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Pedro Vieira da Silva

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Pedro Vieira da Silva
PeríodoSecretário de Estado de 1643 a 1662, e Bispo de Leiria de 1670 a 1676
Antecessor(a)Francisco de Lucena
Sucessor(a)Gaspar Severim de Faria
Dados pessoais
Nascimento15 de setembro de 1598
Leiria
Morte12 de setembro de 1676 (77 anos)
Leiria
ProgenitoresMãe: Clemência Vieira da Silva
Pai: Gaspar Rebelo da Guerra Dias Preto
ProfissãoPolítico e Bispo
AssinaturaAssinatura de Pedro Vieira da Silva

Pedro Vieira da Silva (Leiria, 15 de Setembro de 1598 — Leiria, 12 de Setembro de 1676) foi um político e bispo português.

Pedro Vieira da Silva nasceu em Leiria em 15 de Setembro de 1598, filho de Gaspar Rebelo da Guerra Dias Preto, um juiz dos Órfãos, e Clemência Vieira da Silva.

Ele fez os primeiros estudos na cidade do Lis, e matriculou-se em Leis no ano de 1614 na Universidade de Coimbra, onde obteve o bacharelado (1620), licenciatura (1623) e doutorado (1623) e onde também lecionou como professor substituto. Foi depois magistrado e desembargador nas comarcas do Porto e de Lisboa e Juiz dos Feitos da Coroa e membro do Conselho da Fazenda. Foi mandado para Castelo Branco, e depois foi enviado como embaixador para Madrid onde exerceu advocacia.

Mais tarde, por determinação de Filipe III, foi para o Algarve com a missão de tentar impedir uma revolta contra o domínio castelhano. Com a independência de Portugal, em 1640, foi nomeado Secretário de Estado em 1643 por Dom João IV, mantendo-se no cargo durante a regência de D. Luísa de Gusmão até 1660. Voltou novamente ao cargo em 1667, na regência de Pedro II[2], em que foi um dos ministros plenipotenciários para a conclusão da paz entre Portugal e Espanha. Em setembro de 1668 foi demitido após um incidente de informações incorretas prestadas ao Regente.

Pedro foi quem dirigiu a cerimônia de coroação e assinou a providência régia que definiu a Nossa Senhora da Conceição como padroeira e defensora do reino, em 25 de março de 1646.[3] Ele também foi responsável pela construção do Convento dos Capuchos em Leiria, ainda enquanto Secretário, e relator e testemunha do testamento de Dom João IV, em 1556.

Depois de enviuvar, foi ordenado presbítero e apresentado para a mitra de Leiria a 28 de Setembro de 1668, confirmado pelo Papa Clemente X a 11 de Maio de 1670, e tomou posse a 22 de abril de 1671, já com 73 anos de idade. Em 1671 mandou construir o Seminário Diocesano, e no ano seguinte, a 18 de dezembro, entregou a sua direção à Ordem de Santo Agostinho, da qual veio depois a ser provincial o seu filho António. Em 19 de outubro de 1673 autorizou os Agostinhos Descalços a fundarem um convento na Ermida do Bom Jesus, na vila de Porto de Mós, que lhes tinha sido doado pela Misericórdia daquela vila.

Dom Pedro Vieira da Silva faleceu, na cidade de Leiria, a 12 de setembro de 1676 e foi sepultado no convento de Santo António dos Capuchos da Província da Arrábida, em Leiria. Em 1864 os seus restos mortais foram trasladados para o cemitério da Sé de Leiria e em 1907 foram colocados no interior da Sé[4]. Curiosamente, o seu brasão foi colocado no portal do seminário já no século XX com a seguinte inscrição em latim: "Pedro enquanto viveu não consentiu que se pusesse aqui este brasão, e se lhe fosse dado, ainda hoje do túmulo não o consentiria".

Pedro Vieira da Silva casou com Leonor de Távora, filha de Martim de Távora e Noronha, Senhor do Morgado de Campo Belo e dos direitos Reais de Távora e Capitão das Naus da Índia, e de Maria (ou Ana) de Leme. Ao todo, tiveram quatorze filhos:

