Partido Socialista (Países Baixos)
Partido Socialista Socialistische Partij | |
|---|---|
| Líder | Lilian Marijnissen |
| Presidente | Ron Meyer |
| Fundação | 10 de outubro de 1971 |
| Sede | Vijverhofstraat 65 NL-3032 SC Rotterdam[1] |
| Ideologia | Actualmente: Socialismo democrático Socialismo Social democracia Eurocepticismo Anteriormente: Marxismo-Leninismo Maoísmo |
| Espectro político | Actualmente: Esquerda Anteriormente: Extrema-esquerda |
| Grupo no Parlamento Europeu | Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde |
| Primeira Câmara | 3 / 75 |
| Segunda Câmara | 3 / 150 |
| Parlamento Europeu | 0 / 31 |
| Cores | Vermelho |
| Bandeira do partido | |
| Página oficial | |
| sp.nl | |
O Partido Socialista (holandês:Socialistische Partij, SP) é um partido de esquerda dos Países Baixos. Após as eleições de 2006, tornou-se um dos maiores partidos do país, elegendo 25 deputados em 150, mais baixou para 15 nas eleições seguintes. O partido opõe-se ao governo de Mark Rutte.
História
[editar | editar código]Fundação até 1994
[editar | editar código]O Partido Socialista foi fundado em outubro de 1971 como um partido maoísta com o nome de "Partido Comunista dos Países Baixos / Marxista-Leninista" (KPN/ML), na sequência de uma cisão do Movimento de Unidade Comunista dos Países Baixos / Marxista-Leninista, KEN(ml). O motivo da cisão foi um debate sobre o papel dos intelectuais na luta de classes - os fundadores do KPN/ML pertenciam à ala "proletária" do KEN(ml), que não queria um organziação dominada por estudantes e intelectuais. Em 1972 o KPN/ML mudou o seu nome para Socialistiese Partij (Partido Socialista).
O SP desenvolveu uma rede de núcleos locais e de organizações "de frente", como sindicatos, associações de inquilinos e movimentos ambientalistas; tal resultou em ter conseguido ganhar representação em vários munícipios (nomeadamente em Oss) e algumas assembleias provinciais (como a do Brabante do Norte)).
Desde 1977 que o SP tentou entrar no parlamento nacional, mas só o conseguiu 17 anos mais tarde. Em 1991 o partido deixou de se proclamar marxista-leninista.
Depois de 1994
[editar | editar código]Nas eleições de 1994, o partido elegeu os seus primeiros dois representantes no parlamento, Remi Poppe e Jan Marijnissen. Nos anos 90, o maior partido da esquerda holandêsa, o Partido do Trabalho, moveu-se para o centro, pelo que SP e a EsquerdaVerde tornaram-se alternativas para os eleitores mais à esquerda. Em 1998 o partido subiu para 5 deputados e em 1999 elegeu Erik Meijer para o Parlamento Europeu.
Mas eleições de 2002, o SP subiu para 9 deputados, resultado que manteve nas eleições seguintes em 2003 (contra as previsões que lhe chegaram a atribuir 24 deputados), tendo eleito 2 deputados nas eleições europeias de 2004.
No referendo de 2005 à Constituição Europeia foi o único partido da esquerda parlamentar a defender o "não"; o apoio ao partido cresceu nas sondagens mas caiu após o referendo.
Nas eleições gerais de 2006, o SP passou de 9 para 25 deputados, tornando-se o terceiro maior partido no parlamento holandês; no entanto, nas eleições seguintes, em 2010, elegeu apenas 15 deputados, com 9,9% dos votos.
Nome
[editar | editar código]O partido foi fundando como Partido Comunista dos Países Baixos / Marxista-Leninista em 1971. Em 1972 adoptou o nome Socialistiese Partij, com uma ortografia irregular (-iese em vez de -ische); em 1993 mudou para a versão mais regular Socialistische Partij.
Ideologia e temas
[editar | editar código]O partido tem uma ideologia socialista, opondo-se à privatização dos serviços públicos, e é crítico da globalização.
