Paulo (exarca)
Paulo | |
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Morte | 727 |
Nacionalidade | Império Bizantino |
Ocupação | Governador |
Religião | Cristianismo |
Paulo (em latim: Paulus; em grego: Παύλο; 727) foi um oficial bizantino sênio sob Leão III, o Isáurio (r. 717–741), servindo como estratego da Sicília e então como exarca de Ravena de 723 a 727.
Vida
[editar | editar código-fonte]Paulo aparece pela primeira vez em 717/18. Teófanes, o Confessor chama-o de cartulário privado de Leão III, o Isáurio (r. 717–741), enquanto o patriarca Nicéforo I chamou-o de confidente íntimo e leal (oikeios) de Leão e experiente em assuntos militares.[1] Como resultado, quando o governador (estratego) da Sicília, Sérgio, motivado pela falsa mensagem de que Constantinopla caiu para os árabes, declarou um imperial rival na pessoal de Basílio Onomágulo, Leão nomeou-o como substituto de Sérgio e envio-o à Sicília para restaurar controle. Foi provavelmente nessa ocasião que foi elevado a posição de patrício, embora Nicéforo implica que ele já tinha o título.[2][3]
Ele é comumente tido como sendo o mesmo que Sérgio nomeou como exarca de Ravena em ca. 723, e consequentemente reteve o ofício de estratego da Sicília continuamente até então. Embora ambas as suposições são prováveis, nenhuma é certa. Se for real, a identificação com Paulo foi responsável pela derrota de um ataque árabe na ilha em 720/721.[4] Como exarca, enfrentou a resistência dos habitantes locais, liderados pelo papa Gregório II, devido a alta tributação exigida por Leão.[2]
Segundo o Livro dos Pontífices, Leão III ordenou que Paulo fosse morto ou preso pelo papa, mas ambos falharam e lideraram uma onda renovada de rebeliões contra a autoridade imperial na Itália; o papa então anatematizou Paulo. Em 726/27, Ravena ergueu-se em revolta, denunciando Paulo e Leão III, e derrubaram os oficiais que permaneceram leais. Paulo reuniu as forças lealistas e tentou restaurar a ordem, mas foi morto. Os exércitos discutiram em eleger seu próprio imperador e marcharam contra Constantinopla, mas quando procuraram o conselho do papa, ele dissuadiu-os ao agir contra o imperador.[2][5]
Segundo John Julius Norwich, a pessoa tradicionalmente reconhecida como o primeiro doge de Veneza, Paulo Lúcio Anafesto, foi na verdade o exarca paulo. Além disso, o mestre dos soldados de Paulo teve o mesmo primeiro nome que o sucessor reputado do doge, Marcelo Tegaliano, colocando dúvida sobre a autoridade daquele doge também.[6]
Ver também
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Precedido por Escolástico |
Exarca de Ravena 723 - 727 |
Sucedido por Eutíquio |
Referências
- ↑ Prigent 2003, p. 105–106.
- ↑ a b c Lilie 2013, Paulos (#5815).
- ↑ Prigent 2003, p. 105.
- ↑ Prigent 2003, p. 106.
- ↑ Richards 1979, p. 220.
- ↑ Norwich 1982, p. 13.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Zielke, Beate et al. (2013). «Paulos - #5815». Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit Online. Berlim-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften: Nach Vorarbeiten F. Winkelmanns erstellt
- Norwich, John Julius (1982). A History of Venice. Nova Iorque: Alfred A. Knopf Incorporated. ISBN 0-394-52410-1
- Prigent, Vivien; Nichanian, Mikaël (2003). «Les stratèges de Sicile. De la naissance du thème au règne de Léon V». Revue des études byzantines. 61: 97–141. doi:10.3406/rebyz.2003.2273
- Richards, Jeffrey (1979). The Popes and the Papacy in the Early Middle Ages, 476–752. Londres e Boston: Routledge & Kegan Paul. ISBN 0-7100-0098-7