Partido Republicano Fascista

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Partido Republicano Fascista
Partido Republicano Fascista
Secretário Alessandro Pavolini
Duce Benito Mussolini
Fundação 13 de setembro de 1943
Dissolução 28 abril de 1945 (dissolvido)
22 dezembro de 1947 (banido)
Ideologia  • Fascismo
 • Nacionalismo italiano
 • Militarismo
 • Antissemitismo
 • Anticomunismo
 • Antiliberalismo
 • Republicanismo
Espetro político Extrema-direita
Antecessor Partido Nacional Fascista
Sucessor Movimento Social Italiano (sem sucessor legal)
Bandeira do partido

O Partido Republicano Fascista (em italiano: Partito Fascista Repubblicano, PRF) foi um partido político italiano liderado por Benito Mussolini durante a ocupação alemã da Itália central e do norte e era o único partido legítimo e dominante da República Social Italiana. Foi fundada como sucessor do antigo Partido Nacional Fascista, sendo um partido anti-monarquista, pois considerou o rei Victor Emmanuel III como um traidor depois de ter assinado a rendição aos Aliados.

História[editar | editar código-fonte]

Depois da Operação Carvalho, de arquitetação nazista, ter libertado Mussolini, o Partido Nacional Fascista (PNF) foi revivido em 13 de setembro de 1943 como Partido Fascista Republicano (PRF), sendo o partido único da República Social Italiana, Estado de curta duração no Norte da Itália e sob influência nazista, informalmente conhecida como a República de Salò. Seu secretário era Alessandro Pavolini .

A PRF não durou muito após a execução de Mussolini e o desaparecimento do estado de Salò em abril de 1945. No entanto, inspirou a criação do Movimento Social Italiano (MSI)[1] e o MSI foi visto como o sucessor do PFR e do PNF. [2] O MSI foi formado por ex-líderes fascistas e veteranos do exército fascista da república.[3] O partido tentou modernizar e revisar a doutrina fascista em uma direção mais moderada e sofisticada.[4]

Ideologia[editar | editar código-fonte]

O fascismo italiano estava enraizado no nacionalismo italiano, no sindicalismo fascista e no desejo de restaurar e expandir territórios italianos, que os fascistas italianos consideravam necessário para uma nação afirmar sua superioridade e força e evitar sucumbir à decadência.[5] Os fascistas italianos afirmaram que a Itália moderna é a herdeira da Roma antiga e seu legado e, historicamente, apoiou a criação de uma Grande Itália para fornecer spazio vitale ("espaço vital") para ter a colonização por parte de colonos italianos e para estabelecer o controle sobre o Mar Mediterrâneo.[6]

Um sistema econômico corporativista, no qual os sindicatos de empregadores e empregados estão ligados em associações para representar coletivamente os produtores econômicos da nação e trabalhar junto com o Estado para definir a política econômica nacional, foi defendido pelos fascistas. [7] Esse sistema econômico pretendia resolver conflitos de classe por meio da colaboração entre as classes.[8]

Os fascistas italianos se opunham ao liberalismo e ao capitalismo, mas, em vez de buscar uma restauração reacionária do mundo anterior ao Antigo Regime, que considerava defeituoso, tinha uma direção voltada para o futuro.[9] Também se opunha ao conservadorismo reacionário desenvolvido por Joseph de Maistre.[10] Acreditava que o sucesso do nacionalismo italiano exigia respeito pela tradição e um senso claro de um passado compartilhado entre os italianos, além de um compromisso com a Itália modernizada.[11]

Os fascistas eram anticomunistas. Eles se opunham ao marxismo porque era visto como uma ameaça ao nacionalismo[12] e viam o bolchevismo como a maior ameaça contemporânea à civilização europeia.[13]

Secretário do Partido Fascista Republicano[editar | editar código-fonte]

  • Alessandro Pavolini (15 de novembro de 1943 - 28 de abril de 1945)
  • 1º Congresso Nacional - Verona, 14 a 15 de novembro de 1943

Referências

  1. Davies, Peter; Lynch, Derek (2002). The Routledge Companion to Fascism and the Far Right. Routledge. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-203-99472-6 
  2. Levy, 1996, p. 188.
  3. Ignazi, 1998, p. 157.
  4. Stanley Payne (1992). «Fascism». In: Mary E. Hawkesworth; Maurice Kogan. Encyclopedia of Government and Politics. Psychology Press. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-415-07224-3 
  5. Aristotle A. Kallis. Fascist ideology: territory and expansionism in Italy and Germany, 1922–1945. London, England, UK; New York City, USA: Routledge, 2000. p. 41.
  6. Kallis, p. 50.
  7. Andrew Vincent. Modern Political Ideologies. Third edition. Malden, Massaschussetts, USA; Oxford, England, UK; West Sussex, England, UK: Blackwell Publishers Ltd., 2010. p. 160.
  8. John Whittam. Fascist Italy. Manchester, England, UK; New York City, USA: Manchester University Press, 1995. p. 160.
  9. Eugen Weber. The Western Tradition: From the Renaissance to the present. Heath, 1972. p. 791.
  10. Stanley G.Payne. A History of Fascism, 1914–45. Madison, Wisconsin, USA: University of Wisconsin Press, 1995. p. 214.
  11. Claudia Lazzaro. "Forging a Visible Fascist Nation: Strategies for Fusing the Past and Present." In Claudia Lazzaro, Roger J. Crum (eds). Donatello Among The Blackshirts: History And Modernity In The Visual Culture Of Fascist Italy. Ithaca, New York, USA: Cornell University Press, 2005. p. 13.
  12. Stanislao G. Pugliese. Fascism, anti-fascism, and the resistance in Italy: 1919 to the present. Oxford, England, UK: Rowman & Littlefield Publishers, Inc., 2004. pp. 43–44.
  13. Cannistraro, Philip V., and Edward D. Wynot Jr. "On the Dynamics of Anti-Communism as a Function of Fascist Foreign Policy, 1933-1943." Il Politico (1973): 645–681.