O Partido Socialista tem um eleitorado de classe mais trabalhadora do que o PvdA e o Esquerda Verde.[2]
Resultados eleitorais
[editar | editar código]Eleições legislativas
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| Data | Líder | Cl. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- | Status |
|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
| 1977 | Daan Monjé | 15.º | 24 420 | 0,29 / 100,00
|
0 / 150
|
Extra-parlamentar | ||
| 1981 | Daan Monjé | 13.º | 30 357 | 0,35 / 100,00
|
0 / 150
|
Extra-parlamentar | ||
| 1982 | Daan Monjé | 13.º | 44 690 | 0,55 / 100,00
|
0 / 150
|
Extra-parlamentar | ||
| 1986 | Daan Monjé | 12.º | 31 983 | 0,35 / 100,00
|
0 / 150
|
Extra-parlamentar | ||
| 1989 | Jan Marijnissen | 10.º | 38 789 | 0,44 / 100,00
|
0 / 150
|
Extra-parlamentar | ||
| 1994 | Jan Marijnissen | 11.º | 118 738 | 1,32 / 100,00
|
2 / 150
|
Oposição | ||
| 1998 | Jan Marijnissen | 7.º | 303 703 | 3,53 / 100,00
|
5 / 150
|
Oposição | ||
| 2002 | Jan Marijnissen | 6.º | 560 447 | 5,90 / 100,00
|
9 / 150
|
Oposição | ||
| 2003 | Jan Marijnissen | 4.º | 609 723 | 6,32 / 100,00
|
9 / 150
|
Oposição | ||
| 2006 | Jan Marijnissen | 3.º | 1 630 803 | 16,58 / 100,00
|
25 / 150
|
Oposição | ||
| 2010 | Emile Roemer | 5.º | 924 696 | 9,82 / 100,00
|
15 / 150
|
Oposição | ||
| 2012 | Emile Roemer | 4.º | 909 853 | 9,65 / 100,00
|
15 / 150
|
Oposição | ||
| 2017 | Emile Roemer | 6.º | 955 633 | 9,09 / 100,00
|
14 / 150
|
Oposição | ||
| 2021 | Lilian Marijnissen | 5.º | 617 445 | 6,02 / 100,00
|
9 / 150
|
Oposição |

| Data | Líder | Cl. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| 1974 | 0 / 75
|
||||||
| 1977 | 0 / 75
|
||||||
| 1980 | 0 / 75
|
||||||
| 1981 | 0 / 75
|
||||||
| 1983 | 0 / 75
|
||||||
| 1986 | 0 / 75
|
||||||
| 1987 | 0 / 75
|
||||||
| 1991 | 9.º | N/A | 0 / 75
|
||||
| 1995 | Jan de Wit | 10.º | N/A | 1 / 75
|
|||
| 1999 | Bob Ruers | 7.º | 4 801 | 3,0 / 100,00
|
2 / 75
|
||
| 2003 | Tiny Kox | 5.º | 8 551 | 5,29 / 100,00
|
4 / 75
|
||
| 2007 | Tiny Kox | 4.º | 25 231 | 15,47 / 100,00
|
12 / 75
|
||
| 2011 | Tiny Kox | 5.º | 17 187 | 10,35 / 100,00
|
8 / 75
|
||
| 2015 | Tiny Kox | 5.º | 20 038 | 11,85 / 100,00
|
9 / 75
|
||
| 2019 | Tiny Kox | 8.º | 10 179 | 5,88 / 100,00
|
4 / 75
|
Eleições europeias
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| Data | Cabeça de lista | Cl. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| 1989 | Remi Poppe | 8.º | 34 332 | 0,65 / 100,00
|
0 / 25
|
||
| 1994 | Tiny Kox | 8.º | 55 306 | 1,34 / 100,00
|
0 / 31
|
||
| 1999 | Erik Meijer | 7.º | 178 642 | 5,04 / 100,0
|
1 / 31
|
||
| 2004 | Erik Meijer | 6.º | 332 326 | 6,97 / 100,0
|
2 / 27
|
||
| 2009 | Dennis de Jong | 7.º | 323 269 | 7,10 / 100,0
|
2 / 25
|
||
| 2014 | Dennis de Jong | 5.º | 455 505 | 9,64 / 100,0
|
2 / 26
|
||
| 2019 | Arnout Hoekstra | 11.º | 185 224 | 3,37 / 100,0
|
0 / 26
|
Eleições municipais
[editar | editar código]| Data | Cl. | Votos | % | +/- | Lugares | +/- |
|---|---|---|---|---|---|---|
| 1990 | 7.º | 79 417 | 1,37 / 100,00
|
|||
| 1994 | 9.º | 153 230 | 2,02 / 100,00
|
|||
| 1998 | 8.º | 228 901 | 3,28 / 100,00
|
|||
| 2002 | 8.º | 180 698 | 2,81 / 100,00
|
139 / 8 809
|
||
