Pelagophycus

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Pelagophycus porra
Talo de Pelagophycus porra arrojado pelo mar na ilha San Clemente (Califórnia).
Talo de Pelagophycus porra arrojado pelo mar na ilha San Clemente (Califórnia).
Classificação científica
Reino: Chromalveolata
Filo: Heterokonta
Classe: Phaeophyceae
Ordem: Laminariales
Família: Laminariaceae
Género: Pelagophycus
Areschoug, 1881
Espécie: P. porra
Nome binomial
Pelagophycus porra
(Léman) Setchell, 1908
Espécime de Pelagophycus porra (foto de 1915).

Pelagophycus é um género monotípico de algas marinhas da ordem Laminariales das Phaeophyceae (algas castanhas), cuja única espécie correntemente aceite é Pelagophycus porra, uma macroalga com distribuição natural nas florestas de algas da costa oeste da América do Norte, onde ocorre em águas profundas e frias com temperatura no período mais quente não superior a 16 °C. Apresente um estipe único em forma de fita, com 3–27 m de comprimento,.[1] e lâminas com até 3 m de largura.[2]

Descrição[editar | editar código-fonte]

A espécie Pelagophycus porra cresce nas florestas de algas das águas costeiras subtidais do sul da Califórnia e do noroeste da península da Baja California (México),[1] em profundidades que vão de 20 m a 90 m, ancoradas por um rizoide a substratos que variam desde areias e outros materiais soltos a sedimentos relativamente consolidados.[3]

O rizoide (ou crampon) de Pelacophycus é achatado e circular, estendendo-se lateralmente e produzindo um estipe único que pode medir entre 3 e 7 m de comprimento..[1] O talo de Pelagophycus é robusto,[4] com frondes que medem de 5 a 20 m de comprimento e podem ter até 1 m de largura, apresentando pequenas protuberâncias em forma de espinhos ao longo de todo o seu comprimento.[4]

O pneumatocisto (uma bolsa contendo gases que serve de flutuador à alga) apresenta um diâmetro de 6 a 20 cm e é ladeado por duas frondes,[1] sendo um dos maiores entre os aerocistos conhecidos entre as algas.[5]

A maior parte dos espécimes do género Pelagophycus vivem durante cerca de um ano, mas alguns ecotipos subsistem até dois anos.[1] Apesar disso, estas algas sofrem uma taxa de mortalidade elevada, já que as correntes fortes podem levar à ruptura do estipe.[6]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

Os esporos são formados em esporocistos uniloculares, localizados de ambos os lados das frondes.[1] Como ocorre na maioria das algas, os esporos são libertados pelas algas adultas e afundam-se até atingir o fundo, germinando quando encontram um substrato adequado. Os esporos desenvolvem inicialmente um gametófitos, desenvolvendo-se depois em algas férteis.[6] O ciclo de vida da alga, desde esporo a alga adulta, dura aproximadamente um ano.

Foram observados na natureza híbridos entre ecotipos do género Pelagophycus e formas do género Macrocystis. Esses mesmos híbridos foram também obtidos em laboratório. Embora a maioria desses híbridos seja estéril e tenha uma expectativa de vida reduzida, foi encontrado um híbrido com 15 frondes,[7] capaz de emitir esporos funcionais.[1] Foram também observados híbridos intergenéricos entre Pelagophycus e Dictyoneuropsis.[1]

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

As algas do género Pelagophycus ocorrem principalmente nas florestas de algas californianas e mexicanas[8], especialmente em torno das Channel Islands (Califórnia), onde os grandes bosques de Pelagophycus porra abrigam uma grande diversidade de espécies[9] (peixes, pepinos-do-mar, moluscos e outras algas),[6] ou nas costas ocidentais da Península da Baixa Califórnia.

As espécies do género Pelagophycus são mais frequentemente encontradas em águas frias (máximo 15-16 °C), a profundidades que vão 20 a 90 metros.

As algas do género Pelagophycus podem ser arrancadas do seu substrato na idade adulta durante períodos curtos, da ordem de um dia, antes de voltar a entrar em contacto com um substrato adequado e a ele se prenderem novamente.[10]

As algas do género Pelagophycus ocorrem em lugares onde há pouca luminosidade, mostrando que precisam de pouca radiação solar para sobreviver, o que explica ocorrerem no limite inferior da zona nerítica, até cerca de 90 m de profundidade.[10]

Sistemática[editar | editar código-fonte]

O género Pelagophycus tem presentemente apenas uma espécie aceite como válida (P. porra), mas nela são reconhecidos três ecotipos:[3]

  • Pelagophycus porra f. giganteus Léman
  • Pelagophycus porra f. porra Parker & Bleck
  • Pelagophycus porra f. intermedius Areschoug

Estes ecotipos distinguem-se pelo seus habitat, que se diferencia pela intensidade da corrente, o substrato (rochoso ou arenoso), bem como pelo distanciamento em relação à costa.[6]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d e f g h AlgaeBase: Pelagophycus Areschoung.
  2. D. J. Chapman, The Algae, p. 231.
  3. a b Guiry, M.D. & Guiry, G.M. 2013. Pelagophycus Areschoug, 1881, AlgaeBase, National University of Ireland, Galway. http://www.algaebase.org; searched on 07 February 2013.
  4. a b Isabella A. Abbott; George J. Hollenberg (1 agosto 1992). Stanford University Press, ed. «Marine Algae of California» (em inglês). p. 251 
  5. James L. Sumich; John Francis Morrissey (2004). Introduction to the Biology of Marine Life, ed. «Introduction to the Biology of Marine Life» (em inglês). p. 106 
  6. a b c d Britannica: Pelagophycus, genus of brown algae.
  7. James A. Coyer; John M. Engle; Richard C. Zimmerman (Fevereiro de 1992). «Discovery of a fertile Pelagophycus x Macrocystis (Phaeophyta) putative hybrid and subsequent production of f2 sporophytes in the laboratory». Journal of Phycology (em inglês). doi:10.1111/j.0022-3646.1992.00127.x 
  8. «Pelagophycus Areschoug, 1881». Global Biodiversity Information Facility (em inglês). Consultado em 14 fevereiro 2018 
  9. Brett Seymour. «National Park Underwater Sights». Sunset (em inglês). Consultado em 14 fevereiro 2018 
  10. a b Bruce C. Parker; John Bleck (1966). «A contribution to the ecology of Pelagophycus». Annals of the Missouri Botanical Garden (em inglês). 53 (1) .

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Fejtek, Stacie; Edwards, Matthew; Kim, Kwang Young (Janeiro 2011). «Elk Kelp, Pelagophycus porra, distribution limited due to susceptibility of microscopic stages to high light». Journal of Experimental Marine Biology and Ecology. 396 (2): 194–201. doi:10.1016/j.jembe.2010.10.022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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