Partido de Ação Nacional (México)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Partido da Ação Nacional
Partido Acción Nacional
Partido de Ação Nacional (México)
Presidente Marko Antonio Cortés Mendoza
Secretário Cecilia Patrón Laviada
Fundação 1939
Sede Av. Coyoacán nº1546, Benito Juárez, Cidade do México,  México
Ideologia Conservadorismo social[1][2][3][4]
Democracia cristã
Conservadorismo
Liberalismo económico[5]
Espectro político Direita[6][7][8][9][10][11]
Ala de juventude Acción Juvenil
Afiliação nacional Frente Amplio por México
Afiliação internacional Internacional Democrata Centrista
União Internacional Democrata
Câmara de Deputados
114 / 500
Senado
20 / 128
Estados
5 / 32
Cores Azul e Branco
Página oficial
http://www.pan.org.mx/ Site oficial

O Partido da Ação Nacional, (em espanhol Partido Acción Nacional), conhecido pelo acrônimo PAN, é um dos maiores partidos políticos do México. Os membros deste partido se denominam como panistas. O PAN é um partido de direita, internamente existem diferentes correntes de pensamento, tanto de direita como de extrema-direita. No contexto da política e da sociedade mexicana, o enquadramento da direita não provem do PAN e sim da atuação do Partido Revolucionário Institucional, com uma política de centro-direita e mais de 80 anos no poder do país. Foi fundado em 16 de setembro de 1939 por Manuel Gómez Morín com sede na Cidade do México. Seu lema é "Por uma pátria com ordem e generosa e uma vida melhor e mais digna para todos".

O PAN conta com os governos locais dos estados de Aguascalientes, Guanajuato, Querétaro, Chihuahua e Yucatán.

História[editar | editar código-fonte]

Voltando do exílo em 1929 Manuel Gómez Morín ex-reitor da Universidad Nacional Autónoma de México, se reuniu com alguns amigos entre eles, Mauricio Magdaleno, Germán del Campo, Fernando Azuela e outros ex-exilados por apoiar a candidatura presidencial do pensador e ex-ministro da educação José Vasconcelos contra o candidato oficial, se reuniram para tratar de convencer Vasconcelos da necesidade de fundar um partido político nacional, José Vasconcelos tinha outras ideias e não aceitou a proposta.

Em 1938, Gómez Morín viajou por todo o país a fim de convencer intelectuais e personalidades políticas para a criação de um partido político que conseguisse por um fim a desordem econômica e social que vivia o país. Em fevereiro de 1939 se formou um comitê organizador que deu o primeiro passo para a fundação do novo partido.

Em setembro de 1939 foi oficialmente criado o PAN, entre os fundadores estavam Efraín González Luna, Gustavo Molina Font, Manuel Herrera y Lasso, Aquiles Elorduy, Luis Calderón Vega.

O PAN reuniu originalmente a elite sócio-econômica mexicana contra as reformas do Presidente Lázaro Cárdenas. Em particular, opôs-se a seu plano de educação secular gratuita, à nacionalização do petróleo e à reforma agrária. O partido, que na época incluía figuras pró-fascistas, defendeu a neutralidade do México durante a Segunda Guerra Mundial.[12]

Nas eleições de 2000, o Partido Ação Nacional nomeou seu candidato, o ex-executivo da Coca-Cola, Vicente Fox, para a presidência, destituindo o PRI pela primeira vez. O novo governo, que havia prometido durante a campanha de abertura dos arquivos estatais sobre certos atos criminosos atribuídos ao PRI, finalmente fez um pacto com este último. O PRI negociou seu apoio a certas reformas em troca de impunidade. O PAN manteve o poder em 2006 com a eleição de Felipe Calderón.

O partido apresentou a candidatura de Ricardo Anaya Cortés para as eleições presidenciais de 2018, mas ele estava envolvido em casos de desvio de fundos e não conseguiu reunir o partido em torno dele. Em particular, ele não convenceu aqueles próximos ao ex-presidente Felipe Calderón, cuja esposa, Margarita Ester Zavala Gómez del Campo, correu como independente, antes de desistir.[13]

Doutrina política[editar | editar código-fonte]

Tradicionalmente o PAN segue os pensamentos característicos da direita política. Tem uma posição clara sobre diversos temas, especificamente se opõe categoricamente ao aborto e a qualquer método anticonceptivo que atente contra a vida humana, é a favor do livre comércio e considera que as estatais são pouco eficientes e deveriam ser administradas por empresas privadas interessados em sua prosperidade, desde 1998 pertence à Internacional Democrata Cristã, a organização política internacional que enquadra os partidos democratas-cristãos. O PAN é um dos partidos de evidente inclinação religiosa católica.

Presidentes do PAN[editar | editar código-fonte]

Candidatos a Presidência da República[editar | editar código-fonte]

Presidentes do México emanados do PAN[editar | editar código-fonte]

  1. (2000 - 2006): Vicente Fox
  2. (2006 - 2012): Felipe Calderón Hinojosa

Resultados eleitorais[editar | editar código-fonte]

Eleições presidenciais[editar | editar código-fonte]

Data Candidato Votos % Status
1946 Nenhum candidato apresentado
1952 Efráin González Luna 285 555 7,8 (3.º) Não Eleito
1958 Luis H. Álvarez 705 303 9,4 (2.º) Não Eleito
1964 José González Torres 1 034 337 11,0 (2.º) Não Eleito
1970 Efráin González Morfín 1 945 070 14,0 (2.º) Não Eleito
1976 Ernesto Rojo 2 600 147 13,7 (4.°) Não Eleito
1982 Pablo Emilio Madero 3 700 045 16,4 (2.º) Não Eleito
1988 Manuel Clouthier 3 208 584 16,8 (3.º) Não Eleito
1994 Diego Fernández de Cevallos 9 146 841 25,9 (2.º) Não Eleito
2000 Vicente Fox 15 989 636 42,5 (1.º) Eleito
2006 Felipe Calderón 15 000 284 35,9 (1.º) Eleito
2012 Josefina Vázquez Mota 12 786 647 25,4 (3.º) Não Eleito

Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]

Câmara dos Deputados[editar | editar código-fonte]

Data M. Uninominal M. Proporcional Deputados +/- Status
Votos % +/- Votos % +/-
1946 51 312 2,2 (2º)
4 / 147
Oposição
1952 301 986 8,3 (3º) Aumento6,1
5 / 161
Aumento1 Oposição
1958 749 519 10,2 (2º) Aumento1,9
5 / 162
Estável Oposição
1964 1 042 396 11,5 (2º) Aumento1,3
20 / 210
Aumento15 Oposição
1970 1 893 289 14,2 (2º) Aumento2,7
20 / 213
Estável Oposição
1976 1 358 403 9,0 (2º) Baixa5,2
20 / 237
Estável Oposição
1982 3 663 846 17,5 (2º) 3 786 348 17,4 (2º) Aumento8,4
51 / 400
Aumento31 Oposição
1988 3 276 824 18,0 (2º) Aumento0,6
101 / 500
Aumento50 Oposição
1994 8 664 834 25,8 (2º) 8 833 468 25,8 (2º) Aumento7,8
119 / 500
Aumento18 Oposição
1997 7 698 840 26,6 (2º) Aumento0,8 7 795 538 26,6 (2º) Aumento0,8
121 / 500
Aumento2 Oposição
2000 14 212 476 38,2 () Aumento11,6 14 323 649 38,2 () Aumento11,6
224 / 500
Aumento103 Governo
2003 8 189 699 31,8 () Baixa6,4 8 219 649 31,8 () Baixa6,4
151 / 500
Baixa73 Governo
2006 13 784 935 33,4 () Aumento1,6 12 876 499 33,4 () Aumento1,6
206 / 500
Aumento55 Governo
2009 Governo
2012 Oposição
2015 18,7 (2º) 7 651 270 20,9 (2º)
107 / 500
Oposição
2018 499 288 1,1 (8º) Baixa17,6 7 897 600 18,1 (2º) Baixa2,8
79 / 500
Baixa28 Oposição
2021 3 716 203 7,9 (4º) Aumento6,8 8 680 994 18,3 (2º) Aumento0,2
114 / 500
Aumento35 Oposição

Senado[editar | editar código-fonte]

Data M. Uninominal M. Proporcional Senadores +/-
Votos % +/- Votos % +/-
1964 1 001 045 11,2 (2.º)
0 / 64
1970 1 889 157 14,3 (2.º) Aumento3,1
0 / 64
Estável
1976 1 245 406 7,5 (2.º) Baixa6,8
0 / 64
Estável
1982 Não se apresentou
1988 3 293 460 18,1 (2.º)
0 / 64
1994 8 805 038 25,7 (2.º) Aumento7,6
25 / 128
Aumento25
1997 7 881 121 26,9 (2.º) Aumento1,2
33 / 128
Aumento8
2000 14 208 973 38,1 (1.º) 14 339 963 38,2 (1.º) Aumento11,3
60 / 128
Aumento27
2006 13 896 869 33,5 (1.º) Baixa4,6 14 043 213 33,6 (1.º) Baixa4,6
52 / 128
Baixa8
2012

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. https://www.pan.org.mx/prensa/posicionamiento-de-accion-nacional/
  2. https://www.proceso.com.mx/nacional/2021/9/7/el-pan-refrenda-su-postura-antiaborto-tras-postura-de-la-corte-contra-la-criminalizacion-271431.html/
  3. https://www.lja.mx/2018/04/pan-sigue-oponiendose-a-los-derechos-de-la-comunidad-lgbt-de-aguascalientes/
  4. https://aristeguinoticias.com/0305/mexico/pan-bloquea-el-matrimonio-igualitario-en-tamaulipas/
  5. https://books.google.com/books/about/Mexico_s_New_Politics.html?hl=es&id=WOBRb0wKpocC/
  6. Adler-Lomnitz, Larissa; Salazar-Elena, Rodrigo; Adler, Ilya (2010). Symbolism and Ritual in a One-Party Regime: Unveiling Mexico's Political Culture. University of Arizona Press. p. 293 
  7. Mazza, Jacqueline (2001). Don't Disturb the Neighbors: The United States and Democracy in Mexico, 1980-1995. Routledge. p. 9 
  8. Needler, Martin C. (1995). Mexican Politics: The Containment of Conflict 3rd ed. Praeger Publishers. p. 61 
  9. Bensusán, Graciela; Middlebrook, Kevin J. (2012). Organized Labor and Politics in Mexico. The Oxford Handbook of Mexican Politics. Oxford University Press. p. 347 
  10. Wiltse, Evren Çelik (2007). Globalization and Mexico. Globalization: Universal trends, regional implications. University Press of New England. p. 214 
  11. Cornelius, Wayne A. (2002). Mexicans Would Not Be Bought, Coerced. The Mexico Reader: History, Culture, Politics. Duke University Press. p. 684 
  12. «El legado de la derecha en Chihuahua». Jacobin América Latina (em espanhol). 17 de fevereiro de 2021 
  13. «« En México, la tentación de la esperanza » - Le Monde diplomatique en español». mondiplo.com (em espanhol) 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]