| 2006 | 6.º | 392 512 | 5,68 / 100,00
|
332 / 8 854
|
||
| 2010 | 7.º | 271 956 | 4,13 / 100,00
|
249 / 8 654
|
||
| 2014 | 6.º | 441 626 | 6,60 / 100,00
|
440 / 8 454
|
||
| 2018 | 7.º | 301 600 | 4,44 / 100,00
|
285 / 7 886
|
Organização
[editar | editar código]O SP tem mais de 50.000 membros e tem crescido consideravelmente desde a sua entrada no parlamento em 1994, fazendo dele o 3 maior partido em termos de número de militantes.[3]
Estrutura organizativa
[editar | editar código]O orgão supremo do SP é o conselho do partido, formado pelos lideres das organizações locais e pela direcção do partido, reunindo pelo menos quatro vezes por ano. A direcção do partido é eleita pelo congresso, composto por delegados das organizações municipais. O congresso decide a ordem dos candidatos para as eleições nacionais e europeias e tem a ultima palavra sobre o programa do partido.
O presidente oficial da direcção é Jan Marijnissen, que é também o líder do grupo parlamentar (nos Países Baixos é normal separar esses dois cargos). O verdadeiro líder da organização do partido é o secretário-geral. A direcção é também composta por membros eleitos regionalmente e nacionalmente, pelo líder da ala juvenil e pelo editor da revista do partido.
O SP é por vezes criticado pela sua orgazniação alegadamente hierárquica. Os críticos alegam que muitas coisas não são decididas no partido nacional, ou mesmo nas organizações locais, sem o consentimento do líder Jan Marijnissen.[4]
O SP mantêm-se muito activo no protesto extra-parlamenter. Muitos dos seus militantes são activos em campanhas e grupos locais, frequentemnte grupos formalmente independentes dominados pelo SP, ou nos centros de vizinhança do SP.
A dada altura, dois grupos trotskistas tentaram operar de forma entrista no SP, o Offensief (alinhado com a Comitê por uma Internacional dos Trabalhadores) e os Internationale Socialisten (alinhados com a Tendência Socialista Internacional). OS IS foram expulsos com o argumento de dupla filiação, e os membros do Offensief foram expulsos, em fevereiro de 2009, com o argumento de serem um "partido dentro do partido". Membros do grupo Socialistische Alternatieve Politiek, alinhado com a Quarta Internacional (pós-reunificação), continuam a operar no SP.
Organizações relacionadas
[editar | editar código]A ala juvenil é designada por ROOD, jong in de SP (em português: "Vermelho - juventude no SP"; a palavra ROOD é oficialmente escrita com letra maiúscula, embora não seja uma sigla). O SP publica mensalmente a revista Tribune (o nome de uma histórica revista comunista holandesa).
Referências
- ↑ «How to get in touch with the SP». SP.Internacional (em inglês). Consultado em 5 de setembro de 2012
- ↑ «What happened to the Dutch left?». EUROPP. 15 de março de 2021
- ↑ http://dnpp.eldoc.ub.rug.nl/FILES/root/Persberichtenledenta/ledentallen2010.pdf
- ↑ Kagie R. De Socialisten, Achter de Schermen van de SP Mets & Schilt (2004) Amsterdam
Ligações externas
[editar | editar código]- Site oficial do partido
- Site do SP em inglês
- Discurso do líder do SP, Jan Marijnissen, no congresso da Esquerda Socialista da Noruega, onde faz uma resenha da história e das políticas do SP (24 de março de 2007).