  • Gaspar Vieira da Silva Preto, foi batizado a 7 de abril de 1635 em Santa Marinha (V. N. de Gaia), comendador de Sta. Maria de Lamide ou de Cadima na Ordem de Cristo, de Moios da Brás, Palha e do Forno da Porta Nova na Ordem de Santiago. Casou com Filipa Coutinho de Menezes, com quem teve seis descendentes.
  • Martim de Távora e Noronha, secretário de Estado de D. Pedro II, recebedor dos Prestimónios de S. Salvador de Mourojusa e sua anexa no concelho de Valadares, senhor do Paço de Molelos pelo casamento com Ana de Tovar, senhora do morgado de Tovar e das honras de Molelos e Botulho (e Nandufe). Comendador de S. Maria da Trave da Ordem de Cristo. Casou com Ana Maria de Tovar, filha de Diogo de Tovar, com quem teve quatro filhas.
  • Francisca, freira em Santa Mónica de Lisboa.
  • Maria, freira em Santa Mónica de Lisboa.
  • Clemência, freira em Santa Mónica de Lisboa.
  • Joana Silva, freira em Santa Mónica de Lisboa.
  • Belchior Dias Preto, colegial e depois reitor do Colégio de São Paulo da Universidade de Coimbra no ano de 1668. Chantre da Colegiada de Ourém. Faleceu a 7 de setembro de 1676 em Lisboa, cinco dias antes da morte de seu pai.
  • Luís Vieira da Silva, fidalgo Capelão da Casa Real. Nasceu em Lisboa, estudou direito pontifício na Universidade de Coimbra onde se doutorou. Colegial do Colégio de São Pedro, admitido a 26 de fevereiro de 1662. Foi cónego da Sé de Évora e Arcediago do Lavre, deputado do Santo Ofício e da Mesa da Consciência. Faleceu a 1 de janeiro de 1725.
  • Tomás de Távora, frei Bernardo. Foi conhecido igualmente como Tomás da Silva.
  • Jerónimo de Távora e Noronha, comendador da Ordem de Cristo, capitão de cavalos, 8º senhor das honras de Molelos e Botulho por casamento com sua sobrinha, D. Leonor Catarina de Tovar e Noronha, filha de seu irmão Martim de Távora e Noronha e de Ana Maria de Tovar, com quem teve um filho e três filhas. Foi apoiante de Dom António, Prior do Crato. Esteve muitos anos fugido em Castela por ter morto António Cabral de Barros, corregedor do Crime do bairro de S. Paulo. Foi igualmente conhecido como Jerónimo Vieira da Silva.
  • Filipe de Távora e Noronha, morador e fidalgo da Casa Real, general de Galés, Bailio de Leça na ordem de Malta, Conselheiro d’El-Rei, Comendador de Rossas e Oleiros, falecido a 24 de agosto de 1715 em La Valetta.
  • António de Távora, nasceu em Santa Marinha, Lisboa. Cavaleiro na Ordem de Cristo, professou na Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho a 8 de maio de 1661. Prior do Mosteiro de Santo Agostinho em Leiria a 24 de janeiro de 1676. Foi eleito Provincial dos Agostinhos a 1 de maio de 1700 pelo Papa Clemente XI. Faleceu a 19 de maio de 1711 no convento da Graça. Foi mais tarde transladado para o Convento dos Capuchos de Leiria.
  • Francisco Vieira da Silva de Araújo, escudeiro fidalgo e cavaleiro fidalgo com 900 reis de moradia, serviu na Índia onde foi armado Cavaleiro por alvará de 14 de março de 1642.
  • Gaspar Dias da Guerra, também conhecido como Frei Gaspar de São José. Aos 18 anos de idade professou na Ordem dos Carmelitas Descalços, a 27 de janeiro de 1619, tendo tomado o hábito a 23 de Janeiro do ano precedente.

Referências

  1. Ferros, Manuel (18 de Outubro 2013). «blog». Solares e Brasões. Consultado em 19 de Julho de 2025. Cópia arquivada em 19 de Julho de 2025 
  2. MARQUES, João Francisco - "A CRÍTICA DE VIEIRA AO PODER POLÍTICO" in: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/6451.pdf NA ESCOLHA DE PESSOAS E CONCESSÃO DE MERCÊS"
  3. OSÓRIO, Jerónimo e António Lourenço Caminha - "Obras Inéditas", Impressão regia, 1818, p. 181.
  4. AMARO, Adélio - http://acoresleiria.blogspot.com/2010_12_01_archive.html
  5. Charters-d'Azevedo, Ricardo (11 de janeiro de 2015). «D. Pedro Vieira da Silva, bispo de Leiria (1670 -1676) - sua vida, seus ascendentes e descendentes». Cadernos de Estudos Leirienses n.º 3, p. 253 - 270. Consultado em 26 de agosto de 2025 

Ligações externas

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Precedido por
Francisco de Lucena
Secretário de Estado
(Primeiro-Ministro de Portugal)

1643 - 1660
Sucedido por
D. Luís de Vasconcelos e Sousa,
3.º Conde de Castelo Melhor
Precedido por
Pedro Barbosa de Eça
Brasão episcopal
Bispo de Leiria

1670 - 1676
Sucedido por
Domingos de Gusmão
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