». BBC (em inglês). BBC News. 22 de janeiro de 2009. Consultado em 30 de junho de 2022. Arquivado do original em 25 de janeiro de 2019 
  5. «Bhutan's problem with Maoist Insurgency Groups?». International Reporter (em inglês). Media International Limited. 26 de março de 2010. Consultado em 30 de junho de 2022. Arquivado do original em 13 de junho de 2011 
  6. «The Bhutan Insurgencies» (em inglês). Global Post. 1 de janeiro de 2011. Consultado em 30 de junho de 2022. Cópia arquivada em 5 de março de 2020 
  7. Hussain, Syed (25 de abril de 2007). «Tight security in Bhutan after bomb found in border town». Hinduistan Times (em inglês). HT Media Limited. Arquivado do original em 8 de fevereiro de 2011 
  8. «'Maoists killed by Bhutan police'» (em inglês). BBC News. 12 de março de 2008. Consultado em 30 de junho de 2022. Arquivado do original em 17 de junho de 2020 
  9. «Communist guerrillas kill four Bhutanese forest guards». Reuters (em inglês). Thomson Reuters. 1 de janeiro de 2009. Consultado em 30 de junho de 2022. Arquivado do original em 30 de agosto de 2020 
  10. «Archived copy» (em inglês). 17 de abril de 2006. Arquivado do original em 9 de fevereiro de 2007 
  11. a b «Rise of Red Army in the last Shrangi-La». Bhutan News Service. Consultado em 30 de junho de 2022. Arquivado do original em 5 de setembro de 2011 
  12. Bhaumik, Subir (14 de novembro de 2008). «India-Bhutan rebel links 'exposed'». BBC News. BBC. Consultado em 30 de junho de 2022. Arquivado do original em 3 de novembro de 2020